Investimentos atrelados à inflação: 5 sugestões para se blindar na crise

Contar com investimentos atrelados à inflação é uma boa saída para quem deseja proteger o próprio patrimônio, principalmente no Brasil em que a desvalorização da nossa moeda assusta os investidores.

Essas alternativas podem ser percebidas em aplicações de renda fixa, títulos públicos, como fundos de investimentos quando de renda variável, via fundos imobiliários.

Confira a seguir os principais investimentos atrelados à inflação, seus riscos e custos envolvidos. 

Como a inflação afeta os seus investimentos?

A consequência da inflação é o aumento generalizado dos preços. 

Pode-se dizer que o Brasil já passou por situações extremas, como uma hiperinflação.

Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) apontaram que entre 1980 e 1989, a inflação média do país foi de 233,5% ao ano, conforme anunciado na linha do tempo do site G1.

Atualmente, o mercado financeiro aumentou pela 11ª vez consecutiva a previsão de inflação para este ano. Na mais recente projeção feita pelo Boletim Focus, de março de 2022, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 6,86%, conforme divulgação do site Agência Brasil.

Para 2023, a estimativa é de 3,8% ante os 3,75% dos últimos dias.

Por conta dessas oscilações, é importante considerar ao menos uma parte da carteira reservada a ativos que ofereçam rentabilidade superior à inflação.

Com o aumento da taxa de juros, é possível encontrar ótimas oportunidades no mercado de renda fixa. Faça o curso Renda Fixa: Ganhos com Baixo Risco e saiba quais são os investimentos mais adequados para o seu perfil de investidor. 

Como ganhar da inflação?

Para saber como ganhar dinheiro da inflação, seguem as alternativas abaixo de investimentos atrelados a ela. São essas: 

  • Títulos públicos;
  • Fundos de investimento;
  • ETFs de renda fixa;
  • Debêntures;
  • Fundos imobiliários.

Títulos públicos

Os títulos públicos do tipo Tesouro IPCA+, com ou sem pagamento de bônus semestrais, são papéis que combinam uma parte de retorno prefixado e o restante indexado à inflação, medido pelo IPCA.

No caso do pagamento de cupom, o investidor recebe o retorno antecipadamente, duas vezes ao ano.

Atualmente, as taxas de juros reais (isto é, com a inflação descontada) pagas por esses papéis superam os 4% – no caso daqueles com vencimentos a partir de 15 anos.

No entanto, atente-se ao vencimento do papel, uma vez que, se vender antes do prazo, as taxas podem sofrer alterações para cima ou para baixo.

Para se proteger, o investidor deve alinhar o prazo do investimento com seus objetivos, garantindo a taxa contratada no momento da aplicação.

Aliás, quanto mais longo for o vencimento, mais alta é a volatilidade do Tesouro IPCA+. Isso porque o estresse do mercado tem feito investidores pedirem prêmios mais altos para emprestar recursos ao governo.

E à medida que piora a avaliação do mercado sobre a evolução das contas públicas, os prêmios que o governo precisa pagar para se financiar também aumentam.

A partir daí, é provocada uma queda nos preços dos títulos que estão nas mãos dos investidores.

Quanto aos custos, a B3, bolsa de valores oficial do país, cobra taxa de custódia de 0,25% ao ano sobre o valor total dos títulos.

Fundos de inflação 

Aqui, o investimento conta com o gestor para determinar quais papéis e vencimentos farão parte da seleção.

Nesses fundos, a carteira é composta por uma cesta de títulos públicos cujo objetivo é superar um índice, normalmente o “IMA-B” ou o “IMA-B 5”, com prazo de até cinco anos, ou “IMA-B 5+”, com vencimentos dos papéis iguais ou acima de cinco anos.

Porém, nos fundos é importante lembrar que há cobrança de come-cotas, taxa de administração e eventual taxa de performance.

Apesar de opções interessantes para diversificar carteira, são investimentos de longo prazo e não devem ser utilizados como reserva de emergência.

No fim, esses fundos são uma boa opção para o investidor que dá os primeiros passos no mercado financeiro e ainda não consegue fazer as escolhas sozinho.

