O que é a Arquitetura Orientada a Serviços (SOA)?

A SOA é muito recomendada porque garante homogeneidade e mais agilidade na integração de sistema.

SOA é muito recomendada porque garante homogeneidade e mais agilidade na integração de sistemas.

Se você deseja começar os estudos na área de programação para ingressar no mercado de TI, precisa conhecer a Arquitetura Orientada a Serviços – ou simplesmente SOA. Isso porque a SOA representa uma das fases essenciais no progresso das aplicações do projeto.

Neste artigo vamos falar o que é, quais as vantagens e desvantagens e, porque você deve utilizar a SOA na sua rotina de trabalho. 

O que é Arquitetura Orientada a Serviços?

A arquitetura orientada a serviços é um conceito arquitetural que faz a integração otimizada entre diferentes aplicações, implementando novas funcionalidades ao sistema em formato de novos serviços disponíveis. A sua meta é facilitar o compartilhamento de recursos e aumentar a reutilização das soluções criadas.

Muito popular nos anos 2000, o conceito conhecido como Service-Oriented Architecture (SOA), traduzido para o português como Arquitetura Orientada a Serviços, é um padrão da arquitetura de software.

O objetivo principal da SOA é melhorar a forma como as demandas do mercado são atendidas pelo arquiteto de softwares e sua equipe, tornando sua operação mais ágil, flexível e eficiente. 

Em outras palavras, a arquitetura SOA serve para integrar diversos componentes de variados softwares diferentes em uma mesma solução. Dessa forma, ela possibilita que eles sejam utilizados para criar novas aplicações compatíveis com sistemas diferentes. 

Características da Arquitetura Orientada a Serviços

A Arquitetura Orientada a Serviços tem uma série de particularidades que caracterizam os seus serviços. Abaixo, listamos cinco delas para você conhecer. 

1. Ocultação de serviços

Uma das principais características da SOA se refere à abstração de serviços ao mundo externo. Dessa forma, toda lógica de funcionamento é restrita e as aplicações utilizadas nos serviços informam apenas o que elas fazem, mas não como elas são executadas. 

2. Baseado em padrões

Praticamente todas as soluções implementadas através da Arquitetura Orientada a Serviços são baseadas em padrões conhecidos no mercado. Por exemplo, o WSDL (Web Services Definition Language) e o protocolo de comunicação SOAP (Simple Object Access Protocol).

3. Reutilização de serviços

Com a SOA é possível reutilizar alguns serviços. Afinal, um dos propósitos da SOA é que os serviços possam ser utilizados em diferentes aplicações. 

Por conta dessa reutilização, você economiza tempo e recursos no seu projeto.

4. Interoperável

Um serviço interoperável é aquele que permite que o sistema se comunique de forma transparente, sem criar problemas. Neste contexto, é válido destacar que essa integração entre os sistemas não deve depender da plataforma ou da tecnologia utilizada para acontecer

Além disso, para que essa integração ocorra sem falhas, é importante utilizar corretamente os protocolos de comunicação e atender aos requisitos de interface dos sistemas. 

5. Composição de serviços

Assim como a reutilização de serviços, a composição de serviços também segue a lógica de aproveitar alguns componentes do sistema para compor novos serviços. 

Com a fragmentação de grandes problemas em menores problemas que podem ser resolvidos por funcionalidades específicas, você pode criar um novo conjunto de serviços, mais completo e mais abrangente, a partir da composição de vários serviços menores e menos complexos. 

<Leia também: O que é um processo de desenvolvimento de software? Práticas e desafios da área/>

Para que serve a SOA?

A princípio, a SOA surgiu com a promessa de resolver problemas e entregar sistemas facilmente distribuídos e altamente escaláveis.

De fato, ele cumpre o que se propõe a fazer. Uma solução baseada na Arquitetura Orientada a Serviços simplifica as relações entre os sistemas, aperfeiçoando o funcionamento e facilitando a inclusão de novos elementos. 

Por conta disso, os componentes de um serviço se tornam reutilizáveis e aplicáveis em outro serviço, independente da linguagem de programação utilizada.

