Como funciona o Blockchain? Tudo o que você precisa saber sobre o conceito

Confira um guia completo sobre esse, que é um dos mais populares sistemas da atualidade

Muitas foram as inovações e melhorias proporcionadas pela tecnologia nos últimos anos. O mercado financeiro, em especial o dos criptoativos, foi um dos beneficiados por essa evolução, tendo o blockchain como uma das maiores invenções de sua história. Se você gosta ou faz parte desse setor, entender como funciona o blockchain é fundamental na hora de fazer escolhas mais inteligentes e seguras.

É por isso que neste artigo nós reunimos tudo o que você precisa saber sobre esse conceito, desde o que significa blockchain até como investir, trabalhar e ganhar dinheiro com ele. Boa leitura!

Visão geral: o que é blockchain?

Em tradução livre para o português, blockchain significa “corrente de blocos”. Mas de que maneira um termo como esse pode estar relacionado ao ambiente digital?

Resumidamente, o blockchain se trata de uma espécie de sistema que permite que o envio e recebimento de informações pela internet seja rastreado. Esse processo é feito a partir de pedaços de códigos que são gerados virtualmente e que carregam informações conectadas, assim como blocos que formam uma corrente.

Embora frequentemente seja associado às criptomoedas, seu conceito surgiu ainda nos anos 1990, como um banco de dados público e imutável. Na época, o objetivo era registrar documentos virtuais de maneira segura, impedindo que fossem alterados sem que houvesse a quebra da segurança do código digital.

O mecanismo, entretanto, ficou adormecido até o ano de 2008, com o nascimento do Bitcoin.

Principais características do blockchain

Muitas vezes, o conceito de blockchain é associado ao de um livro-razão. Isso acontece porque a função de ambos é registrar transações e rastrear ativos em uma rede. Por suas características de serem compartilhados e imutáveis, eles também auxiliam no registro dessas transações. Veja mais sobre as principais características desse sistema:

Tecnologia de livro razão

Um livro-razão é onde todas as transações ocorridas em uma blockchain são registradas. Por ter a imutabilidade como característica, essas informações não podem ser excluídas ou alteradas, o que garante a segurança e confiabilidade da rede. E mais: essas características também estão garantidas uma vez que esse livro é mantido de maneira distribuída entre os participantes da rede.

Registros imutáveis

Basicamente – e como o nome já sugere – quando uma transação é registrada no livro-razão, ela não pode mais ser alterada, corrompida ou excluída, tornando-se então imutável. Isso significa que no caso de erros, eles ficam registrados e visíveis a todos os participantes. Já suas correções devem ser feitas em novas transações.

Contratos inteligentes

Como o sistema de blockchain está inserido em um contexto digital e, muito frequentemente, de transações de criptomoedas, é preciso que os processos ocorram com velocidade. Neste caso, os contratos inteligentes atuam como um conjunto de regras que são armazenados e, posteriormente, executados automaticamente. Eles podem, por exemplo, definir as condições para que títulos privados sejam transferidos.

Como funciona o blockchain

Ainda mais importante que saber o conceito é entender como funciona o blockchain. E a maneira mais simples de fazer isso é associando ele ao funcionamento de um trem cargueiro, cujas cargas são distribuídas por seus vários vagões.

Imagine então que exista um trem de rota mundial. Para isso, um número incontável de trilhos foram organizados para formar um percurso intercontinental. Durante o trajeto, esse trem tem como função coletar uma série de materiais e distribuí-los por seus vagões.

Antes de serem armazenados, porém, eles são validados por máquinas espalhadas por todo o mundo. Se essa validação for positiva, o material é identificado com um código composto por letras e números e, enfim, colocado no vagão.

Como se trata de um percurso muito extenso, a segurança é uma preocupação. Por isso, cada vagão carrega seu próprio código, além do código do vagão anterior. Assim, em caso de tentativas de roubos, o invasor deverá desvendar dois códigos.

