O que é private equity? Tudo o que você precisa saber

É possível fazer investimentos em empresas que não possuem capital aberto? Saiba o que são os fundos de private equity (PE) e como funcionam.

Se você buscasse “o que é private equity” na internet há alguns anos, considerando a opção como caminho para investir, possivelmente encerraria as buscas com alguma frustração. 

Isso porque, historicamente, o modelo de investimento era tido como elitista, sobretudo por ser restrito aos detentores de grandes patrimônios. 

Contudo, com o passar dos anos, o cenário começou a mudar. Caminhamos para a democratização dos investimentos; e o surgimento de fundos de private equity com valores um pouco mais acessíveis é prova disto. 

Embora ainda demande o cumprimento de algumas condições específicas, investir em private equity (ou seja, destinar recursos a empresas já consolidadas no mercado) vem se tornando um tema de interesse para mais investidores. 

Você talvez faça parte deste grupo? Vamos, então, falar sobre investimentos private equity e os caminhos do produto no mercado? Boa leitura!

O que é private equity?

Private equity é o nome dado ao investimento em empresas já consolidadas no mercado, normalmente de grande porte. 

A grande diferença está no fato de que as cotas de private equity são compostas quase exclusivamente por ações de empresas de capital fechado, isto é, que não estão listadas na bolsa de valores.

Neste caso, detentores de capital destinam parte deste dinheiro para incentivar o desenvolvimento destes negócios, seja em um processo de expansão, lançamento de novo projeto ou criação de novas linhas de trabalho. 

Fundos de private equity

Os fundos de private equity surgiram nos Estados Unidos nos anos 1980. Eles têm o funcionamento semelhante ao de um fundo de investimentos convencional. 

Ou seja, a aquisição de cotas é feita por investidores interessados em estimular o crescimento de empresas que já apresentam potencial de desenvolvimento. Falaremos mais sobre isso a seguir.

Neste cenário, os cotistas de fundos de private equity costumam adotar uma postura ativa de gestão. O que isso significa?

Que compartilham sua expertise em administração de negócios, mediam relações com instituições financeiras, fazem renegociações de dívidas e gerenciam outros processos administrativo-financeiros, se assim desejarem.  

Então, por representarem um investimento com foco em expansão e desenvolvimento de um negócio já consolidado, os aportes em private equity são considerados de longo prazo, com duração estimada de 10 anos. 

Private equity e venture capital: quais as diferenças? 

Se você já pesquisou o que é fundo de private equity, certamente já se deparou com outra expressão popular no mercado de investimentos em empresas: venture capital

Mas será que estamos falando de conceitos sinônimos? A resposta é não. O que difere um private equity de um venture capital é, principalmente, o estágio de maturidade da empresa que recebe o aporte

Na primeira, como pontuado, o negócio é maduro, com visão expansionista ou de reestruturação. Em contrapartida, um venture capital busca investir em negócios em fase inicial, como startups e empresas recém-criadas. 

Considerando a alta taxa de mortalidade das startups no Brasil, entende-se que o investimento no modelo venture capital seja ainda mais arriscado. 

Entretanto, apesar de terem como alvo empresas em diferentes estágios, ambas as aplicações têm uma característica em comum: a participação ativa de seus investidores, no sentido de unir forças para desenvolver a empresa escolhida.

Além disso, outra diferença é que os ativos de venture capital são mais focados no setor de tecnologia, enquanto os fundos de private equity estão presentes em maior diversidade de setores.

< Leia mais em: O que é venture capital e como funciona? />

Outras categorias

Além do venture capital, considerado um segmento de private equity, há uma terceira segmentação possível. 

Ela também está relacionada ao estágio de maturidade da empresa aportada, e é considerada uma movimentação de altíssimo risco. Estamos falando de seed capital

Em essência, quem investe na modalidade seed capital destina recursos para um negócio ainda em fase de estruturação. Em outras palavras, trata-se de uma empresa que não “saiu do papel”. 

