Entenda o que é Bovespa, como ela funciona e principais termos atrelados

Você com certeza já viu esse termo nos noticiários, mas sabe o que é Bovespa?

São tantos nomes, categorias e instituições que, às vezes, pode parecer impossível se inteirar completamente do mercado financeiro. Principalmente porque muitas dessas nomenclaturas sofrem ajustes e variações no decorrer do tempo, como é o caso da Bovespa, BM&F Bovespa, B3.

Infelizmente, essa dificuldade afasta novos investidores. Porque muitos acreditam que a bolsa de valores seja exclusiva para grandes traders, investidores e players extremamente maduros.

Isso, claro, reflete diretamente na porcentagem de indivíduos que investem nesse nicho. Em 2020, 3.147.040 brasileiros faziam parte dos investidores na bolsa de valores. Apesar de esse número parecer alto, ele não representa 2% da população do mesmo ano. Muito longe dos 52% de americanos que já realizam esse tipo de investimento, não é mesmo?

Bom, realmente, não estamos falando de algo tão simples como a poupança, mas também não é um universo restrito. Todo investidor tem capacidade de entrar no mercado de ações, basta investir tempo para conhecê-lo melhor. Acredite, não é o bicho de sete cabeças como parece nos filmes antigos.

Então, se você gosta de investimento, mercado de ações e quer entrar neste universo, um dos primeiros passos é conhecer a principal bolsa de valores do Brasil e entender como ela funciona.

Então, vamos analisar o que significa Bovespa e conhecer um pouco da sua história?

O que é Bovespa?

Bovespa é a sigla para Bolsa de Valores de São Paulo, uma entidade que se auto regula, com a supervisão da Comissão de Valores Mobiliários. Ela funciona como um mercado para negociar ações de empresas de capital aberto ou misto.

Ou seja, de um lado temos empresas de todos os portes, que gostariam de abrir o seu capital, e do outro os investidores com interesse em adquirir uma porcentagem. A bolsa é, portanto, o meio utilizado para que essas trocas ocorram. No primeiro momento de empresa para investidor (IPO) e no segundo entre os próprios players.

Na Bovespa, podemos encontrar grandes empresas como a Petrobrás, Vale, Magazine Luiza etc. Mas também startups, que até pouco tempo não possuíam capital aberto, e entraram muito bem no mercado. Como a Méliuz, startup mineira de cashback, que, de acordo com a CNN Brasil Business, viu suas ações subirem mais de 200% em três meses.

Vale ressaltar que a Bovespa, BM&FBovespa, ou, como chamamos atualmente, a B3 não foi a única bolsa de valores do Brasil, mas, hoje, é a principal no País. Sua sede está localizada no centro da cidade de São Paulo, com centenas de empresas cadastradas no setor de consumo, saúde, tecnologia, bens industriais, etc.

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Como funciona a Bovespa?

Antigamente, as bolsas de valores funcionavam tal como vemos em alguns filmes, muita gritaria, telefones e movimentos indicando quem está comprando e quem está vendendo as ações.

Muito longe do que vemos atualmente, não é? Se você nasceu nos anos 2000, talvez não compreenda muito bem essa visão. Então, de maneira resumida, na década de 90 existia um chefe de posto que atuava como um árbitro das operações, garantindo que as transações ocorressem de forma correta.

No salão, onde as negociações aconteciam, os setores eram divididos por ativo e, na prática, quem gritava mais alto saia em vantagem. Como era de se esperar, muitas confusões e mal entendidos aconteciam. E todos eram resolvidos pela Bolsa, tomando por base as imagens do “pregão”, colhidas durante a negociação.

Sim, era uma verdadeira loucura, mas muitos operadores consideravam emocionante. Até que, em 1997, o antigo sistema foi substituído por uma plataforma chamada Mega Bolsa, que realizava o processamento de forma tecnológica.

Então, em 1999 a internet surgiu como meio de transmissão das negociações, com o sistema Home Broker. As operações passaram a operar, inclusive, no período noturno, o After-Market.

