O que é Peer-to-peer e como essa rede se relaciona com o mercado financeiro?

Veja como esse conceito se diferencia das operações financeiras tradicionais

Na hora da pesquisa sobre o que é Peer-to-peer talvez você tenha ficado confuso com os resultados. Em um lugar, a definição estava associada ao universo da tecnologia, enquanto no outro a relação era com as finanças. Aqui nós já adiantamos: ambos estão corretos — e até podem se relacionar.  

Neste artigo, nós falamos sobre o conceito de Peer-to-peer como rede distribuída e também como formato de transação. Quer saber como isso funciona, características, diferenças e até vantagens? É só continuar lendo!

O que é Peer-to-peer?

Em tradução para o português, o termo Peer-to-peer (também conhecido como P2P) significa ponto a ponto. Essa definição está associada ao seu conceito de tecnologia, no qual o Peer-to-representa um tipo de rede distribuída (em que não há centros e a informação se espalha de e para qualquer nó). Nessa rede, as máquinas conectadas ao sistema também atuam como servidores e mantêm o sistema ativo.

Mas não é só. Como dissemos, o termo também está relacionado ao mercado financeiro, em especial o de criptomoedas. Nesse contexto de Peer-to-peer investimento, ele representa uma forma de transação que ocorre diretamente entre uma empresa ou pessoa, ou seja, que dispensa um agente intermediador.

Onde surgiu?

Como recurso de tecnologia, o conceito de Peer-to-peer deu seus primeiros passos ainda na década de 1980. Lembra que dissemos que ele é uma espécie de rede distribuída? Isso significa que a arquitetura P2P se baseia em diversos computadores que se conectam a um mesmo software e compartilham informações. Isso te lembra algum recurso do século passado?

O Napster nasceu em 1999 como o primeiro programa de compartilhamento online. Com ele, era possível fazer download de arquivos hospedados no computador de outras pessoas. O sucesso foi tanto que ele foi precursor de outros serviços mundialmente conhecidos, como o Kazaa e o LimeWire.

Já o surgimento de Peer-to-peer como forma de transação descentralizada (também chamado de empréstimo Peer-to-peer) passou a existir nos anos 2000, quando a tecnologia avançou em recursos.

Como funciona a rede Peer-to-Peer?

Como dissemos, a arquitetura P2P foge do modelo convencional, no qual há a existência de um servidor central para compartilhamento de arquivos e informações. Para entender melhor, pense que as redes Peer-to-peer são compostas por computadores espalhados por todo o mundo e conectados virtualmente. Dessa forma, eles se transformam em uma espécie de servidor, consumindo e oferecendo dados.

Quando ocorre a conexão entre essas máquinas, elas podem acessar os sistemas e consumir as informações oferecidas. É o caso do protocolo Torrent, que viabiliza a distribuição de arquivos entre os usuários conectados.

Já no contexto financeiro, o Peer-to-peer funciona da mesma maneira. O que isso significa: que o dinheiro não precisa percorrer o caminho tradicional de ir de um banco a outro para, enfim, chegar até a conta de uma terceira pessoa.

Quando se fala em criptomoedas, é possível fazer esse processo apenas indicando o endereço da carteira do recebedor. A rede P2P é a responsável por fazer o envio, para qualquer parte do mundo, em poucos minutos e com taxas bem mais competitivas que a das instituições tradicionais.

Quais são as principais características de Peer-to-Peer?

Sem dúvidas, a principal característica da rede Peer-to-peer é o fato dela se estabelecer em um formato descentralizado. Isso permite que computadores de todo o mundo atuem, simultaneamente, como clientes e como servidores.

Além disso, entre outras características estão:

  • Conexão promovida entre usuários;
  • Facilidade de uso e integração de software;
  • Interface executada fora de navegador web.
Exemplo de rede centralizada e descentralizada (P2P)

E quais as diferenças entre P2P, mineração e exchange?

Com tantos termos e conceitos novos surgindo no universo de investimentos, é comum confundi-los em algum momento. Para evitar isso, veja o conceito e diferenças entre P2P, mineração e exchange.

  • P2P: ao longo desse texto você já aprendeu que P2P (ou Peer-to-peer) é o nome dado a uma rede de computadores descentralizada, no qual os usuários atuam também como servidores, e também é a definição de transações feitas entre usuários.
  • Mineração: assim é chamado o processo que coloca criptomoedas em circulação. Diferentemente de uma casa da moeda, que imprime notas de Real, a criptomoeda passa a existir a partir do trabalho de mineradores, que incluem novos blocos na blockchain.
  • Exchange: por último, exchange é o nome dado à plataforma digital na qual um investidor compra, vende, troca ou armazena suas criptomoedas. É como o trabalho de uma corretora de valores.

