Do básico ao avançado: saiba o que é rentabilidade e como calcular

No mundo dos investimentos, a dúvida “o que é rentabilidade” é bastante comum. Ela se torna ainda mais importante quando o seu conceito é compreendido com mais clareza. Afinal, o termo se refere ao valor que o investidor ganhará por aquela aplicação. 

Um retorno de investimento de 5% anual, por exemplo, mostra que após um ano de aplicação, o investidor terá essa porcentagem de retorno sobre o investimento inicial. Na prática, funciona assim: se você investe R$ 5 mil, então, esse retorno será de R$ 250, o que corresponde a 5% de R$ 5 mil. Ficou claro? 

Para que você entenda melhor o assunto, preparamos um guia completo sobre o que é rentabilidade líquida, como calcular rentabilidade, entre outras questões. Leia até o fim e tire todas as suas dúvidas. 

O que é rentabilidade? 

Trata-se de um percentual de remuneração adquirido por meio do valor que você investiu. Em outras palavras, é a quantia que o investidor terá de retorno de uma aplicação. 

Quer um exemplo para entender melhor o que é rentabilidade? 

Bem, imagine que o João investiu R$ 100 em uma aplicação e, ao final do período, ele resgatou R$ 150. Nessa situação, a rentabilidade de João foi de 50%. 

Compreender esse conteúdo é fundamental para que você escolha o investimento que combine  mais com o seu perfil. 

Imagine que você pretende fazer uma viagem para o Rio de Janeiro e não sabe quantos quilômetros seu automóvel faz por litro de gasolina ou, ainda, que você vai fazer um jantar para a sua família e não sabe a quantidade de bebida que será necessária para o evento. 

Provavelmente, faltará combustível no meio do caminho ou não terá bebidas suficientes para todos os convidados do jantar, concorda? 

Com o seu dinheiro a preocupação é a mesma. Afinal, cada modalidade de investimento garante um retorno diferente para o seu planejamento. 

Por exemplo: ao analisar o Certificado de Depósito Bancário (CDB), o primeiro item observado é o retorno que esse ativo oferece. 

Se ele garante um rendimento que multiplicará 110% da CDI sobre o montante aportado, a taxa de rentabilidade é exatamente esse valor percentual. 

Quem compra um título de Tesouro IPCA+ deve ter em mente que a rentabilidade, novamente, é o valor percentual acordado no momento da negociação. 

Nesse tipo de modalidade de investimento híbrido, a rentabilidade é calculada por uma taxa de juros prefixada mais o valor do Índice de Preço ao Consumidor (IPCA).

É fundamental deixar claro que a rentabilidade é um valor conhecido pelo investidor no momento da compra apenas na renda fixa. Já para as opções da renda variável, a taxa não é definida e fica dependente da forma como o mercado faz a precificação dos ativos. 

Porém, essa oscilação pode ser utilizada em benefício dos investidores. Embora seja mais imprevisível, a renda variável tem o hábito de garantir uma rentabilidade média maior que a dos títulos de renda fixa. Como se sabe, ativos com mais risco  tendem a ter rendimentos mais altos. 

Qual é a diferença entre rendimento e rentabilidade?

Ao pesquisar informações sobre o que é rentabilidade, é normal que esse termo cause confusão com o rendimento. Apesar da grafia ser bem parecida, cada um tem a sua particularidade. Veja abaixo! 

  • Rentabilidade: indica a taxa de retorno de um determinado ativo;
  • Rendimento: o valor em dinheiro que uma pessoa ganhou além do capital investido. 

Imagine que o João investiu em uma ação que rendeu 10% em 6 meses e garantiu um lucro de R$ 300. Dessa forma, a rentabilidade está relacionada a porcentagem e o rendimento ao lucro. 

Quais são os tipos de rentabilidade? 

Agora que você já sabe o que é rentabilidade, vamos entender melhor quais são as formas de classificação deste termo? Ele pode ser definido conforme a aplicação ou não de taxas de Imposto de Renda, de administração, de corretagem, entre outras, no montante final:

  • Rentabilidade bruta: os impostos e outros tipos de taxas que voltam sobre o seu montante ou rendimento final não são considerados; 
  • Rentabilidade líquida: indica os seus ganhos reais com a negociação. 

