Imposto come-cotas: o que é e para que serve? Entenda!

Está entrando no mercado financeiro e se interessou pelos fundos de investimentos? Se a resposta for sim, você chegou ao lugar certo! Afinal, o imposto come-cotas incide direta e exclusivamente sobre esses ativos.

A gente sabe que a palavra imposto já causa um certo “arrepio”. Mas calma, a alíquota do come-cotas afeta de maneiras diferentes a depender dos tipos de fundos.

O percentual aplicado é referente ao tipo de fundo: se ele é de curto ou longo prazo. Além disso, dentre todos os tipos de fundos de investimentos, apenas quatro são taxados pelo come-cotas. São eles:

  • fundos de renda fixa;
  • fundos referenciados DI;
  • fundos multimercados;
  • fundos cambiais.

Para entender como o imposto come-cotas pode afetar seus investimentos, continue por aqui. Preparamos um conteúdo completo para que não fique perdido ao aplicar em fundos de investimentos que sejam taxados por ele.

Ao terminar a leitura você terá aprendido acerca dos seguintes tópicos:

  • o que é o imposto come-cotas?;
  • tributação de fundos: como acontece?;
  • fundos de investimentos tributados pelo come-cotas.

Boa leitura!

O que é o imposto come-cotas?

Ao entrar no mercado financeiro, o investidor se depara com a taxação dos investimentos. Existem várias, como por exemplo, Imposto de Renda, IOF e o come-cotas. Mas, você sabe o que é o imposto come-cotas?

Basicamente, ele funciona como uma antecipação da cobrança do imposto de renda nos fundos de investimentos que não possuem data de vencimento. Essa taxação acontece semestralmente, no último dia de maio e de novembro. 

O imposto é antecipado por motivos de incerteza do prazo que o ativo ficará rendendo na carteira. Mas, por que o nome come-cotas?

O termo pode ser um pouco engraçado, mas ele indica exatamente o que acontece. Os fundos de investimentos são vendidos por cotas. Então, quando acontece a cobrança do imposto, ele  “come” parte das cotas.

Entendendo o que é o come-cotas fica mais simples aprender sobre como é feita sua tributação.

Tributação de fundos: como acontece?

Em primeiro lugar, é importante saber que o come-cotas não substitui a cobrança do IR no resgate do investimento. Na verdade, pode-se dizer que a tributação dos dois funciona de maneira conjunta.

Para não ficar confuso, vamos começar te explicando como é feita a tributação do imposto come-cotas. Essa alíquota é cobrada com base no tipo de fundo, que pode ser tanto de curto como de longo prazo.

Neste cálculo é utilizada a tabela regressiva do IR. Para fundos de investimento de curto prazo a alíquota semestral é de 20% e, para os de longo prazo, de 15%. Ambas são os menores percentuais da tabela.

Confira abaixo a tabela regressiva do IR completa para compreender melhor essa questão.

imposto come-cotas: tabelas regressiva IR

É importante citar que a taxação é feita com base nos lucros conquistados no período. Então, caso você compre 10 cotas de fundos de curto prazo por 200 reais em junho/2021 e tenha lucrado R$ 50 até novembro/2021, a alíquota do come-cotas será de 20% sobre o rendimento.

O cálculo ficará da seguinte maneira:

R$ 200 investido + R$ 50 de lucro = R$ 250 de saldo

20% de R$ 50 do lucro semestral = R$ 10 retirados do imposto come-cotas

Saldo final: R$ 240 e lucro real do semestre de R$ 40.

Tributação do IR

Caso queira retirar a aplicação neste mesmo período, aí teremos que fazer mais um cálculo: o da alíquota do Imposto de Renda. Seguindo a tabela regressiva, o percentual referente seria o de 22,5%.

Porém, como já foi taxado com o come-cotas, a alíquota do IR fica como a diferença dos valores entre as duas. Confira o cálculo abaixo.