Como não há uma empresa proprietária desse trem, ou seja, controladora, o trajeto percorrido e os materiais coletados são registrados em um livro público. Nele, é possível consultar quando o envio do material para o vagão foi feito.

Fonte: Getty Images

Transações registradas em blocos de dados

Como você viu, as transações são registradas como blocos de dados. Ao serem conectados uns aos outros, como os vagões do nosso exemplo, eles formam uma cadeira de dados. Para aumentar a segurança e confiabilidade das informações, cada bloco possui um arquivo e um hash, que nada mais é que um código complexo de letras e números que ajudam a manter a característica inviolável.

Conexão dos blocos

Após serem registrados como blocos, cada um deles confirma a hora e a sequência em que a transação foi feita. Depois disso, esses blocos se conectam, aumentando a segurança das informações e evitando que elas sejam corrompidas, alteradas, roubadas ou ainda deletadas.

Transações incluídas em cadeia irreversíveis

O último passo no funcionamento da blockchain é o de incluir as transações em uma cadeia irreversível. Isso basicamente significa reforçar a verificação do bloco anterior assim como o código de um vagão atrelado ao outro. O objetivo aqui é o de tornar o sistema de blockchain imutável e inviolável.

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Quais os benefícios do blockchain?

Não há dúvidas de que a tecnologia que é considerada uma das mais importantes dos últimos tempos seja também sinônimo de benefícios. Afinal, se eles não existissem, ela teria ficado inutilizada, como nos anos 1990. Falando sobre eles, podemos destacar:

  • Operações mais confiáveis: como membro de uma rede fechada, o participante do blockchain recebe dados precisos e atualizados, que são registrados de maneira imutável através do processo já descrito.
  • Segurança das informações reforçada: para que adquiram a característica de registros permanentes, nenhum dos dados adicionados aos blocos podem ser alterados ou removidos, nem mesmo aqueles considerados errados. Assim, as transações ficam maus seguras e confiáveis.
  • Maior eficiência: uma vez que as transações são registradas em um livro-razão e compartilhadas com os membros da rede, o processo de conferência de registros é eliminado. Assim, as transações ocorrem com maior velocidade.

Isso sem falar em outras características desse sistema que também são consideradas benefícios entre os que o utilizam. É o caso do registro dos dados em ordem cronológica, a ausência de intermediários, a descentralização dos dados e a redução dos custos.

Principais redes de blockchain

Muito se fala sobre o blockchain associado às criptomoedas, mas a verdade é que esse sistema se tornou tão valioso que hoje é utilizado em diferentes produtos digitais, incluindo os NFTs (tokens não fungíveis) e as DAOs (organizações autônomas descentralizadas). Justamente por conta dessa popularização e alta capilaridade, ele pode ser criado de maneiras diferentes. Veja os principais tipos:

Redes de blockchain públicas

O nome já indica: numa blockchain pública, qualquer pessoa pode entrar e participar, basta atender aos critérios técnicos exigidos pelo sistema, como um bom computador com bom espaço de armazenamento. O Bitcoin e a Ethereum são exemplo desse tipo de rede, uma vez que não possuem limitações de entrada aos usuários interessados.

Na blockchain pública, qualquer membro pode verificar e auditar as transações em tempo real e de maneira anônima. Por ter essa característica descentralizada, o incentivo à atividade é feito a partir de pagamentos em critpomoedas.

Redes de blockchain privadas

Ainda que amplamente utilizado, o modelo descentralizado é motivo de dúvidas e preocupações entre muitas empresas do setor privado. É o caso dos bancos, cujos dados e informações precisam ser protegidos para atender a regras de privacidade e compliance. Isso não seria possível em um sistema aberto, no qual esses dados poderiam ser auditados por qualquer pessoa.

Foi assim que as empresas decidiram criar suas próprias redes blockchain. Nelas, o acesso é restrito e normalmente está atrelado a alguma senha ou sistema de autorização. Já a auditoria é feita exclusivamente por pessoas ligadas à companhia, sob risco de punição por qualquer tipo de vazamento.