<Vale a pena conferir: O que é Programação Orientada a Objetos (POO)?/>

Como funciona a Arquitetura Orientada a Serviços?

Os conceitos de arquitetura orientada a serviços facilitam a vida dos desenvolvedores web, pois funcionam integrando um componente central e sistemas de back-end. Isso permite que eles tenham acesso às interfaces de serviços e reaproveitem as funções já existentes. 

Para que isso dê certo, as funcionalidades do sistema são transformadas em serviços. Esses serviços são acessados via webservices e a integração é feita com o auxílio do Enterprise Service Bus (ESB) um barramento de serviços que deixa os serviços reutilizáveis e disponíveis em outros lugares. 

Dessa forma, é possível conectar componentes em um sistema de rede que transmite informações, reduzindo a dependência entre eles. 

Vantagens e desvantagens da SOA

A SOA é um conceito estrutural desenvolvido para facilitar a integração entre sistemas. Entretanto, assim como qualquer serviço, ela tem pontos positivos e negativos.

Abaixo, citamos as vantagens e as desvantagens que você deve considerar caso deseje implementar a Arquitetura Orientada a Serviços no seu trabalho. 

Vantagens

  • Garantia de homogeneidade nos processos;
  • Mais agilidade da integração de sistemas;
  • Redução no tempo de desenvolvimento.

Desvantagens

  • Aumento da complexidade para a governança devido à grande quantidade de serviços para serem gerenciados;
  • Dificuldade de implementar ações parecidas com o modelo DevOps devido à proposta da SOA de máximo reuso dos serviços; 
  • Performance depende diretamente do servidor onde o serviço está publicado. 

9 passos para implementar a Arquitetura Orientada a Serviços

Agora que você já sabe o que é a arquitetura orientada a serviços, suas vantagens e desvantagens, é hora de entender como essa abordagem pode ser implementada em uma empresa, com 9 passos que precisam ser seguidos pelo responsável pela nova estratégia:

Passo 1. Buscar apoio de lideranças e gestores

A etapa inicial consiste em obter apoio dos gestores e líderes de uma empresa, reunindo os principais benefícios que a estratégia de arquitetura orientada a serviços pode trazer para a organização, assim como um planejamento prévio sobre como ela será integrada na rotina operacional.

Passo 2. Definição de padrões e boas práticas

Depois disso, é importante ter o cuidado de criar os padrões e boas práticas que serão utilizadas pela SOA, para indicar como os desenvolvedores envolvidos no projeto devem alinhar o desenho de novas soluções em serviços.

Passo 3. Capacitação de desenvolvedores

Após criar os conceitos que irão guiar o setor, é hora de capacitar os desenvolvedores a respeito das diretrizes e padrões da arquitetura orientada a serviços, criando a base cultural para sustentar a nova estratégia.

Passo 4. Capacitação de gerentes e profissionais de outras áreas

Para garantir uma rápida implementação dos conceitos de arquitetura orientada a serviços, é relevante mostrar como gerentes e profissionais de outras áreas podem contar com a área, mostrando o processo ideal que deve ser seguido por eles e o que eles podem esperar de retorno.

Passo 5. Realização de ajustes processuais

Com a base consolidada, é hora de ajustar os processos internos do desenvolvimento de software, para que eles sejam transportados e alinhados com essas novas diretrizes com agilidade e eficiência.

Passo 6. Realização de provas de conceito (PoC)

As provas de conceito são etapas prévias da aquisição de novas soluções e servem para dar mais assertividade à arquitetura SOA, atribuindo o barramento de serviços, gerenciadores de APIs e repositórios que serão utilizados pelo setor.

Passo 7. Centralização do acesso às informações

A seguir, é necessário centralizar o acesso aos dados dos projetos em uma única plataforma, para facilitar a consulta e o levantamento de soluções.

Passo 8. Mapeamento de soluções

O mapeamento de soluções permite visualizar melhor o conjunto de soluções ligadas a cada projeto, além de servir para definir as prioritárias no fluxo de processos internos da SOA.