ETFs de renda fixa

Os ETFs de renda fixa replicam o desempenho de índices que acompanham títulos públicos e privados prefixados ou atrelados à inflação.

Dos 7 produtos negociados na B3, cinco deles são atrelados ao IPCA, como:

  • “B5P211“, que acompanha a evolução da carteira de papéis com prazos de até cinco anos, e a taxa de administração é de 0,20% ao ano;
  • “IB5M11” e “B5MB11”, que acompanham a evolução da carteira de títulos indexados à inflação com prazo igual ou superior a cinco anos;
  • “IMAB11” e “IMBB11”, que replicam o IMA-B geral – formado por todos os títulos que compõem a dívida pública. As taxas de administração variam de 0,20% a 0,25% a.a.

Assim, esses podem ser uma forma rápida e acessível de investir em uma cesta de ativos, e com vantagem tributária sobre os fundos de investimento tradicionais.

Isso porque a alíquota de Imposto de Renda sobre os rendimentos é sempre de 15%, independentemente do prazo da aplicação, porém, atenção para a menor liquidez dos ativos.

>>> Aprenda mais: IRMF11: conheça mais sobre esse ETF de renda fixa

Debêntures

As debêntures com retorno atrelado ao IPCA também são interessantes para compor o portfólio e proteger o capital do aumento da inflação.

No entanto, não são todas as debêntures atreladas ao IPCA.

Nesse caso, pelo fato de o investidor estar exposto a uma empresa, ele precisa se atentar ao risco de crédito dos papéis, sendo necessário entender:

  • as garantias;
  • o rating da empresa;
  • se o prêmio oferecido é condizente com o risco da companhia

Se o investidor não tiver grande conhecimento do mercado e tempo para estudar as empresas, vale investir via fundos de debêntures, que contam com um gestor especializado.

Apesar da diversificação do portfólio e pulverização dos riscos, as debêntures não contam com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Embora existam opções com vencimentos mais curtos, o ideal é que o investidor tenha um horizonte de investimento de, no mínimo, três anos, havendo debêntures com prazos acima de dez anos.

Fundos imobiliários

Diante da alta da inflação, os FIIs voltados para renda e que possuem no portfólio ativos com contratos de aluguel atrelados ao IPCA e ao IGP-M podem se beneficiar desse cenário.

Com aplicações mínimas abaixo de R$100, os fundos imobiliários são bem acessíveis. Porém, por serem de renda variável e estarem sujeitos a oscilações bruscas, são recomendados para investidores, pelo menos, de perfil moderado.

De todo modo, boas alternativas podem ser os fundos de recebíveis imobiliários e os residenciais, que vêm ganhando atenção diante dos juros baixos aumentando a tomada de crédito habitacional.

Mas vale ficar de olho na alta da Selic, que pode tirar parte da atratividade dos produtos.

Além disso, o cenário de pandemia pode impactar os imóveis, de modo que esses podem ter alta na taxa de vacância, com impacto sobre as cotas.

Por isso, é bom entender se o shopping recuperou as vendas e se as lajes estão devolvendo escritórios.

Isso porque, por mais que a inflação esteja mais pressionada no ano, o fundo pode não  repassar o aumento dos preços para os inquilinos por conta da crise.

Assim, uma boa opção são os fundos imobiliários de papel, que possuem na carteira papéis de renda fixa como CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e LCIs (Letras de Crédito Imobiliário).

Acompanhe este vídeo e saiba como poupar dinheiro e começar a investir agora mesmo:

Como ganhar dinheiro da inflação?

Saber quais são os investimentos atrelados à inflação já serve como norte para você aplicar o seu dinheiro, mas aproveite também essas dicas abaixo para se dar bem no mercado financeiro:

  • Tome decisões baseadas em valores reais de acordo com o reajuste da inflação;
  • Controle o seu fluxo de caixa para aproveitar as oportunidades de investimentos;
  • Use uma pequena parcela da renda para especular, podendo fazer um investimento a curto prazo, feito no mesmo dia;
  • Estude o mercado financeiro, com os artigos, vídeos e cursos da XP Educação.

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