O Certificado de Operações Estruturadas (COE) é um produto financeiro relativamente novo no mercado brasileiro, mas que vem chamando a atenção de investidores por unir características de renda fixa com variável. Mas, afinal, investir em COE vale a pena realmente?
Desenvolvido exclusivamente por bancos, esse ativo já é bastante popular em outros países, principalmente, no continente europeu e nos Estados Unidos, onde ele é conhecido por Notas Estruturadas (Structured Notes).
O que está por trás dessa modalidade de investimento? Ele é realmente seguro? Onde posso adquirí-lo?
Neste conteúdo, vamos esclarecer todas essas dúvidas para que você descubra se de fato o COE vale a pena. Leia até o final!
Investir em COE vale a pena?
Antes de chegarmos a conclusão se COE é um bom investimento ou não, vamos falar um pouco sobre a origem e principais características desse título.
O que é COE?
O Certificado de Operações Estruturadas (COE) é um título de crédito emitido por bancos, registrado pela Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados( CETIP). Geralmente, ele é distribuído por corretoras e outras plataformas de investimento autorizadas pela B3.
Em suma, esse produto é montado de acordo com uma combinação de notas de crédito indexadas a:
- derivativos nacionais e internacionais;
- índices de ações;
- moedas;
- commodities ;
- fundos, entre outros exemplos.
Dessa forma, a rentabilidade do COE depende diretamente do desempenho do ativo ou indexador ao qual ele foi atrelado.
O que mais aproxima esse ativo a um instrumento de renda fixa são suas duas modalidades de proteção que visam dar mais segurança e disponibilidade de retorno, como também proteger o investidor de perdas mais consideráveis.
Esses dois dispositivos são os seguintes:
- Valor Nominal Protegido: quando há garantia do valor principal investido.
- Valor Nominal em Risco: quando há possibilidade de perda até o limite do capital investido.
Isso é, o investimento em COE possui um sistema de pesos e contrapesos que ao mesmo tempo garante o retorno do valor nominal investido, mesmo em caso de prejuízo, mas também impõe um limite de rentabilidade atrelado ao teto.
Imagine que você tenha feito um aporte a título de R$5.000 reais em Certificado de Operações Estruturadas indexado ao dólar com teto de rentabilidade de 20%.
Caso tenha uma valorização do dólar de 23%, você receberá apenas o teto de 20%. Já se houver uma desvalorização de 20% no valor da moeda, há garantia de ter como retorno mínimo o montante aportado no título.
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Quais as vantagens de investir em COE?
Além das proteção do montante aportado e do conhecimento prévio acerca dos cenários de ganhos e de perda, o COE vale a pena em virtude de quais outros benefícios?
A primeira grande vantagem é a possibilidade de diversificar sua carteira de investimentos para títulos indexados em ativos internacionais de uma forma descomplicada de monitoramento e com risco controlado.
Além disso, como o COE funciona com uma carteira diversificada de ativos, ele acaba sendo uma forma mais conservadora de se expor à renda variável.
Por fim, as obrigações de Imposto de Renda ligadas a este produto financeiro são mais práticas e semelhantes às da renda fixa, pois não há necessidade de emissão de DARF.
Além disso, os descontos seguem a tabela regressiva com alíquota de 15% para investimentos acima de 720 dias e de 22,5% para aqueles abaixo de 180 dias.
Quais as desvantagens de investir em COE?
Para os investidores que buscam por liquidez diária, talvez o COE não seja uma boa alternativa. Nesse sentido, um título de Certificado de Operações Estruturadas é muito similar ao Certificado de Depósito Bancário (CDB).
Isso porque o COE é um investimento a longo prazo de aporte mínimo mais volumoso e cuja rentabilidade e controles de risco dependem do resgate feito apenas após a data de vencimento.
Em suma, quem busca uma opção para reserva de emergência, esse título de crédito pode ser uma péssima ideia, pois a pessoa pode desejar sacar a quantia a qualquer momento e ficará sujeita a grandes prejuízos.
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Além disso, o COE é um produto financeiro que geralmente está atrelado a ativos do mercado global e, consequentemente, sujeito à volatilidade desse cenário.
Portanto, se você não sabe lidar com as flutuações momentâneas e não confia em uma perspectiva de retorno a longo prazo, esse produto pode não ser a melhor escolha.
Afinal, COE é um bom investimento ou não?
Então, será que o COE vale a pena realmente? A resposta é: depende! Afinal, como qualquer outro título, é preciso analisar se ele responde às suas estratégias, objetivos e perfil de investidor.
Como já mencionamos nas vantagens e desvantagens, se você busca liquidez diária para sua reserva de emergência, ele não vale a pena. Entretanto, se procura um título que diversifique sua carteira para investimentos internacionais com horizonte de longo prazo, o COE é um bom investimento.
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