Também há outras duas maneiras de classificar os tipos de rentabilidade. Aqui, é levado em consideração o princípio do valor real do dinheiro em virtude da inflação ou deflação. Como sabemos, embora o valor real seja invariável, o poder de compra pode ser corroído ou ampliado.

Diante desse cenário, a rentabilidade pode ser classificada em real e nominal. 

  • Real: o cálculo da taxa de retorno é mais complicado e apurado. Ele leva em conta os valores da inflação ou deflação do período em que foi aplicado o seu dinheiro. O Índice Nacional de Preço ao Consumidor (IPCA) é o indicador macroeconômico mais utilizado para estabelecer os valores dessa taxa. 
  • Nominal: considera somente o valor nominal de rentabilidade. A valorização ou corrosão do poder de compra não estão presentes nesse tipo de rentabilidade. Por isso, o cálculo dessa taxa de retorno é menos burocrático, no entanto, ela não traz o impacto real do lucro do investidor.

Como calcular a rentabilidade de um investimento? 

Se você chegou até aqui, provavelmente, está com dúvidas sobre como descobrir a rentabilidade de um investimento, não é mesmo? A partir de agora, mostraremos um passo a passo tanto para a renda fixa quanto para a renda variável. 

Cálculo de rentabilidade do investimento de renda fixa

No mundo dos investimentos, há vários tipos de renda fixa. Cada uma oferece um fluxo de remuneração para o investidor. Para facilitar o entendimento sobre o assunto, vamos utilizar a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) como exemplo. 

Imagine a contratação de uma taxa prefixada. Aqui,você saberá com antecedência qual é o percentual correto a ser aplicado no vencimento do título. E, diante desse cenário, veja abaixo a fórmula para fazer o cálculo. 

M = C X (1+I)T

Mas, o que representa cada letra? Apesar da fórmula ser um pouco confusa, a explicação de cada uma é mais simples do que parece.

  • M: o valor que será resgatado no período de vencimento, isto é, a quantia final da LCI;
  • C: adicione o aporte final, representando a quantia que foi aplicada inicialmente; 
  • I: informe qual foi a taxa de juros contratada, ou seja, a rentabilidade do título;
  • T: está associada ao período de aplicação. Exemplo: três ou cinco anos. 

Cálculo da rentabilidade de um investimento de renda variável

Já destacamos aqui no blog informações completas sobre o cálculo de rentabilidade das ações. E, como esses ativos são populares na renda variável, vamos adiantar algumas orientações. Mas é fundamental deixar claro o quanto é importante consultar outras informações no artigo mencionado, combinado? 

O primeiro passo é abrir um Excel ou o Google Planilhas. Nessa ferramenta, você deve usar uma linha para cada uma das ações e uma coluna para os itens a seguir. 

Agora, adicione o código da ação com o objetivo de automatizar a cotação da internet para o Excel, da mesma forma que explica o passo a passo da Microsoft.  

Você deve monitorar as datas de compra e venda na cota de corretas, que são emitidas pela corretora de valores. 

Em seguida, adicione a cotação do dia em que o papel entrou no portfólio, o que também está presente na nota de correção. Você deve delimitar ainda o número de ações, seja do mercado integral (lote cheio) ou fracionário (lote fracionado);

O próximo passo é multiplicar o valor da cotação pela quantidade de papéis adquiridos. É recomendável ainda somar a corretagem e os outros custos. 

Você deve comparar a cotação atual (disponível no portal InfoMoney) diante do custo de aquisição de cada papel.

Agora, analise a valorização ou a desvalorização do ativo. Nesse momento, deve-se considerar a quantia paga no dia da compra e cotação atual. 

Depois, multiplique a quantidade de ações pelas respectivas cotações atuais para verificar como está o desenvolvimento da carteira. 