Redes blockchain híbridas

Por fim, o modelo híbrido é o tipo de rede blockchain que combina os dois formatos anteriores. Isso significa que ela pode ter alguns dados abertos e transparentes, mas, ao mesmo tempo, o acesso é restrito a membros com permissão de operá-los.

Como funciona a criptografia e segurança no blockchain?

Basicamente, a segurança do blockchain depende diretamente da criptografia – e a com função hash é uma das mais populares e utilizadas nesse meio.

Nela, o objetivo é mapear os dados recebidos de tamanhos variáveis e transformá-los em um mesmo tamanho, independente da entrada. Normalmente, esse tamanho gira entre 128 e 256 bits.

É a criptografia que autentica os membros e certifica que eles realmente são quem dizer ser. Assim, as transações se tornam mais seguras e confiáveis.

Além da função hash, a criptografia simétrica e assimétrica também são amplamente usadas quando o assunto é blockchain. Na primeira, uma mesma chave é usada para criptografar e descriptografar uma informação. Já na segunda, um par de chaves é adotado, sendo uma pública e outra privada.

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Investimentos: qual a diferença entre criptomoeda e blockchain

Embora muitas vezes estejam relacionados, os conceitos de criptomoeda e blockchain são diferentes.

A critpomoeda é, basicamente, um dinheiro digital. É provável que neste momento você pense no Bitcoin, nome mais popular entre esses ativos, mas existem dezenas (até milhares) de outras opções.

O blockchain, por outro lado, é o banco de dados no qual as negociações são armazenadas. Entre as transações está a de criptomoedas, mas esse sistema não se resume só a isso.  

Se você quer saber como investir em blockchain, é preciso, na verdade, comprar a criptomoeda que está associada ao sistema. Hoje existem diversas plataformas disponíveis, como a Bitcoin e a Ethereum, cuja compra do ativo reflete no investimento no sistema.

Principais aplicações de blockchain 

Como dissemos, o blockchain é bastante popular por sua relação com as moedas digitais. Porém, com o passar dos anos, diversos setores começaram a perceber as vantagens desse sistema e passaram a estudar sua adoção em uma série de atividades. Veja alguns exemplos:

  • Sistemas de pagamentos: aqui, há um aumento na velocidade das transações, que resulta em um número maior de processamentos e verificações por segundo. Isso sem falar no aumento da segurança e, consequentemente, na proteção às fraudes.
  • Armazenamentos em nuvem: é muito comum que as empresas confiem suas informações a gigantes como Google e Microsoft. Com a adoção do blockchain e seu formato descentralizado, os altos custos relacionados a essas hospedagens poderiam ser reduzidos.
  • Saúde e educação: o sistema de blockchain pode beneficiar até mesmo os maiores setores da sociedade. Como? Permitindo o armazenamento de informações sobre pacientes/alunos de maneira segura e confiável.

Como investir em blockchain e ganhar dinheiro?

Considerando que esse é um dos assuntos mais quentes no universo da tecnologia e finanças, é provável que em algum momento você tenha se perguntado como trabalhar com blockchain ou, sendo ainda mais direto, como ganhar dinheiro com blockchain.

Uma das maneiras é se tornando um desenvolvedor blockchain. Embora essa ainda seja uma carreira bastante nova, ela foi criada para que novos protocolos fossem desenvolvidos, assim como arquiteturas de rede. Basicamente, a função desse profissional é a de criar uma rede descentralizada.

Quem não tem interesse em uma formação superior voltada para desenvolvimento, mas possui conhecimentos bastante profundos sobre o conceito ou atua em outras áreas, também pode ingressar em projetos relacionados.

Os UX, por exemplo, podem pensar em soluções para implementar esse sistema em atividades do setor privado, garantindo boas experiências aos clientes. Já quem tem uma veia para a área de qualidade pode ser responsável por testar e comunicar erros detectados no sistema.

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