O que é correção monetária? Conheça seu impacto nos investimentos

Entender o que é correção monetária pode te ajudar a compreender a lógica de correção de valores em um cenário de inflação acumulada. Afinal, a operação pauta o ajuste da moeda nacional (no nosso caso, o Real), em relação a outras circulantes em nível global. 

Parece algo distante de você? Mas saiba que a correção monetária faz parte da vida de grande parte dos brasileiros. Ela é aplicada em parcelas de financiamentos, salários e, claro, nos investimentos. 

Neste artigo, reunimos algumas informações importantes para te ajudar a entender o que é correção monetária e como ela impacta em diferentes tipos de movimentações financeiras. 

Boa leitura!

O que é correção monetária?

Como adiantamos na introdução deste artigo, correção monetária (também chamada de atualização monetária), representa os ajustes financeiros aplicados na moeda nacional — o Real — em relação ao desempenho de outras moedas e aos índices de inflação. 

O cálculo e os anúncios de correção monetária são atribuições do Banco Central. Periodicamente, o Banco utiliza indexadores como a taxa Selic e o IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo (no caso de títulos pós-fixados) para identificar a correção monetária a ser aplicada. 

Na prática: exemplo de ação da correção monetária

Para ficar mais fácil entender o que é correção monetária, que tal um exemplo cotidiano? 

Suponhamos que você tenha um crédito de R$15 mil para receber de uma instituição financeira. 

Se a inflação do período do empréstimo for de 10%, seu crédito valerá R$16.500 com a correção.  

Caso você seja um investidor de renda fixa, por exemplo, a correção monetária também irá impactar seus ganhos. 

Se a inflação e o rendimento do ativo forem equivalentes, isso significará que não houve ganho real. Entretanto, o poder de compra do investidor foi mantido. 

Diferença entre juros e correção monetária

Certamente, ao ler o primeiro exemplo do tópico acima, você pensou: “certo, então juros e correção monetária são sinônimos”. Atenção neste momento! Embora à primeira vista pareçam a mesma coisa, existem diferenças substanciais entre os conceitos. 

Enquanto os juros são valores adicionados a uma dívida, ou seja, cobrados como valores extras sobre um montante inicial, a correção monetária simboliza uma equiparação do valor, ou uma correção financeira. Isso significa que ela incide sobre o valor total de um investimento, incluindo  sobre seus juros. 

>>> Saiba mais: Diferença entre juros simples e compostos (GUIA!)

Como calcular a correção monetária?

Mas, afinal, como calcular a correção monetária? Aqui está o passo a passo.

Passo 1

O primeiro passo é consultar o fator acumulado do índice de atualização monetária em um período pré-determinado. Você pode consultar o fator acumulado de acordo com diferentes indexadores (sobre os quais falamos logo a seguir) na Calculadora do Cidadão, disponibilizada pelo Banco Central.

Passo 2

Após obter o fator acumulado, é hora de fazer a conta! Para isso, você multiplica o valor atualizado pelo fator acumulado apontado pela Calculadora do Cidadão. 

Suponhamos que a correção seja aplicada sobre um valor inicial de R$5.000,00 com um fator acumulado indexado pela taxa Selic equivalente a 2,74140543 em um período de 12 anos. 

Veja abaixo o resultado do cálculo realizado no portal do Banco Central: 

(fonte: Banco Central)

Principais indexadores de correção monetária

No exemplo anterior, utilizamos a taxa Selic como indexador da correção monetária calculada. Porém, é possível fazer o cálculo considerando diferentes índices, tais como: 

  • IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), considerado o mais abrangente;
  • IGP-M, muito utilizado em negociações no mercado imobiliário (presente, por exemplo, em contratos de aluguel); 
  • Taxa Referencial (TR),  um dos fatores que estabelecem a rentabilidade de títulos de capitalização, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), caderneta de poupança e investimentos relacionados a fundos imobiliários;
  • CDI, os Certificados de Depósito Bancários, muito utilizado como indexador em operações de curto prazo. 

Qual o melhor índice de correção monetária? 

Depende! Cada índice de correção impacta de maneira diferente o investimento realizado. 

Por isso, na hora de escolher seu indexador, considere aspectos como o objetivo do investimento (rentabilidade no curto ou no longo prazo) e o comportamento do mercado no momento do fechamento do contrato.

Impacto da atualização monetária nos investimentos e contratos

Já deu para perceber que, ao entender o que é atualização monetária, sua percepção sobre valorização de um investimento ao longo do tempo muda por completo, certo? 

A verdade é que a correção é essencial para amenizar a desvalorização da renda, recompor o poder de compra do brasileiro e assegurar a manutenção da rentabilidade dos investimentos. 

Entretanto, em alguns casos, ela não é suficiente para garantir que um investimento performe acima da inflação. Para isso, a melhor saída é conhecer diferentes tipos de investimentos e criar carteiras diversificadas e pautadas em diferentes índices. 

Inicie sua jornada como investidor

A melhor saída para manter a rentabilidade dos seus investimentos sem depender da correção monetária é construindo uma carteira diversificada e apoiada em diferentes indexadores. 

E nós podemos te indicar o melhor caminho a trilhar para compreender os conceitos e fazer escolhas compatíveis ao seu perfil de investidor! 

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*Créditos imagem de capa: Emil Kalibradov em Unsplash

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