O próprio nome seed capital tem, como tradução, “capital semente”, e ajuda a entender a natureza deste tipo de aporte.

Afinal, assim como um empreendimento embrionário pode despontar como uma “startup unicórnio”, há a chance de falhar e converter os investimentos em prejuízos. 

Ainda assim, há empresas que receberam investimento seed money e, atualmente, estão bem consolidadas. Os dois principais exemplos disso são o Uber, em 2010, e o Nubank, em 2013.

< Quer saber mais? Confira: Seed money: saiba como funciona esse investimento />

Em todo caso, é fundamental ter cuidado, afinal, esses são grandes cases de sucesso. Se você, investidor, considera destinar recursos para estimular o lançamento de um novo negócio, deve considerar o fator risco-retorno envolvido na decisão. 

Quem investe em private equity? 

Como mencionado no início deste artigo, por muitos anos, o investimento em private equity foi restrito a uma parcela muito específica da sociedade. 

Isso porque o aporte em empresas já consolidadas e de capital fechado exige um elevado volume financeiro, o que torna a participação no investimento “exclusiva” a grandes empresários. 

Em geral, investidores qualificados devem ter, no mínimo, R$ 1 milhão investidos. Já os profissionais devem ter 10 milhões investidos.

Não por acaso, é comum que os cotistas da modalidade recebam convites das próprias empresas para fazê-lo, não sendo possível, em muitos casos, sequer acessar a oferta sem receber o convite. 

Contudo, o cenário mostra-se diferente atualmente. Mas por que isso mudou? 

Nesta reportagem do Estadão, uma representante da B3 afirma que 42% dos IPOs (ofertas públicas iniciais) de 2021 foram de empresas com investimentos por fundos de private equity ou venture capital. 

Isso mostra a relevância que estes fundos têm para o mercado de capitais, pois são eles que permitem às companhias crescerem e se estabelecerem.

E, agora que você já sabe o que é private equity, é o momento de entender como funcionam estes fundos. Confira.

< Indicação de leitura: IPO: o que é, como funciona e mais />

Fundos de private equity: democratização do investimento?

Os fundos de private equity surgem como uma possibilidade de democratização deste investimento. Neste caso, o investimento é feito de maneira coletiva. Para entender melhor, precisamos conceitualizar o que são fundos de investimentos.

O que são fundos de investimento?

Basicamente, os fundos de investimento são uma modalidade de aplicações em grupo. Nela, são reunidos recursos de vários investidores que repassam as decisões de investimentos para profissionais especializados (gestores ou administradores). 

Então, eles funcionam como uma espécie de condomínio. Aqui, cada integrante adquire uma cota (o equivalente a um apartamento) e paga uma mensalidade para a administração, seguindo as regras determinadas.

Dessa maneira, os recursos de várias pessoas formam o patrimônio do fundo, que é aplicado em conjunto pelo gestor. 

Como funcionam os fundos em private equity?

No caso dos fundos em private equity, o valor das cotas ainda costuma ser elevado. 

Porém, a segmentação das ações disponíveis em pequenas partes facilita o acesso aos investidores que não têm grande expressividade no mercado. Por conta disso, dificilmente seriam convidados a participar de uma equity no formato convencional. 

Para você ter uma ideia do funcionamento de fundos de private equity, elaboramos uma breve descrição das etapas básicas de negociação. 

  • Contato entre a empresa ou pessoa com interesse em fazer o aporte e a organização que oferece as cotas.
  • O potencial investidor avalia as características do negócio, têm acesso a relatórios e análises de performance e confirma se há potencial de crescimento.
  • O investidor tem acesso ao valor da companhia e das cotas a ele oferecidas. Nesta etapa, pode acontecer uma negociação entre as partes interessadas.
  • A partir da aprovação das condições, firma-se um contrato de investimentos que prevê formalmente a aquisição da(s) cota(s) do fundo de private equity. 
  • Cabe ao investidor acompanhar a gestão da empresa e participar, conforme sua expertise, ajustando-a às demandas do mercado em busca de valorização.
  • Ao fim do período de investimento, o fundo negocia as ações da empresa, revertendo o lucro para os cotistas. 