Verifique a quantia atual consolidada. Some proventos e troque impostos e taxas sobre os lucros na aquisição de ações. 

Por fim, aplique o cálculo de rentabilidade, utilizando a fórmula abaixo. 

VALOR CONSOLIDADO / TOTAL INVESTIDO – 1

Após conferir a rentabilidade nominal, desconte a inflação para ter acesso a rentabilidade real. 

Como potencializar a sua rentabilidade? 

Outra dúvida bastante comum dos investidores é como potencializar a sua rentabilidade. Pensando nisso, separamos quatro dicas que podem ajudá-lo nesse processo.

1- Observe o imposto sobre o rendimento 

No Brasil, o Imposto de Renda recai sobre os rendimentos em grande parte das possibilidades de investimentos disponíveis, seja no Tesouro Direto, CDB e ações

Com isso em mente, sempre que você aplicar o cálculo da rentabilidade de algum título, deduza as cobranças de IR do valor ofertado na negociação.  

A boa notícia é que existem várias opções que são isentas de Imposto de Renda e que podem ser adicionadas em sua carteira de investimentos. Escolher essas alternativas é uma estratégia para proteger os seus lucros contra o ataque do leão. 

Veja abaixo quais são os principais ativos livres de impostos sobre rendimento. 

  • Caderneta de poupanças; 
  • Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
  • Certificado de Recebíveis Imobiliário (CRI);
  • Letra de Crédito do Agronegócio (LCA); 
  • Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA);
  • Fundos Imobiliários (FII); 
  • Debêntures Incentivadas;
  • Dividendos de ações e Fundos Imobiliários, entre outros.

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2- Tenha cuidado com as cobranças escondidas 

Geralmente, os investidores não levam em consideração algumas cobranças que ficam escondidas, como as taxas administrativas e taxas de corretagem

  • Taxas administrativas: cobrança que está acoplada em produtos financeiros (fundo de investimentos ou previdências privadas). Esse valor está relacionado a uma quantia, já pré-definida na negociação. Ela é paga para instituição financeira pela gestação e administração do portfólio de ativos que pertencem a esse tipo de produto. 
  • Taxas de corretagem: esse valor pode ser contornável. Afinal, o mercado contém várias corretoras, plataformas de investimento e bancos digitais e garantem isenção dessa tarifa. 

3- Trabalhe a paciência e a disciplina 

Quem está envolvido com o mundo dos investimentos sabe o quanto paciência e disciplina são fundamentais no dia a dia. Elas são importantes para qualquer tipo de investidor, seja aquele conservador, moderado ou arrojado. 

Pense, por exemplo, na renda fixa. Nesse cenário, quanto mais o investidor demorar para resgatar a quantia, maiores são as possibilidades de garantir boas taxas de retorno. 

Se você aplica uma quantia no Tesouro IPCA+, com data de vencimento em 2035, ele oferece um rendimento melhor do que aquela alternativa com período vencido em 2026. 

Agora, relembre as características da renda variável. Os investidores que não pretendem ter retorno imediato com day trade e análise técnica de gráficos, o longo prazo é uma boa saída, uma vez que ele traz premiações às carteiras escolhidas com critério e análise fundamentalista.

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4- Tenha uma rotina de estudos 

Por fim, e não menos importante, lembre-se de incluir em sua rotina um estudo contínuo para compreender com mais clareza o que é rentabilidade, quais são as melhores alternativas conforme a sua estratégia e perfil de investidor

O contato com materiais regulares também ajuda a conhecer a dinâmica do mercado financeiro e os principais elementos que influenciam os preços e os rendimentos. 

Uma dica interessante é utilizar tipos de conteúdos variados para expandir o seu conhecimento, como livros, blog posts, vídeos e cursos. 

Após descobrir o que é rentabilidade, vale a pena conhecer a XP Educação

Oferecemos uma variedade de cursos para que você aprenda em detalhes a dinâmica do mercado financeiro, além de descobrir alguns segredos para montar sua carteira de investimentos e, assim, maximizar os rendimentos tanto com ativos de renda variável quanto de renda fixa.

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