Futuro EAI e microsserviços: é possível trabalhar juntos?

Descubra o que é futuro EAI, a relação com microsserviços e como podem ser implementados nas empresas.

Uma das principais preocupações das empresas é a contenção e redução de custos, sem que isso prejudique o crescimento do negócio. Por vezes, uma das maneiras de fazer isso é por meio da integração de sistemas legados. 

É exatamente neste cenário que o futuro EAI se insere, uma vez que consegue consolidar uma grande quantidade de informações em tempo real. A sigla para Enterprise Application Integration pode ser definida como uma referência aos meios computacionais e aos princípios de arquitetura de sistemas. 

A ideia é que, mesmo utilizando tecnologias incompatíveis, por fazerem parte de sistemas diferentes, o processo de integração pode ocorrer e, até mesmo, ser gerenciado de maneira independente.

Quer conhecer mais sobre o que é EAI e a relação deste processo com os microsserviços? Será que eles podem trabalhar juntos? Leia e descubra!

O que é EAI?

O processo de EAI é definido por meio de padrões que foram criados para resolver uma variedade de problemas recorrentes da integração.

Basicamente, trata-se de referências estratégicas para resolver problemas de integração recorrente. Exatamente por isso, não podem ser consideradas como parte de um ESB como muitos ainda enxergam. 

O ESB é a maneira pela qual um componente de software centralizado realiza diferentes integrações aos sistemas back-ends. É um componente essencial da SOA (arquitetura orientada a serviços), que é um padrão da arquitetura de software.

Sendo assim, as estratégias de futuro EAI podem estar presentes em qualquer estratégia de integração, desde que forneça uma solução eficiente e efetiva para tal.

< Leia mais: O que é a Arquitetura Orientada a Serviços (SOA)? / >

O que são microsserviços?

Microservices, ou microsserviços, são um tipo de arquitetura de software que possibilita que os núcleos de um aplicativo sejam divididos em pequenos serviços independentes, mas que se comunicam entre si.

De acordo com Martin Fowler (reconhecido profissional na área de arquitetura de software, especializado em análise orientada a objetos) as características mais comuns entre arquiteturas de microsserviços são:

  • componentização via serviços;
  • ponto central nos produtos e não em projetos;
  • endpoints inteligentes e comunicação sem inteligência;
  • governança descentralizada e gerenciamento de dados;
  • infraestrutura automatizada;
  • design evolucionário.

Agora que você já sabe o que são microsserviços, confira em detalhes cada um desses elementos.

Componentização via serviços

A componentização é o desenvolvimento baseado em componentes, permitindo que o sistema final seja tratado como vários “minissistemas”. O objetivo desta estratégia é, exatamente, diminuir a complexidade, uma vez que cada elemento pode focar em apenas uma funcionalidade.

Sendo assim, a aplicação é dividida em serviços autônomos, ou seja, não possuem dependência de terceiros para funcionar. 

Isso não quer dizer que não precisem se comunicar com outras interfaces de serviços ou bibliotecas, mas que o serviço é independente dentro da sua capacidade de negócio.

Ponto central nos produtos e não em projetos

Com microsserviços, se constrói o conceito de trabalho de times em torno de produtos para atender demandas das organizações com continuidade evolutiva. 

Então, é diferentemente do que acontecia anteriormente, com participações pontuais dos profissionais em projetos que tinham início e fim. E que, ao chegar no resultado, toda a equipe era desmembrada e alocada em outros projetos.

Endpoints inteligentes e comunicação sem inteligência

A comunicação dentro da estratégia arquitetural de microsserviços difere bastante de arquiteturas monolíticas ou orientada a serviços (SOA). 

Sendo assim, é proposto que a inteligência esteja apenas nos nodos (serviços) e a comunicação seja a aresta (protocolo de comunicação) que liga os nodos. Ou seja, atuam diferentemente de outras metodologias arquiteturais que aplicam inteligência na comunicação.

Isso porque os microsserviços propõem que isso esteja disponível apenas nos serviços, que a comunicação entre os mesmos seja simples, adotando o conceito de hypermedia.

Governança descentralizada e gerenciamento de dados

A descentralização da governança e gerenciamento de dados vem como uma forte estratégia na metodologia de microsserviços e entra como um contraponto ao futuro EAI. 

Nesse caso, suas estratégias de governança e gerenciamento de dados nesta matéria são consensualmente centralizadas via ferramentas middleware que funcionam como um hub central.

< Indicação de leitura: Gestão de TI: tudo que você precisa saber para ingressar na área / >

Infraestrutura automatizada e design para falhar

É inviável trabalhar com a metodologia de microsserviços sem pensar em estruturas automatizadas e no projeto de produtos que sejam tolerantes a falhas. 

Sendo assim, deve fazer parte do dia a dia de qualquer time de desenvolvimento ferramentas que promovam:

  • testes automatizados;
  • deploys automáticos;
  • infraestruturas baseadas em containers;
  • controle de versão, entre outros.

Pois, sem isso, se torna insustentável o gerenciamento de serviços uma vez que os mesmos são descentralizados e autônomos.

Design evolucionário

O design de um microsserviço deve ser visto como algo que sempre pode evoluir

Seu caráter de sistema isolado e independente garante que, em alguns casos, promova facilidades para atender da melhor maneira e com a tecnologia mais adequada, aquilo que se propõe a fazer em termos de regras de negócio.

O que EAI tem a ver com microsserviços?

Agora você já sabe o que são EAI e microsserviços. Contudo, uma das principais dúvidas em relação ao futuro EAI é se esse conceito morreu devido ao crescimento de microsserviços. A resposta é negativa

Os padrões EAI foram largamente adotados em barramentos de ferramentas ESB completamente inflexíveis. 

Atualmente, a adoção de um ESB deve ter sua utilização voltada para uma infraestrutura, completamente distribuída, flexível e escalável, em que se pode realizar build, deploy e monitorar todo tipo de microsserviços de forma ágil e eficiente.

A ideia é continuar usando o ESB com estratégias de EAI para aquilo que foi construído para fazer:

  • integração;
  • orquestração; 
  • roteamento; 
  • processamento de eventos, etc. 

Porém, agora, voltado para microsserviços.

Hoje, entende-se que se deve buscar o uso de um ESB com estratégias EAI que sejam orientadas a serviços e não mais orientadas ao próprio ESB.

Além disso, é possível usar o ESB para serviços de gateway para segurança, políticas de execução e exposição de microsserviços como APIs abertas. 

Dessa forma, o serviço de gateway evita que você disponha de muitas horas de programação para construir algo que gerencie a integração de seus serviços de aplicação e recursos na nuvem por exemplo.

Como fazer uma comunicação eficiente com microsserviços?

A proposta para EAI juntamente com ESB é que esses deixem de ser um barramento e se tornem um servidor em tempo real, em que são recebidos muitos eventos de diferentes fontes para reagir proativamente.

Assim, o ESB hub deixa de ser o central para comunicação entre os serviços e passa a ser um nó na composição que fornece auxílio em tempo real para os outros serviços.

O futuro EAI

Como foi mostrado até aqui, e diferentemente do que muitos pensam, EAI e microsserviços não são inimigos, mas podem ser trabalhados de forma associada. 

Ou seja, é possível que as estratégias de EAI implementadas via um middleware ESB trabalhem em conjunto com estratégias arquiteturais de microsserviços. 

É válido lembrar que os padrões de integração são perfeitamente aplicáveis fora da ferramenta ESB, pois estratégias como enriquecimento de mensagens, filtros e  agregadores, ainda cabem e muito bem dentro da estratégia de microsserviços.

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