Estamos nos aproximando, portanto, ao modelo que temos hoje. Diferentemente dos pregões dos anos 90, as negociações podem ocorrer em milésimos de segundo, com apenas alguns cliques que ligam os vendedores com os compradores de ações.

Veja na reportagem abaixo como foi noticiado, na época, essa transformação na operação da bolsa de valores:

Cronologia da Bovespa

Falamos anteriormente sobre alguns termos que são comumente utilizados para falar sobre a Bovespa, como BM&FBovespa e B3. Eles, no entanto, não são sinônimos, retratam, na verdade, a evolução da Bolsa de Valores de São Paulo.

Para entender, precisamos voltar um pouco no tempo e acompanhar a cronologia da Bovespa. Veja só:

  • 1820 – Inauguração das primeiras bolsas do Brasil, nos estados da Bahia e do Rio de Janeiro, de responsabilidade das secretarias de finanças estaduais;
  • Em 1917 foi fundada a Bolsa de Mercadoria de São Paulo, embrião da Bovespa;
  • Em 1966, essas e as demais bolsas existentes se tornaram autônomas, sem vínculo com o Estado;
  • A bolsa Mercantil & de Futuros (BM&F) começou, de fato, em 1986;
  • Bolsa de Mercadorias de São Paulo foi incorporada à Bolsa Mercantil e de Futuros, em 1991, formando a BM&F.
  • 1997: A BM&F se tornou o principal centro de negociação de derivados do Mercosul;
  • De 2000 a 2006 a Bovespa incorporou as demais bolsas de valores brasileiras;
  • Em 2007 é aprovado o processo de desmutualização da Bovespa, no qual os títulos patrimoniais são convertidos em ações, dando início a Bovespa Holding;
  • A integração entre a BM&F e da Bovespa Holding é aprovada no ano seguinte, originando a BM&F Bovespa, em 2008;
  • Por fim, em 2017, temos a fusão das atividades da BM&F Bovespa e CETIP SA – Mercados Organizados. Dando origem a B3  (Brasil, Bolsa, Balcão), 5ª maior Bolsa de Valores do mundo.

Talvez nesse momento você esteja preocupado com tantos termos, nomes e ações. Mas fique tranquilo, essa cronologia é só para deixarmos claro que Bovespa, BM&F Bovespa e B3 são termos relacionados ao processo de evolução da Bolsa de Valores de São Paulo.

Hoje você pode simplesmente chamá-la de B3, considerando, claro, que estamos falando de um mercado muito mais complexo que a antiga Bovespa. Passado o susto, existe mais um termo que precisamos explicar para você compreender exatamente o que a Bovespa faz e como ela impacta no mercado de ações: o IBovespa.

O que é IBovespa?

Assim como Dow Jones é o indicador financeiro do mercado de ações norte-americano, o IBovespa é o índice da Bovespa (B3). A ideia é ter um número que represente o desempenho das ações com maior volume de negociações em determinado período.

No gráfico acima temos o desempenho desse índice desde a abertura até às 18:30 do dia 26 de novembro de 2021. Analisar essas informações em diversos prazos (dias, mês, anos, etc.) é extremamente importante para verificarmos o desempenho e identificarmos tendências de alta e baixa.

Segundo a B3, o índice, criado em 1968, é resultado de uma carteira teórica de ativos composta por ações e units de companhias que preenchem a alguns requisitos. Como:

  • “Estar entre os ativos que representem 85% em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade (IN),
  • 95% de presença em pregão;
  • 0,1% do volume financeiro no mercado a vista (lote-padrão); 
  • E não ser penny stock

Vale ressaltar que não se trata de um índice fixo, afinal, existem muitas flutuações no mercado financeiro, não é mesmo? Portanto, para mantê-lo atualizado, é realizada uma reavaliação a cada quatro meses.

O que é Bovespa? Dica para se aprofundar no universo dos investimentos!

Pronto, agora você já sabe o que significa Bovespa, seu nome atual (B3), o que faz e o principal índice! Com informação é possível entrar no universo das ações com muito mais segurança.

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