Alíquota IR de 22,5% – alíquota do come cotas de 20% = 2,5%

Portanto, o percentual total que irá incidir sobre o lucro será de 22,5%.

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Fundos de investimentos tributados pelo come-cotas

Agora que já sabe um pouco mais sobre como funciona o come-cotas, chegou a hora de potencializar esse conhecimento. Afinal, sobre quais fundos de investimentos ele incide? Confira abaixo os detalhes desses tipos de ativos.

Fundos de renda fixa 

O primeiro tipo de fundos de investimento que é influenciado pelo come cotas é o de renda fixa. Ele recebe esse nome pois, pelo menos, 80% da carteira deve ter ativos que são impactados pela Taxa Selic, inflação ou os dois. 

Geralmente, os ativos que mais recebem influência desses dois fatores são os investimentos de renda fixa. Alguns exemplos são:

  • títulos públicos federais: são emitidos pelo governo, quem investe com Tesouro Direto, por exemplo, “empresta” dinheiro e recebe os juros ao fim da operação;
  • debêntures: quem investe nesse ativo também está emprestando dinheiro, mas para uma empresa que necessite dele;
  • CDBs: é um título privado e seu funcionamento é um pouco parecido com o Tesouro Direto, no entanto no CDB o empréstimo é para instituições financeiras;
  • LCIs: são emitidas por bancos e quem investe nelas está comprando lastro de papéis do mercado imobiliário.

Além do come-cotas e IR, existe outra taxa que deve ser paga por quem escolhe o fundo de renda fixa. A taxa de administração serve para pagar os serviços do gestor do fundo. Ela é estabelecida anualmente, porém é cobrada de maneira parcelada durante o ano.

Fundos referenciados DI 

Os fundos referenciados DI têm basicamente as mesmas características do fundo de renda fixa. Eles se diferem apenas por uma questão: 95% da carteira do Fundo DI deve ser de títulos públicos atrelados à Taxa Selic

O investimento em Fundos referenciados DI é mais recomendado para o investidor conservador. Mas ele também pode ser usado por outros perfis, como uma maneira de diversificar a carteira de investimentos.

Fundos multimercados

O terceiro tipo de fundo é o multimercados. Ele tem esse nome pois flutua entre investimentos de renda fixa e variável.

Por ter essa característica é muito mais simples deixar a carteira diversificada, buscando assim uma rentabilidade expressiva e minimizando os riscos.

Além da taxa administrativa, que é comum a todos os tipos de fundos de investimento, nos fundos multimercados, o gestor pode receber a taxa de performance. Ela é cobrada quando a rentabilidade é superior ao prospectado pelos índices do mercado.

Por exemplo: Carlos aplicou em fundos multimercados tendo o CDI como referência. Caso o CDI renda 120% e o fundo 140%, será cobrada a taxa de performance em cima dos 40%.

Fundos cambiais

O último fundo afetado pelo come-cotas é o cambial. Quem escolhe esse tipo de fundo deve aplicar a maior parte da carteira em ativos que estejam relacionados a moedas estrangeiras.

Geralmente, os fundos cambiais são escolhidos como uma forma de fugir do impacto do aumento do dólar na moeda nacional. Por ser arriscado, esse investimento é mais indicado para o investidor arrojado, pois sua volatilidade é medida entre moeda real e moeda estrangeira. Portanto, é preciso estar atento também ao mercado da moeda escolhida.

No entanto, é importante diversificar a carteira para que os riscos sejam minimizados. E não custa lembrar que, mesmo que as aplicações sejam em moedas estrangeiras, a retirada é feita em Real.

Os fundos de investimentos são muito famosos por promover essa maior diversificação na carteira. Para entender a melhor forma de diversificar os seus investimentos, assista o vídeo abaixo.

Agora que sabe tudo sobre o imposto come-cotas, o que acha de potencializar seus conhecimentos? No blog da Xpeed School, a escola da XP, você encontra as respostas para as suas dúvidas sobre o mercado financeiro.

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