Juros simples: conheça o conceito e saiba como calcular em poucas etapas

Entenda o que é juros simples e como calculá-lo!

No mundo financeiro, entender o conceito de juros simples é fundamental para compreender o funcionamento da economia. Embora ele não seja tão popular quanto o juros composto, ele é igualmente importante.

Portanto, se você deseja ter uma vida financeira organizada, livre de dívidas e até mesmo investir seu dinheiro, será necessário entender o que é juros simples e onde ele se aplica na economia brasileira.

O que é Juros Simples?

O juros simples é um valor de remuneração para operações financeiras, como empréstimos e financiamentos, que é calculado, de forma fixa, em cima do montante inicial tomado pelo devedor.

Para melhor compreensão do seu funcionamento, imagine que você tomou emprestado R$8.000,00 a uma taxa de juros anuais de 10%. Além disso, suponha que você planejou quitar esse empréstimo em 3 anos.

Desse modo, você pagará R$800,00 de juros anualmente, totalizando R$2.400,00 ao final dos 3 anos. Ao fim do empréstimo, o valor total pago será de R$10.400,00 (R$8.000,00 iniciais + R$2.400,00 de juros).

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Para que servem os juros simples na economia?

A serventia dos juros simples na economia está em remunerar as pessoas/instituições que emprestam recursos financeiros e, consequentemente, fomentam a economia do país.

Isso acontece pois, além dessa operação envolver um risco financeiro para o credor, a inflação tende a desvalorizar a moeda e reduzir o poder de compra da população.

Desse modo, os juros atuam como uma remuneração compatível ao risco envolvido na transação e um mecanismo de defesa para que, na pior das hipóteses, o devedor pague um montante corrigido pela inflação e compatível com o valor tomado inicialmente.

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Como calcular juros simples?

Até o momento, entendemos o que é juros simples e qual é a sua serventia para a economia brasileira. Neste tópico, conheceremos a fórmula do juros simples, como calculá-lo e quais são as variáveis dessa equação. 

Mas antes disso, precisamos nos familiarizar com alguns termos. Para isso, vamos retomar o exemplo dos R$8.000,00 de empréstimo:

  • Capital inicial (C): é o valor base da conta. No exemplo citado, seriam os R$8.000,00 tomados de empréstimo pelo devedor.
  • Taxa de juros (i): é o percentual que incidirá sobre o capital inicial durante o tempo do contrato. No exemplo citado, seriam os 10% de juros anuais.
  • Tempo do contrato (t): é o número de vezes em que a taxa de juros incidirá sobre o capital inicial. No exemplo citado, seriam os 3 anos para quitação do empréstimo.
  • Juros (J): é o valor total de juros da operação. No exemplo citado, seriam os R$2.400,00 que foram pagos ao longo dos 3 anos de contrato.
  • Montante final (M): é o valor do capital inicial somado ao valor total de juros da operação. No exemplo citado, seriam os R$10.400,00 pagos pelo devedor.

Desse modo, temos as seguintes fórmulas:

  • Juros simples = Capital inicial x Taxa de juros x Tempo do contrato
  • Montante final = Capital inicial + Juros

Substituindo pelos valores do exemplo citado, temos:

  • Juros simples = R$8.000,00  x 0.10  x 3 = R$2.400,00
  • Montante final = R$8.000 + R$2.400,00 = R$10.400,00

Qual a diferença entre juros simples e juros composto?

A principal diferença entre o juros simples e o juros composto está na incidência da taxa. Enquanto o juros simples incide sobre o capital inicial, o juros composto incide sobre o capital atual. 

Para melhor compreensão, utilizaremos como exemplo uma taxa de juros de 2% ao mês para um montante inicial de R$50.000,00 ao longo de 12 meses. Contudo, teremos no cenário A os juros simples e no cenário B os juros compostos. Confira na tabela abaixo.

Tabela de juros simples e juros composto

Cenário A

No cenário do juros simples, temos: 

  • Juros simples = Capital inicial x Taxa de juros x Tempo de contrato  
  • Juros simples = R$50.000,00 x 0,02 x 12 = R$12.000,00
  • Montante final = Capital inicial + Juros simples
  • Montante final = R$50.000,00 + R$12.000,00 = R$62.000,00

Cenário B

Contudo, no cenário do juros composto, o que podemos observar é que o juros incide sobre o montante de cada mês. Dessa forma, temos o seguinte cenário:

  • Mês 01 = Montante inicial + Juros 
  • Mês 01 = R$50.000,00 + R$1.000,00 (2% de 50 mil).
  • Mês 02 = Montante atual + Juros em cima do montante atual
  • Mês 02 = R$51.000,00 + R$1.020,00 (2% de 51 mil).

E assim sucessivamente. Desse modo, temos que a fórmula utilizada para calcular o juros composto é: 

  • Montante final = Capital inicial x (1 + taxa de juros)tempo de contrato 
  • Montante final = R$50.000 x (1,02)12
  • Montante final = R$63.412,09
  • Juros compostos = Montante final – Capital inicial
  • Juros compostos = R$63.412,09 – R$50.000 =  R$13.412,09

Observe que, no cálculo do juros composto, o tempo de contrato entra na equação de modo a exponencializar o seu resultado.

Portanto, podemos concluir que a diferença entre o juros simples total e o juros composto total tende a aumentar conforme maior for o tempo de contrato, mesmo que as taxas de juros sejam as mesmas.

Observe no gráfico abaixo uma projeção dos dois cenários citados acima, porém, ao invés de termos um tempo de contrato de 12 meses, teremos 72 meses.

Comparação da curva do juros simples com a curva do juros composto

Podemos notar que, em um dado momento, a curva dos juros compostos se distancia da curva dos juros simples. Ao fim dos 72 meses, temos que o total de juros simples seria de R$72.000,00, enquanto o total de juros compostos seria de R$158.057,02.

<Leia também: Curva de juros futuros: o que é e como funciona a sua taxa?>

Onde encontrar e como identificar juros simples?

Como vimos ao longo do texto, o juros simples está presente em operações financeiras de empréstimo. Isso ocorre para que o credor consiga ter uma remuneração em cima do montante emprestado.

Para identificar o juros simples, basta observar se o acréscimo mensal/anual no valor total é fixo ou variável. Caso seja fixo, podemos classificá-lo como juros simples.

Em casos de juros compostos, temos a famosa “bola de neve”. Ou seja, são juros sobre juros, o que faz com que o montante cresça de forma exponencial.

Juros simples e investimento: como aprender sobre esses assuntos?

Como dito no início do texto, compreender o que é e como calcular o juros simples é fundamental para entender como a economia funciona. Contudo, se você almeja gerenciar melhor as suas finanças pessoais, se livrar de dívidas e investir melhor o seu dinheiro, existem outros conceitos que você precisa dominar e um deles é a renda fixa.

Renda fixa é um conjunto de produtos financeiros que possuem os rendimentos definidos no exato momento de compra, podendo ser remunerados por meio de juros prefixados ou pós-fixados.

É um excelente modelo de investimento para investidores iniciantes ou para investidores experientes que buscam bons produtos para diversificar seus investimentos.

Além disso, é uma modalidade de investimento considerada de baixo risco, uma vez que costuma ter uma garantia de pagamento, ou pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) ou pelo próprio governo federal.

Portanto, se você deseja dominar os investimentos em renda fixa e ser capaz de proteger seu dinheiro da inflação, multiplicar o seu patrimônio e evitar os riscos do mercado de renda variável, você precisa conhecer o Curso Renda Fixa: Ganhos com Baixo Risco.

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