Passo 9. Seleção de projetos de maior valor

A implementação da SOA enfim pode começar, preferencialmente com projetos que agregam alto valor ao negócio, mas que possuem uma estrutura mais enxuta e fácil de controlar, guiando os passos iniciais do novo conceito arquitetural adotado.

Dicas práticas para otimizar os resultados da SOA

Quer mais? Então confira 10 dicas bônus para garantir os melhores resultados para arquitetura orientada a serviços aplicada ao seu negócio:

  1. Estude para dominar os princípios da SOA e aplicá-los de maneira correta; 
  2. Procure ajuda de um consultor (a) para auxiliar na implementação da SOA;
  3. Adote padrões populares, que estão em alta no mercado. Por exemplo UDDI, SOAP e WSDL;
  4. Nomeie os seus códigos de forma fácil e explicativa, para que outros desenvolvedores consigam entender o que foi feito até o momento;
  5. Nomeie também os seus serviços referenciando a que negócios eles pertencem. Assim fica fácil das pessoas que não fazem parte da equipe identificarem o projeto;
  6. Utilize o Enterprise Service Bus para fazer a comunicação entre os sistemas;
  7. Não acumule dados de outros serviços, como estornos e transações, no seu serviço atual;
  8. Tenha atenção ao transformar um item em serviço para não ficar sobrecarregado de serviços às vezes desnecessários; 
  9. Cuidado com as mensagens Simple Object Access Protocol (SOAP), um protocolo de envio de mensagens e troca de informações, e o seu formato XML que pode gerar um grande fluxo de informações;
  10. Divida bem os serviços para não sobrecarregar nenhum deles.

Segurança aplicada ao SOA

A proteção de dados também deve ser aplicada à arquitetura orientada a serviços. Diante de casos em que os prejuízos globais nas empresas chegaram a US$6 trilhões por conta de ataques cibernéticos às empresas, investir em cibersegurança é cada vez mais necessário. 

Por isso, o Web Services Security, em conjunto com as especificações WS-Policy e WS-SecurityPolicy, funcionam como forte sistema de segurança com políticas gerais de segurança estabelecidas, qualidade e confidencialidade, como, por exemplo, autenticação em tentativas de login ao sistema. 

<Confira também o post: Arquitetura de segurança: melhores práticas para proteger seus dados!/>

SOA vs Microsserviços

A SOA é um conceito da arquitetura de software com baixo acoplamento que possibilita que aplicações já existentes sejam facilmente acopladas a outras.

Já os microsserviços são uma arquitetura de software que possibilita que os núcleos de um aplicativo sejam divididos em pequenos serviços independentes que se comunicam entre si.

Abaixo, fizemos uma comparação para você entender as diferenças entre cada arquitetura:

SOAMICROSSERVIÇOS
Arquitetura usada por toda empresaUsada pela equipe de desenvolvimento para cada aplicação
Implantados manualmenteImplantados de forma automatizada
Comunicação em ESBComunicação em APIs independente da linguagem
Não possui muitos testes unitários ou de integraçãoTestes de integração fazem parte da forma do serviço
Integração com outros sistemas, serviços e aplicaçõesIndependência entre os sistemas e linguagens de programação
Possui muitas operaçõesNúmero de operações reduzidos e maior flexibilidade

Qual a melhor arquitetura para o seu negócio?

Definir qual a melhor arquitetura é uma tarefa difícil, já que depende de qual problema você quer resolver. Por isso, é importante você avaliar o seu negócio para entender qual dos dois modelos de arquitetura melhor atende às suas necessidades. 

Para tomar a sua decisão, pode considerar que a SOA é recomendada para projetos mais simples, devido a seu alto número de operações. Enquanto os Microsserviços são indicados para projetos de alta complexidade. 

Independentemente de qual escolher, se bem implementadas individualmente, ambas arquiteturas trazem inúmeros benefícios para a empresa. Além disso, você pode analisar se não é o caso de trabalhar com as duas arquiteturas de forma a variar o uso de acordo com a necessidade de cada projeto.  

A melhor forma de investir nesse ramo é buscando uma boa especialização. Por isso, a Faculdade XP é a sua maior aliada. 

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