Se você já trabalha com desenvolvimento de software, sabe que um dos processos mais importantes é o de testagem do código.
Afinal, é somente através dela que é possível garantir um software de qualidade e livre de bugs. O TDD existe justamente para facilitar a vida dos desenvolvedores no momento dos testes.
TDD, sigla de Test Driven Development ou Desenvolvimento Orientado a Testes em português, é uma técnica de desenvolvimento de software. Neste artigo você vai entender como funciona esse método, quais as suas vantagens e como ele se relaciona com as linguagens de programação.
Qual o significado de TDD?
Test Driven Development (TDD) é uma prática de desenvolvimento de software baseada na testagem unitária, antes mesmo do código começar a ser desenvolvido e implementado no sistema.
Ou seja, nessa técnica são criadas pequenas iterações e estas são testadas uma a uma de forma isolada. Cada iteração criada passa por testes e, quando concluídos, é feita a refatoração e geração do código.
A técnica TDD ficou conhecida quando Kent Beck, engenheiro de software norte-americano e criador da metodologia Extreme Programming (XP), definiu o TDD como uma parte essencial do XP.
Por isso, Kent é considerado também o criador do Test Driven Development e o seu livro é considerado um manual para os que desejam aprender mais sobre a técnica.
O ciclo de desenvolvimento do TDD
O TDD possui três ciclos bem definidos chamados de Red-Green-Refactoring ou Red-Green-Blue. Esses ciclos podem ser melhor entendidos a partir da figura abaixo:
Red
A primeira etapa consiste em escrever um pequeno teste que falhará. Isso acontece porque o teste está esperando por uma resposta que ainda não existe, já que o código ainda não foi criado.
Green
Na segunda etapa, o código já foi criado e passa por novos testes até serem aprovados. Com os testes concluídos e o código funcionando sem erros, o desenvolvedor pode passar para o próximo ciclo.
Nesse momento é importante o profissional entender bem quais são as necessidades do cliente. Assim, ele consegue desenvolver códigos que, quando agregados ao sistema, atendam às expectativas deles.
Refactor
Por fim, a última etapa do ciclo é a de refatoração do código. Aqui, é o momento de analisar o código que foi criado apenas para ser aprovado no ciclo Green e deixá-lo o mais simples possível.
Dessa forma, é na fase de refatoração do código que ele passa por uma limpeza onde são excluídas as duplicidades, extraídas as classes, interfaces e métodos do sistema.
Além das etapas do ciclo, os testes realizados a partir da técnica TDD segue o Modelo FIRST:
- F (Fast/Rápido): as testagens são ágeis, já que uma unidade é verificada por vez;
- I (Isolated/Isolado): cada teste é feito de forma individual, sem nenhuma integração com o sistema;
- R (Repeatable/Repetível): as verificações são repetidas diversas vezes, a fim de analisar o comportamento da unidade em teste;
- S (Self-verifying/Auto verificação): checagem do teste, se foi aprovado ou se novas falhas foram identificadas;
- T (Timely/Oportuno): o teste deve ser oportuno e trazer novas informações para o desenvolvimento do software.
Quais os benefícios de se aplicar a metodologia?
O principal benefício no uso do Test Driven Development é que, graças às testagens regulares, quando o código for escrito ele já vai ser criado de uma maneira simplificada e sem perder a qualidade do sistema.
Além disso, as chances de existirem grandes erros no código serão menores, pois muitos testes foram feitos antes dele ser criado.
Assim, a equipe que trabalha guiada por testes reduz também as chances de precisar alterar o projeto depois de finalizado, e caso aconteça algum problema ele será solucionado de forma rápida e muito mais prática.
Como consequência de todos esses benefícios, a equipe também ganha mais tempo e mais qualidade para desenvolver os softwares.
Frameworks e suas respectivas linguagens
Os frameworks são conjuntos de códigos prontos, com diversas funções pré-estabelecidas, que podem ser utilizados no desenvolvimento de aplicativos e sites.
Ou seja, frameworks são ferramentas que facilitam a aplicação de funcionalidades no sistema que está sendo desenvolvido.
Assim, a equipe consegue entregar o projeto com a mesma qualidade em um prazo antes do estabelecido, ganha mais produtividade e diminui o tempo de trabalho.
