O que são blocos econômicos? Por que você deve conhecê-los para investir melhor?

Você sabe o que são blocos econômicos? Sua resposta pode até ser “não” a princípio, mas você certamente já tem familiaridade com o termo. 

Em 2022,  por exemplo, os conflitos entre Rússia e Ucrânia expuseram fragilidades em blocos econômicos. Nesta matéria do portal O Globo, fala-se sobre a possibilidade de mudanças estruturais nos modelos econômicos praticados pelos blocos, sobretudo no que diz respeito ao país-sede de grandes fábricas. 

De maneira resumida, podemos dizer que os blocos econômicos são acordos realizados entre países com interesses em comum. Estes acordos facilitam negócios e viabilizam transações de diferentes naturezas. 

Mas, afinal, entender o que são blocos econômicos impacta na sua gestão de investimentos? A resposta é sim, e ao longo deste artigo você descobre o porquê. 

O que são blocos econômicos?

Blocos econômicos são associações feitas entre países para fomentar a relação entre os membros. Esta relação é, sobretudo, comercial, mas o acordo também impacta, positivamente, questões sociais e econômicas. 

Tipos de blocos econômicos

Para entender com mais profundidade o que são blocos econômicos, é preciso saber que existem diferentes tipos de acordos firmados neste modelo. 

Cada tipo de acordo facilita e viabiliza arranjos comerciais e econômicos diferentes. Veja alguns exemplos a seguir.

  • Zona de Livre Comércio: neste modelo de acordo, os países membros comercializam produtos entre si com isenção de tarifas e impostos.
  • União aduaneira: neste caso, a interação entre os membros supera a zona de livre comércio. Pode haver definição de uma Tarifa Externa Comum (TEC), paga por países fora do bloco ao fazerem negócios com os países integrantes.
  • Mercado comum: visa a circulação de serviços e pessoas. Além do livre comércio e da possível criação da TEC, este modelo propõe a livre circulação de pessoas e serviços entre os membros.
  • União Política e Monetária: propõe a adoção de um banco central comum, bem como a utilização de uma única moeda entre os países envolvidos. 

Qual a importância dos blocos econômicos? 

Os blocos econômicos são um importante driver para a evolução das nações. Ao firmarem um acordo, os países têm a oportunidade de desfrutar dos mesmos benefícios vivenciados por todos os membros. E isso, em teoria, independe de seu nível de maturidade e desenvolvimento.

Também é importante destacar o papel dos blocos econômicos como geradores de produtividade (uma vez que estimulam e facilitam as regras comerciais entre os membros), respeitando as particularidades naturais e industriais de cada região. 

Como consequência, o estímulo às relações comerciais entre os países membros de um bloco econômico aumenta a circulação de renda no grupo, gerando crescimento econômico mútuo aos integrantes.

Exemplos de blocos econômicos

Se você chegou até aqui sem reconhecer um bloco econômico entre as definições dadas anteriormente, é hora de se surpreender. 

Aqui estão alguns exemplos reais de blocos econômicos existentes no mundo. De quantos deles você já ouviu falar? 

União Europeia

Atualmente, a União Europeia é o único bloco econômico do mundo que segue o padrão de União Política e Monetária. É formado por 28 países europeus que compartilham, quase em sua maioria, além de facilidades comerciais, uma moeda única: o euro. 

Mercosul

Também conhecido como Mercado Comum do Sul, é o bloco econômico do qual o Brasil faz parte. Além do nosso país, o tratado também engloba a Argentina. Uruguai e Paraguai. Embora o nome engane, o regime de atuação do bloco econômico do Mercosul é o da União Aduaneira. 

APEC

Fazem parte do APEC, ou Cooperação Econômica Ásio-Pacífico, 21 países, entre os quais estão Austrália, Estados Unidos, China, Rússia, Chile e Canadá. 

Comunidade Andina de Nações (Pacto Andino)

Atualmente conhecido como Comunidade Andina de Nações, o antigo Pacto Andino é formado por Bolívia, Colômbia, Equador e Peru.

Como a macroeconomia influencia a análise de investimentos? 

Agora você sabe o que são blocos econômicos e quais os grupos mais conhecidos ao redor do mundo. Mas ainda falta a resposta a uma importante pergunta: de que maneira os blocos econômicos influenciam os seus investimentos? 

Para isso, vamos recorrer a dois conceitos importantes e interligados: o de análise fundamentalista e o de macroeconomia. 

Análise fundamentalista 

Análise fundamentalista é o nome do estudo da situação financeira, econômica e mercadológica de uma empresa, com o objetivo de identificar padrões e traçar perspectivas que ajudem a embasar uma decisão de investimento. 

Os três pilares citados (análise financeira, econômica e mercadológica) são as bases de uma boa análise fundamentalista. Antes de seguirmos em frente, aproximando a lente da chamada análise econômica — ou macroeconômica, dê o play no vídeo abaixo e entenda um pouco mais sobre o conceito:

Macroeconomia

A macroeconomia, um dos três pilares essenciais da análise fundamentalista, diz respeito ao estudo do cenário no qual uma empresa se insere. 

A avaliação macroeconômica considera diversos aspectos, que englobam desde os resultados do PIB (Produto Interno Bruto) do país até seus índices de inflação, passando por taxas como juros e câmbio. 

Mas não é só isso. Além de analisar indicadores pontuais, a avaliação macroeconômica também acompanha o desempenho de uma economia em seu contexto. Isso significa que considera indicativos de crises, guerras e outras situações políticas que contribuem para a adoção de medidas que impactam economicamente. 

Análise fundamentalista e macroeconomia: impactos nos investimentos

Nesse sentido, podemos dizer que os indicadores macroeconômicos influenciam diretamente sobre os investimentos, sejam eles de renda fixa ou variável.

Quer ver alguns exemplos? 

Quando falamos em investimentos em títulos públicos de renda fixa (como o Tesouro Direto), temos produtos atrelados a taxas que variam de acordo com performances macroeconômicas, como as taxas Selic e IPCA. 

Já os títulos de renda fixa privados (como as LCI e LCA) são indexados ao CDI, indicador fortemente relacionado à Selic. 

A relação entre macroeconomia e investimentos segue próxima quando falamos em renda variável. Neste caso, embora não seja tão direto, o impacto de aspectos contextuais é percebido na performance dos papéis na bolsa. 

Há empresas que reagem positivamente diante de uma tendência de queda na Selic — como as do setor de construção civil, que veem na queda da taxa um indicativo de aumento no poder de compra da população , enquanto outras, como as do setor financeiro, não. 

>>> Saiba mais sobre os impactos da Selic nos investimentos dando play no vídeo abaixo: 

Mais sobre análise de investimentos 

Saber o que são blocos econômicos pode te ajudar a enxergar a macroeconomia com mais clareza. Porém, há mais alguns aspectos que fazem a diferença na hora de escolher os melhores papéis para investir. 

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*Créditos da imagem de capa: Guillaume Périgois em Unsplash

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