Bolha das Tulipas Holandesas: saiba tudo sobre a primeira bolha financeira do mundo

A bolha das tulipas causou uma forte crise econômica na Holanda, mas deixou aprendizados importantes.

De tempos em tempos o mercado financeiro é atingido por bolhas especulativas. Por conta dos prejuízos que causam, esses eventos são motivo de alerta e preocupação entre investidores de todo o mundo. O surgimento de uma bolha é praticamente o mesmo desde a tulipomania, episódio envolvendo tulipas holandesas.

Não se engane pensando que esse se trata apenas de um apelido. Na realidade, o mercado do século XVII foi de fato agitado pelas belas e famosas tulipas. No artigo abaixo nós explicamos esse evento em detalhes, assim como as lições que ele deixou ao mercado.

Confira!

O que é uma bolha financeira?

Antes de dar detalhes sobre esse episódio histórico, entretanto, é preciso responder à pergunta: o que é uma bolha financeira ou bolha econômica?

Quando falamos de uma bolha, estamos nos referindo à supervalorização que um ativo sofre em decorrência de especulação. Nesse cenário, o papel se descola do valor real, comercializado muito acima do que valeria em condições normais.

Quando o mercado percebe que o preço está fora da realidade do papel, a bolha estoura. Nesse momento, o ativo volta para seu valor médio e alguns investidores que apostaram nele sofrem prejuízos.

No caso das tulipas, a bolha se formou em decorrência do desespero dos holandeses por tê-las.

História da bolha das tulipas holandesas

Foi no ano de 1593, na Holanda, que a primeira bolha financeira estourou. Na ocasião, o botânico Carolus Clusius voltava de uma viagem à Constantinopla (hoje Istambul, na Turquia) carregando alguns bulbos de tulipa para plantar no seu jardim.

A flor, que até então era novidade no país, despertou o interesse entre os moradores por sua beleza e raridade. Tal fascínio fez com que vizinhos de Clusius invadissem o seu jardim para roubá-las e vendê-las. Pouco depois, a flor passou a ser comercializada como símbolo de status.

A obsessão pela tulipa e a inevitável alta na procura foi tamanha que alguns holandeses chegaram a oferecer terras e imóveis em troca de alguns bulbos. Em um único mês, o valor de venda chegou a aumentar em mais de 20 vezes.

A história das tulipas holandesas causou grande agitação e até hoje é tida como referência no mercado financeiro. Entre os estudiosos, ganhou diversos nomes, os mais populares:

  • Bolha das tulipas;
  • Crise das tulipas;
  • Febre das tulipas;
  • Mania das tulipas;
  • Tulipomania.

O que aconteceu na febre das tulipas

Como dissemos, a febre das tulipas foi causada pelo grande interesse dos holandeses naquela flor, até então desconhecida no país.

Tal procura fez com que algumas pessoas, diante da oportunidade de lucro, roubassem os bulbos para revendê-los. O resultado foi uma aceleração nos preços.

Sendo comercializadas a valores exorbitantes, as tulipas tornaram-se sinônimo de riqueza na Holanda. O que pouco se sabia, entretanto, é que a floração de uma tulipa ocorre até 12 anos após o plantio. Isso, somado a sua sazonalidade, fez com que a venda da planta ficasse limitada.

Plantação de tulipas na Holanda desencadeou uma bolha econômica
A Bolha das tulipas holandesas desencadeou uma forte depressão econômica na Holanda e impactou o mundo.

Para contornar esse problema “natural”, os comerciantes passaram a oferecer contratos de venda.

No contrato, o vendedor garantia ao comprador holandês que ao fim da temporada ele teria as suas tulipas ao preço pré-estabelecido. Essa prática originou o mercado dos derivativos, ou seja, os contratos futuros que protegem as operações.

A mania das tulipas foi tamanha que qualquer pessoa queria ter um contrato da flor. O objetivo era revendê-la na sua floração e obter grandes lucros. Em 1636 foram, inclusive, negociadas na Bolsa de Valores de Amsterdã.