Na programação existem diversos frameworks para cada tipo de linguagem de programação. Abaixo vamos citar os principais entre as linguagens mais populares:
- Angular: é um framework baseado em TypeScript e liderado pela Equipe Angular do Google. Basicamente é uma plataforma com código-fonte aberto pensada principalmente para o profissional front-end, com diversos recursos disponíveis;
- Bootstrap: framework de código aberto utilizado por desenvolvedores das linguagens HTML, CSS e JavaScript. Ele é indicado para criar rapidamente protótipos ou aplicações baseados no design, que melhoram a experiência do usuário e garantem um site responsivo;
- Ionic: é um SDK (Kit de Desenvolvimento de Software) com pacotes de código aberto completo. Segundo o próprio site do Ionic, ele foi projetado para integrar outros frameworks, como Angular e React, e oferece recursos baseados em linguagens como HTML5, CSS e Sass;
- Junit 5: conhecido também como JUnit Jupiter, esse framework é um dos mais indicados para as aplicações em Java e JVM. Seu objetivo é ter uma base atualizada para testes Java, principalmente a partir do Java 8 em diante;
- NUnit: esse é o “Junit 5” da linguagem .NET. O NUnit é uma estrutura de teste de unidade de código aberto para toda linguagem .NET;
- Pure CSS: desenvolvido pela equipe do Yahoo, o Pure CSS é um framework da linguagem CSS que aborda um conjunto de módulos CSS pequenos e responsivos. A vantagem do Pure é que ele utiliza o CSS padrão, tendo um design responsivo e é totalmente gratuito;
- Pytest: framework de testes para linguagem Python que serve como suporte para testes complexos e facilita a criação de pequenos testes. Ele é um framework simples e flexível, que possibilita os testes do próprio unitest do Python.
Quando usar um framework?
Frameworks costumam ser utilizados em duas situações: a primeira é quando você está com o projeto pronto e precisa colocá-lo em um mockup para apresentar ao cliente.
Utilizando um framework, você poupa tempo, não precisa criar uma nova classe para essa apresentação e ainda assim garante um produto interessante para o cliente.
A outra situação é quando você ainda está iniciando como desenvolvimento de softwares e precisa entregar um projeto em um prazo apertado, já que o framework ajuda a finalizar o projeto em tempo hábil.
Entretanto, se você for um desenvolvedor iniciante, o mais indicado ainda é treinar para desenvolver suas habilidades e adquirir prática com as fases de execução do projeto.
Como o TDD se aplica ao Método Ágil?
As metodologias ágeis, criadas em sua maioria por engenheiros e desenvolvedores de softwares, são métodos que têm como objetivos melhorar a gestão de projetos na área de TI – e hoje são replicadas em outras áreas.
A relação entre o Test Driven Development e os métodos ágeis, que prezam pelo trabalho em curtos períodos de tempo, acontece principalmente entre as metodologias Extreme Programming (XP) e Scrum, já que elas possuem princípios e objetivos entre si, e eles se complementam com a proposta dog TDD.
Enquanto os devs que utilizam o XP trabalham no desenvolvimento das tarefas de valor para o cliente, os que utilizam o Scrum focam na execução da gerência de atividades. Ao mesmo tempo, ambos podem utilizar o TDD como método de testes que acelera o desenvolvimento do software.
Ao utilizar as técnicas do Extreme Programming e do Test Driven Development no mesmo projeto, você melhora a qualidade do código.
Isso acontece porque um dos objetivos do TDD é melhorar a qualidade dos softwares, diminuir as quantidades de erros e reduzir os custos na manutenção do mesmo.
Além disso, a junção do TDD e do XP aumenta a agilidade da equipe. Ao contrário do que se pensa, escrever testes antes de criar o código é muito mais produtivo.
O tempo gasto no início do projeto com testes faz com que ele seja compensado em todas as outras etapas do seu desenvolvimento, já que os códigos chegaram praticamente prontos para as iterações.
Para entender melhor como acontece essa relação entre o TDD e as metodologias ágeis, o IGTI possui um MBA em Engenharia de Software Ágil. Aqui, essas e demais questões sobre o desenvolvimento de programas são abordadas durante o curso.
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Além de todo o conhecimento adquirido, o MBA também lhe proporciona a chance de um aumento salarial na empresa em que você trabalha. Isso porque, de acordo com o portal Vagas, um Engenheiro de Software Ágil possui uma média salarial de até R$6.303,00.