Da ideia à validação de hipóteses de sucesso. Aprenda, com exemplos práticos, como aplicar um teste MVP!
Em contextos de incerteza de mercado ou de tecnologia, novas ideias, conceitos e estratégias precisam ser validados antes de se converterem em investimento. Afinal, nenhuma empresa quer perder dinheiro, não é verdade?
Por isso, é tão importante realizar o teste MVP. Isso porque ele permite avaliar a viabilidade de um produto e analisar sua aceitação no mercado, antes da empresa apostar em seu lançamento.
O teste MVP, sigla em inglês para minimum viable product (ou produto mínimo viável), é uma ferramenta conceitual para validar hipóteses.
O termo foi criado por Frank Robinson e popularizado por Steve Blank e Eric Ries, fundador da metodologia Lean Startup, para destacar uma questão simples e importante: vale a pena criar uma solução brilhante para um problema que não interessa a ninguém?
De acordo com Ries, um MVP é a versão de um novo produto que permite à equipe reunir o máximo de conhecimento comprovado do cliente com o mínimo de esforço.
Isso porque o teste MVP permite compreender bem o problema e explorar as diferentes possibilidades de solução. Envolve, assim, avaliar hipóteses sobre o que pode ou não funcionar, sobre os níveis de engajamento de clientes potenciais, sobre o tamanho de mercado e vários outros fatores.
Nesse sentido, usar a validação MVP para testar um modelo de negócio é provavelmente a estratégia de lançamento de produtos e serviços mais popular entre as startups.
Teste MVP: o que é e para que serve?
O teste MVP é uma abordagem para validar hipóteses de interesse para um determinado problema. A sua ideia básica é que a experimentação leva a melhores resultados. Ou seja, o processo de testar um produto mínimo viável deve passar por: elaborar ideias, levantar hipóteses, experimentar, avaliar os resultados e decidir.
A questão é que, para empreendedores e inovadores, realizar experimentos custa dinheiro, tempo e esforço. Assim, a ideia fundamental do MVP é obter, com o menor investimento possível, o máximo de informação possível sobre o problema. Com isso, os investimentos tornam-se mais assertivos, interrompendo projetos pouco promissores logo no seu início.
Dessa forma, é possível priorizar investimentos em projetos ou ideias com maiores chances de sucesso. Essas chances, por sua vez, são bem mais assertivas que apenas insights após as hipóteses terem sido validadas no teste MVP.
Vejamos, abaixo, alguns exemplos de como fazer um processo de validação MVP.
Exemplos de como fazer um processo de validação MVP
Os dois exemplos que apresentaremos a seguir são icônicos e reúnem ideias para inspirar você ao mesmo tempo que ensinam na prática como testar um MVP.
Zappos
Nick Swinmurn fundou a Zappos com base em um experimento para validar a hipótese: “existe demanda para um bom serviço online de venda de sapatos?”.
Para avaliá-la, Nick realizou um experimento bem simples: ele foi até uma loja (física) de sapatos e tirou fotos de alguns produtos, combinando com o dono da loja que voltaria e compraria os sapatos caso alguém decidisse comprá-los pela Internet.
Nick disponibilizou os produtos em um website bastante rudimentar, com funcionalidades limitadas de navegação e comunicação entre cliente e “loja”.
Mas, os resultados do MVP validado (que, no caso, era o site) foram animadores. Por meio deles, Swinmurn aprendeu sobre a demanda real e a experiência do usuário, como suas necessidades, comportamento e decisão de compra.
O crescimento da Zappos foi impressionante. Tanto que, em 2009, foi vendida – muito a contragosto de seu fundador – para a Amazon, por US$1,2 bilhão.
Groupon
Num dado momento da história da Internet, havia o The Point, uma plataforma de “ativismo coletivo” que possibilitava organizar ações cívicas, influenciar a mudança e o impacto social positivo.
Andrew Mason e seu time eram fascinados com a ideia, e investiram onze meses de trabalho intenso no seu desenvolvimento. Depois de lançar o The Point, no entanto, os fundadores perceberam que, apesar da ótima ideia, o valor obtido foi muito inferior ao criado – ou seja, concluíram que o negócio não era viável.
O momento “revelação” veio quando Andrew decidiu usar a mesma estrutura de plataforma para ajudar a vender, com bons descontos, as pizzas produzidas no restaurante que ficava no andar térreo do prédio que sua startup ocupava.
A ação foi um sucesso, o que levou o time a desenvolver um website simples para vender cupons de desconto, validando a dinâmica de divulgação, venda, entrega e execução das ofertas – nascia então o Groupon.
< Quer saber como validar uma ideia para startup? Leia este artigo: O que é MVP – para que serve e quais os benefícios />
5 maneira de realizar seu teste MVP
Os dois exemplos descritos acima mostram todo o processo, desde a concepção da ideia até o teste MVP na prática. Agora, vamos mostrar como validar o seu produto mínimo viável.
Aqui estão cinco maneiras fáceis, mas comprovadas, de fazer a sua validação MVP antes de transformar sua ideia em um produto completo.
1. Entrevistas com clientes
Entrevistar clientes em potencial é a melhor maneira de validar seu MVP. Isso porque, por meio delas, você recebe feedback de usuários potenciais reais do seu produto. Você pode coletar informações valiosas dessas entrevistas sobre suas queixas e expectativas de sua base de usuários e melhorar seu produto antes de lançá-lo no mercado.
2. Financiamento coletivo
Sites de financiamento coletivo, como Catarse, ajudam inovadores a criar protótipos de MVP financiados por pessoas interessadas nesses projetos. Os benefícios do crowdfunding incluem uma base de usuários existente atraídos pelo seu produto e os fundos para levá-lo à produção.
3. Vídeos explicativos
Se você ainda não tem um produto, um vídeo explicativo pode ser uma ótima maneira de realizar uma apresentação corporativa.
O Dropbox fez exatamente isso com seu vídeo explicativo, pelo qual eles mostraram a sua funcionalidade para um grande público. O vídeo era simples – mas efetivo, comunicou bem o que eles queriam com o MVP, causando uma onda de inscrições que ajudou o Dropbox a chegar onde está hoje.
4. Landing pages
As landing pages (uma página que conta com todos os elementos voltados à conversão, do visitante ao Lead ou da oportunidade ao cliente) podem fornecer muitas informações sobre sua base de usuários em potencial.
O uso de ferramentas para capturar análises dos usuários pode ajudá-lo a coletar métricas que determinarão o interesse deles e ver como eles interagem com sua página. Nesse sentido, as landing pages são informativas tanto para o cliente quanto para o desenvolvedor do MVP e podem ajudar a orientar um produto na direção certa.
5. Testes A/B
Os testes A/B ajudam a determinar a melhor versão entre as duas. Por exemplo, você pode criar duas páginas da web para mostrar duas versões diferentes do seu MVP. Você pode então avaliar as entradas do usuário do teste A/B MVP usando plataformas como o Google Analytics.
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