Dólar x bolsa de valores: por que quando a bolsa cai o dólar sobe?

Você já parou para pensar na relação dólar X bolsa de valores? Por que as oscilações desses dois termos sempre aparecem juntas nos noticiários?

“Temor de nova variante puxa queda de 3,39% da Bolsa; dólar sobe a R$ 5,596.”

Fonte: UOL

“Dólar cai 0,53% e fecha em R$ 5,565; Bolsa tem 3ª alta consecutiva.” 

Fonte: UOL

“Dólar opera em queda, vendido a R$ 5,59, e Bolsa sobe 0,76%.”

Fonte: UOL

Como sabemos, a volatilidade do mercado está raramente atrelada a apenas uma variável. Afinal, estamos falando de um universo mais complexo, que pode sofrer alterações devido a crises políticas, sanitárias, acordos públicos e privados, ou até mesmo por um tweet de alguém influente no mercado.

A questão é que dificilmente conseguimos identificar uma relação exata e imutável entre as oscilações. O que os economistas procuram identificar é se existe uma relação direta ou inversa e se elas são proporcionais, baseada no histórico e na lógica financeira.

Falando especificamente do dólar X bolsa de valores, não apenas há uma ligação, como ela tem uma explicação econômica básica. Continue a leitura para entender melhor como isso se dá e quais as consequências financeiras.

Existe uma relação dólar X bolsa de valores?

Sim, como já adiantamos anteriormente, existe uma forte correlação entre a cotação do dólar e a bolsa de valores. E ela funciona de forma inversa e, normalmente, não proporcional.

Como podemos notar nas chamadas de notícias acima, quando há uma baixa do dólar, a bolsa de valores apresenta uma valorização e o contrário é válido.

Mas qual é exatamente a relação dólar e bolsa de valores? Por que quando a bolsa cai o dólar sobe?

Para explicar isso precisamos pensar em um dos fundamentos mais básicos da economia: se a demanda é maior que a oferta, os preços sobem, certo? Afinal, existem mais pessoas querendo determinado produto que ofertando ele no mercado.

Tendo isso em vista, o que precisamos analisar é o fluxo do dólar no Brasil. Uma das formas dessa moeda entrar em nosso país é quando empresas e pessoas físicas decidem investir aqui.

Para isso, a moeda entra e é convertida em reais. Isso quer dizer que aumentou a oferta de dólar no Brasil e, em simultâneo, ações são compradas. A consequência natural é um impacto negativo no valor do dólar, devido ao aumento da oferta, e uma valorização do IBovespa, devido à compra de ações.

Vale lembrar que nessa dinâmica estamos falando de grandes investidores. Os aportes, portanto, estão na escala de milhões ou bilhões. O alto volume, claro, tem maiores impactos tanto na moeda que entra, quanto na valorização do real e da bolsa de valores.

Ah! Mas sempre que o dólar cai a bolsa de valores sobe? 

Não! Como mencionamos, os dois elementos financeiros sofrem influência de inúmeras variáveis, que, inclusive, não são sempre correlacionadas. Imagine, por exemplo, que uma empresa norte-americana opte por realizar investimentos no Brasil, mas em vez de ações, ela decida investir em títulos públicos ou na indústria.

Bom, isso não terá qualquer relação com a bolsa de valores, certo?

Então, não haverá expectativa de valorização do IBovespa. Ou seja, nesse caso, o dólar pode cair, pelo aumento da oferta, e o índice Bovespa permanecer inalterado, valorizar ou desvalorizar de acordo com as demais variáveis.

O contrário também é válido, pode haver uma escassez de dólar, no país, não atrelada à venda de ações. Dessa forma, a moeda sai do Brasil, causando um déficit na oferta, mas não relacionado à bolsa de valores.

Outro exemplo que comprova a imperfeição dessa correlação é quando há um trânsito de investimentos. Por exemplo, quando o capital estrangeiro já entrou no Brasil e os investidores decidem vender títulos públicos e passam a investir em ações.

Nesse caso, há uma valorização do IBovespa, mas sem impacto direto no valor do dólar.

Você consegue perceber que a relação dólar X bolsa de valores é mais complexa do que pode parecer?

Então, de maneira resumida, há uma correlação negativa imperfeita entre esses dois elementos financeiros. Resultando, portanto, em uma expectativa de desvalorização de um, quando o outro valoriza.

Quer entender melhor quais são os fatores que afetam o dólar? Então não deixe de ler:

>>> Dólar alto é bom ou ruim? Por que ele sobe e qual o impacto disso?

Por que saber a correlação entre índices pode ajudar o investidor na diversificação da sua carteira?

Entender quais investimentos possuem correlação negativa ou positiva é essencial para garantir a diversificação da sua carteira. Essa, que é uma das principais dicas para minimizar riscos, muitas vezes é realizada de forma equivocada.

Não faz sentido, por exemplo, diversificar a carteira com três ou quatro ações do setor de bens industriais. Afinal, normalmente, elas são impactadas pelas mesmas variáveis. Isso quer dizer que, muito provavelmente, sofrerão valorização ou desvalorização em simultâneo.

O que pode gerar rendimentos muito altos, mas também prejuízos completos, sem qualquer compensação. Por mais que você possua um perfil mais arrojado, essa nunca é a intenção ao investir, não é mesmo?

Por isso até mesmo os maiores players do mercado possuem uma porcentagem em renda fixa, por exemplo.

O mais indicado, portanto, é que você consiga analisar quais investimentos não apresentam uma correlação, ou que ela seja negativa. Assim, quando um estiver desvalorizado, espera-se que o outro valorize.

Mas lembre-se de que estamos falando do mercado financeiro. É uma estratégia para gerenciar melhor os riscos, mas não uma certeza de compensação absoluta.

Afinal, como já falamos por aqui, as correlações não costumam ser perfeitas e os elementos financeiros são afetados por muitos fatores. Alguns, inclusive, desconhecidos ou não esperados.

Então, como diversificar com mais segurança?

“Ah! Mas como eu vou saber quais ativos possuem baixa relação, ou correlação negativa?”

Como já falamos por aqui, o mercado financeiro não é uma ciência exata. Isso quer dizer que não podemos afirmar, com certeza, que esse ou aquele ativo não apresentará nunca uma correlação positiva.

Mas, para diminuir os riscos, o ideal é optar por ativos indexados em diferentes taxas, ou ações de mercados distintos. Nesses casos, as chances de haver o mesmo movimento são menores. Afinal, normalmente, eles serão impactados por variáveis diferentes.

Lembre-se de considerar, sempre, o seu perfil de investidor, os objetivos estabelecidos e prazos, certo? Assim, você poderá optar por estratégias personalizadas para a sua carteira.

Agora que você já compreendeu a relação dólar X bolsa de valores e a importância da correlação de ativos, que tal entrar no universo das ações com ainda mais segurança?

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