O estouro da bolha das tulipas

Décadas depois do início da bolha que se formou, a Holanda vivenciou a sua primeira crise financeira. Na ocasião, que ocorreu entre 1636 e 1637, um dos compradores decidiu não honrar com o seu contrato de compra.

O episódio causou pânico no mercado e fez com que holandeses tentassem, desesperadamente, vender os seus bulbos. Como consequência, o preço das tulipas despencou rapidamente, chegando a 100 vezes menos que o valor anterior.

O que se seguiu depois foi uma série de eventos de prejuízo. Com a perda de valor da planta, inúmeros compradores deixaram de honrar com os contratos negociados, levando os vendedores à falência.

Rapidamente, as tulipas holandesas já não tinham mais valor.

A ascensão da crise das tulipas

A crise causada pelas tulipas holandesas se instalou logo nos primeiros sinais de que o interesse pela planta estava descontrolado. Com pessoas dispostas a venderem propriedades em troca de bulbos, o mercado inflou e os valores ficaram astronômicos.

Segundo o livro Crash – Uma breve história da economia, um único bulbo chegou a ser comercializado pelo equivalente a R$ 200 mil nos dias de hoje. Assim, uma tulipa passou a valer absurdamente mais do que, de fato, valia.

Com o estouro da bolha, o governo holandês tentou frear a crise que se seguia. Como solução, propôs arcar com 10% do valor dos contratos emitidos. A iniciativa, entretanto, causou ainda mais queda no mercado.

Nesse período, o país enfrentou uma depressão econômica que exigiu anos de recuperação.

Por que a bolha das tulipas holandesas deu errado?

Em suma, porque um comprador não conseguiu honrar o seu contrato e gerou uma crise: as pessoas passaram a ficar desesperadas para se livrar dos seus investimentos de forma rápida e manter os seus lucros.

Com isso, os preços despencaram e elas passaram a ter muito prejuízo, o que resultou em uma depressão econômica que, mesmo com a ajuda do governo, demorou anos para ser curada.

Lições que bolha das tulipas holandesas nos ensinou

Assim como qualquer episódio financeiro, a tulipomania traz ensinamentos aos investidores da atualidade. Um deles é a importância da análise cuidadosa de papéis, principalmente os que se valorizam rapidamente.

Investir em qualquer modalidade exige cautela.

Toda aquisição deve ser precedida por análises históricas, entendimento de riscos, adequação a perfil e diversificação de carteira de investimentos. Essa é a maneira mais indicada para investir com estratégia e o mínimo de segurança.

Bolhas financeiras que estouraram e impactaram o mercado financeiro

Engana-se quem pensa que a bolha das tulipas holandesas foi o único evento financeiro causado pela especulação.

De tempos em tempos, a sociedade lida com episódios como esse, em que um produto/ideia/serviço se destaca por seu excesso de liquidez. Veja exemplos:

Crise dos subprimes

Já no novo milênio, mais precisamente no ano de 2008, uma bolha imobiliária estourou nos Estados Unidos.

Na crise de 2008, ofertas desenfreadas de crédito imobiliário fizeram com que instituições financeiras declarassem falência. Os valores dos imóveis que antes estavam inflados caíram drasticamente, deixando o país — e o mundo — em crise.

Bolha da internet

Talvez a bolha mais famosa da atualidade tenha sido a da internet. Também chamado de bolha PontoCom, o episódio se passou entre o fim da década de 1990 e o início do ano 2000.

Na época, alguns investidores depositaram extrema confiança em empresas ligadas à tecnologia. Embora, de fato, muitas delas tenham se destacado anos mais tarde, a especulação foi a maior vilã.

Ao perceberem que o valor dos papéis não era compatível com as suas performances, os investidores começaram a vendê-los em massa. Isso causou um rápido derretimento e pânico generalizado no mercado.

Conclusão

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