Essencial para a economia do Brasil, para a população em geral e com atenção especial dos nossos investidores, o Comitê de Política Monetária (COPOM) é um órgão que gera grande impacto na rotina de consumo dos brasileiros e pode deixar esse efeito ainda maior para quem acompanha de perto a taxa Selic.
Dito isso, é possível entender a importância de saber o que é o COPOM e quais suas funções, não é mesmo?
Esse é o tema em foco desse post, em que vamos contar como o COPOM afeta uma série de investimentos em renda fixa, e como você pode acompanhar suas ações para planejar sua carteira. Pronto? Então continue lendo!
O que é o COPOM e quais suas funções?
O COPOM é o Comitê de Política Monetária ligado ao Banco Central do Brasil. Foi criado em 1996 para tomar a responsabilidade sobre a taxa de juros básica e demais decisões relevantes para a Selic e a política monetária nacional.
A partir dessas decisões, o principal papel do COPOM é manter a saúde e o potencial econômico do país, controlando desde o cenário interno para consumo até a forma como a renda obtida por meio de investimentos é calculada.
Outro grande objetivo atribuído ao comitê é o acompanhamento da inflação, índice sobre o qual possui uma meta a cumprir. Para isso, ele controla a oferta e valorização da nossa moeda, a concessão de créditos e outros fatores que servem para ajustar a taxa Selic.
De maneira bem básica, quando temos uma taxa de juros baixa, o consumo é incentivado, os preços caem e eventualmente ocorre a desvalorização do Real, causando aumento da inflação, medida pelo índice IPCA.
Na contramão disso, quando ocorre a alta da taxa de juros, investimentos indexados junto à Selic rendem mais, os preços sobem e o consumo é freado. Diminuindo a demanda, a tendência é ocorrer queda na inflação.
>>> Saiba mais em: O que acontece com o aumento da Selic? Tesouro, LCA e Ações!
Como é de se imaginar, não é tão simples definir esses indicadores, sendo necessário elaborar e implementar uma estratégia composta por diferentes setores ligados ao Banco Central, algo que veremos com mais detalhe a seguir.
Quem faz parte do COPOM? Quando e como ocorrem as reuniões?
Conhecendo o que é o COPOM e quais suas funções, vejamos quem faz parte deste comitê.
O vínculo que o órgão possui com o Banco Central do Brasil fica claro, ao percebermos que ele é formado principalmente pela presidência do BC e diretores de departamentos internos que afetam os parâmetros da nossa economia.
Por ordem de relevância, os membros do COPOM são:
- Presidente do Banco Central;
- Diretor de Administração;
- Diretor de Política Econômica;
- Diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos;
- Diretor de Fiscalização;
- Diretor de Política Monetária;
- Diretor de Regulação;
- Diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania;
- Diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações de Crédito Rural;
- Chefe do Departamento de Operações Bancárias e Sistemas de Pagamentos;
- Chefe do Departamento de Operações de Mercado Aberto;
- Chefe do Departamento Econômico;
- Chefe do Departamento de Estudos e Pesquisas;
- Chefe do Departamento de Reservas Internacionais;
- Chefe do Departamento de Assuntos Internacionais;
- Chefe do Departamento de Relacionamento com Investidores e Estudos Especiais.
Periodicamente, os membros do COPOM se reúnem para avaliar a situação econômica nacional e definir uma nova meta para a Taxa Selic, assim como as estratégias necessárias para alcançá-la.
O vídeo abaixo, feito em 2017, apresenta uma entrevista com o então presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Nele, temos uma explicação sobre como funcionam as reuniões do COPOM:
Entender o que é o COPOM e quais suas funções facilita a compreensão sobre como ocorrem suas reuniões.
Elas se dividem em duas sessões, normalmente em dias seguidos. A primeira delas serve para apresentar as análises técnicas pertinentes à inflação, atividade econômica, contas públicas e outras movimentações.
Na sessão seguinte, com base nas informações apresentadas no dia anterior, temos a proposição da meta da Taxa Selic, definida por um sistema de maioria de votos. Ao fim da reunião, as decisões e, principalmente, a meta de juros são divulgadas ao país.
Além disso, a cada trimestre o COPOM produz o Relatório da Inflação, que aponta as projeções subsequentes para a taxa da inflação e apresenta detalhes importantes sobre a economia brasileira, mantendo o ideal de transparência e compliance atribuído ao órgão.
Qual a relação entre o COPOM, Taxa Selic e os seus investimentos?
Com a responsabilidade de definir a meta para a Taxa Selic periodicamente e controlar a inflação, o COPOM atua diretamente sobre esses indicadores e, por consequência, impacta na rentabilidade de investimentos atrelados a ele.
Principalmente para quem investe em renda fixa, acompanhar as decisões do Comitê de Política Monetária e a flutuação da taxa básica de juros é uma tarefa essencial para a gestão ativa da carteira de investimentos.
Quando temos uma alta na taxa de juros, o Tesouro Selic e investimentos atrelados a esse índice se tornam mais vantajosos, mas é importante ficar atento à projeção futura e à previsão de vencimento para cada título.
Em contrapartida, quando temos uma queda na Selic, a tendência é que os títulos públicos se tornem menos interessantes, já que muitos deles são impactados por esse indicador. Nesse cenário, a indicação costuma favorecer investimentos em renda variável.
Mesmo para aqueles que priorizam opções em renda fixa, é uma boa oportunidade para diversificar a sua carteira com novas modalidades de aplicação.
Atenção aos resgates e vendas
Vale aqui uma ressalva importante para quem já possui os títulos. Quando temos essas flutuações nos índices, não significa que você deve se apressar para fazer o resgate e vender seus títulos. Isso acarretaria uma variação ainda mais arriscada na relação entre oferta e demanda. Nesses casos, a melhor opção é manter o título e aguardar a estabilização dos indicadores.
O caso do Tesouro IPCA, bem como outras variações do Tesouro Direto, deixa isso muito claro, já que honrar o vencimento assegura o rendimento acima da inflação mesmo com eventuais flutuações, por ser calculado em um modelo híbrido de IPCA (pós-fixado) + taxa pré-fixada.
Com isso, podemos concluir que entender o que é o COPOM e quais são suas funções fazem parte do dever de casa de todo investidor, dos iniciantes aos mais experientes, dos conservadores aos mais arrojados.
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Até a próxima!