Ainda assim, os fundos em private equity podem ser acessados apenas por investidores qualificados e investidores profissionais. Os valores de investimento passam, por vezes, da casa dos milhões de reais. Como falado, é inacessível para muitas pessoas, certo?

Por outro lado, a proposta da  XP Investimentos é, exatamente, democratizar este tipo de investimento. O que isso significa? Que valores consideravelmente mais acessíveis são propostos como cotas.

E lembre-se: trata-se de um investimento de alto risco, logo, não há garantia de retorno. Mas, agora que você sabe o que é private equity e caso decida realizar esse aporte, é fundamental escolher um bom gestor do fundo e saber como ele montou seu time.

Essas são dicas de Chu Kong, acionista da XP em private equity, com mais de 20 anos de liderança no setor. Para conferir outros insights, veja este vídeo:

Quais os principais exemplos de private equity?

Finalmente, você sabe o que é private equity e os caminhos para investir em empresas consolidadas e com potencial de crescimento. 

Nessa linha, que tal conhecer alguns casos de empresas populares no Brasil e que já receberam aportes nesta modalidade? 

A Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) possui uma coletânea digital e gratuita. Nela, é possível conferir esses dois primeiros exemplos de empresas private equity no Brasil. 

Grupo São Francisco

O GSF é um dos maiores grupos de saúde do país, com 70 anos de história e mais de 100 unidades próprias, em diferentes estados. Estava em busca de um investidor minoritário para auxiliar na rentabilidade do negócio. 

Esse investimento veio da Gavea e, com menos de 3 anos, a companhia mais do que dobrou sua receita e aumentou em, aproximadamente, 40% a sua margem EBITDA.

Burger King Brasil

O BK Brasil foi lançado em 2011, como master franqueado, por meio de uma joint venture (associação de sociedades) da Burger King Corp. (BKC) e pelo equity brasileiro Vinci Partners. 

O que começou com apenas 100 restaurantes franqueados, seis anos depois já apresentava um grande crescimento: em dezembro de 2017, o IPO do BK Brasil movimentou R$ 2,2 bilhões na Bovespa. 

Atualmente, a marca tem quase 800 restaurantes espalhados pelo país (sendo apenas 30% franqueados) e mais de 18 mil funcionários que atendem cerca de 150 milhões de clientes por ano.

XP Investimentos

O primeiro aporte de capital na empresa foi feito por meio da Actis, Fundo de Private Equity da Coroa Britânica, em 2010, quando comprou uma participação minoritária (vendida completamente em 2016). 

Como diz Guilherme Benchimol, fundador e presidente: “Chu Kong foi o primeiro investidor a realmente enxergar valor na XP”

Atualmente, a XP Investimentos é uma das maiores empresas de investimento independente do país, com mais de 1,5 milhão de clientes.

Como uma das maneiras de diversificar seu portfólio de produtos, a instituição focou em estratégias para além da renda fixa. Um bom exemplo disso são os fundos de private equity, um projeto que é liderado pelo próprio Chu Kong. 

< Você pode ver mais neste conteúdo: Investindo em criação de valor: Indo a Fundo no Outliers com a XP Private Equity />

Mais opções de investimentos? 

Agora que você já sabe o que é private equity, que tal dar um passo além e construir uma carteira de investimentos diversificada? Buscar informações sobre diferentes produtos e aplicações é o primeiro passo. 

Aliás, diversificar a carteira é a principal maneira de manter seus investimentos mais seguros, não dependendo de um único ativo para ter sucesso. Mas, para isso, sempre é importante investir em conhecimento. Conheça os principais cursos da XP Educação que podem ajudar:

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*Créditos da imagem de capa: Erol Ahmed em Unsplash

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