Quais as vantagens de P2P?

Como estamos falando sobre a rede P2P sob dois pontos de vista, listamos as vantagens de cada uma.

No contexto da arquitetura P2P, a vantagem é a de poder ter acesso a um documento na maior velocidade possível, já que o processo inclui o download em partes e de diferentes servidores. Isso sem falar que, no caso de quedas ou instabilidades, é possível se conectar a outro computador para consumir o arquivo desejado.  

Já no cenário financeiro, a adoção do formato P2P garante mais agilidade para as transações. Isso porque ele dispensa a participação de uma terceira parte. A possibilidade de negociação também é outro fator a se considerar. Uma vez que as transações ocorrem entre duas pessoas, cabe a elas estabelecer o valor a ser pago.

Tem desvantagens?

Se você é leitor assíduo do blog da XP Educação, já sabe que tudo que oferece vantagens também apresenta, em algum momento, desvantagens. Veja quais são elas:

Arquitetura P2P

O consumo de internet é uma preocupação comum entre quem utiliza rede descentralizada. Embora o programa usado tente, automaticamente, ajustar a taxa de transferência de arquivos para evitar que uma conexão seja totalmente dedicada ao envio de arquivos, um aumento no número de usuários dentro da rede implica em aumento de largura de banda.

Do lado oposto da velocidade, outro ponto de atenção no uso do formato P2P é o de deixar o computador lento. Isso porque ele passa a atuar como servidor, promovendo conexões e dedicando capacidade para as ações necessárias.

Transações Peer-to-peer

A preocupação com a segurança das operações é, disparada, a principal desvantagem desse formato. Como não há uma instituição para assegurar o processo, ele fica vulnerável a golpes.

Para evitar situações como essa, é preciso ter amplos conhecimentos do sistema de investimentos, em especial de criptomoedas, e tempo para buscar e avaliar compradores ou vendedores. Quem tem a agenda comprometida pode encontrar dificuldades para isso e, consequentemente, enxergar uma desvantagem no modelo.

Como Peer-to-Peer se relaciona com o mercado financeiro?

O conceito de Peer-to-peer nasceu baseado na possibilidade de um usuário atuar, simultaneamente, como cliente e servidor. Isso é o oposto de uma rede centralizada, na qual existe apenas um servidor fornecendo arquivos e informações para um grupo de computadores.

No mercado financeiro, esse termo se relaciona da mesma maneira. No caso, uma pessoa pode negociar a compra e venda de uma criptomoeda diretamente com a outra. Ao fazer isso, ela dispensa a intermediação de uma instituição financeira, que seria uma espécie de rede centralizada.

Como a rede P2P é aplicada em criptomoedas?

Na verdade, o P2P enquanto rede é estabelecido para compartilhamento de arquivos entre computadores. No caso das criptomoedas, o conceito Peer-to-peer é usado para se referir às pessoas que negociam a compra e vendas de moedas digitais sem a necessidade de uma corretora intermediando o processo.

Como o Peer-to-Peer impacta nas operações de criptomoedas?

Considerando que o P2P dispensa a necessidade de uma instituição intermediando as operações de compra a venda de criptomoedas, é possível dizer que o formato agiliza as operações, além de barateá-las.

Outro impacto provocado é a oportunidade que os investidores têm de negociar os valores das moedas entre eles, fugindo de padrões estabelecidos por corretoras.

É seguro?

Seja no contexto de arquitetura de rede ou de transação de criptomoedas, o P2P possui limitações e exige atenção.

No caso do conceito atrelado a uma rede descentralizada, é preciso lembrar que softwares podem ser alvos de vulnerabilidade e, consequentemente, de ataques maliciosos. Para evitar essas situações, é preciso conhecer a fundo a empresa responsável pelo programa, bem como seu histórico.

Já sob a ótica de P2P como formato de transação, é preciso se lembrar que a negociação paralela, sem intermediadores, é suscetível a golpes e fraudes. Neste caso, é preciso ter cautela para evitar maus negócios.

Como realizar negociações P2P passo a passo?

O primeiro passo para fazer uma negociação de criptomoeda em P2P é encontrar um vendedor. Normalmente os anúncios ocorrem em aplicativos de mensagens, como Telegram e WhatsApp ou redes sociais.

Ao encontrar a oportunidade, vendedor e comprador devem conversar e negociar os detalhes da transação, como valor (apresentado em moeda como o Real), forma de pagamento e prazo. Atualmente existem “marketplaces”, como a LocalBitcoins, que fazem essa conexão e viabilizam operações mais seguras.

Caso ambos concordem com as condições apresentadas, o vendedor informa seus dados bancários, enquanto o comprador indica o endereço de sua carteira de criptomoedas.

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