Conheça os 6 fundamentos da Teoria de Dow

Criada por um jornalista americano, a Teoria ajuda o investidor a traçar tendências de variações nos preços dos ativos

Embora o mercado de investimentos tenha crescido nos últimos anos e, com ele, as tecnologias tenham viabilizado o nascimento de ferramentas mais modernas, os métodos antigos seguem sendo eficazes. Muitos analistas, por exemplo, usam a Teoria de Dow para avaliar as tendências de variações no preço dos papéis.

Quem tem interesse por operações de curto prazo, como o trading, deve compreender essa teoria. Afinal, nem mesmo os mais de 100 anos da sua criação reduziram sua relevância no mercado. No artigo abaixo, falamos sobre seu surgimento e fundamentos, além de tendências observadas e possibilidades de risco.

O que é a Teoria de Dow?

Quem está por dentro do mercado financeiro provavelmente já associou o nome da teoria a um importante índice: o Dow Jones. E o caminho é exatamente esse. Mas antes de trazer o seu conceito, é fundamental falar sobre o seu criador.

Charles Henry Dow foi um jornalista americano e fundador de um dos mais famosos jornais de economia do mundo: o The Wall Street Journal. Por sua forte relação com esse mercado, Dow identificou a necessidade da existência de um índice capaz de registrar as oscilações dos papéis. Assim, ele criou o índice Dow Jones.

Já a Teoria de Dow é um desdobramento de toda a história acima. Nela, o objetivo é traçar as tendências de variações nos preços das ações, tendo como base os aspectos passados.

Essa teoria é um dos principais conceitos usados como base para a análise técnica. Até hoje, ajuda o investidor a entender as variações nos gráficos dos ativos.

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Onde surgiu a Teoria de Dow?

Como deu para perceber, o jornalista Charles Dow dedicou parte de sua vida ao mercado financeiro. Além de um jornal, uma editora e um índice, ele elaborou estudos que foram usados como base para as análises técnicas.

Nesses estudos, ele monitorava o movimento das ações, onde pôde perceber a existência de ciclos no mercado. Antes da teoria ser fundamentada, no entanto, Dow faleceu. Coube a seus filhos organizar todos os seus escritos e, então, lançar a Teoria de Dow.

A partir dela, foi possível que investidores analisassem ações de maneira individual ou em agrupamento, além de indicadores do mercado.  Até hoje, essa teoria é usada por analistas ao redor do mundo que querem identificar tendências nas ações.

Conheça os 6 fundamentos da Teoria de Dow

Durante a formulação de sua teoria, Dow elaborou seis fundamentos básicos, também chamados de princípios de Dow. Eles são fundamentados nas tendências do mercado e consideram preços de fechamentos anteriores, assim como padrões gráficos e volumes de negociação. Com esses fundamentos, os investidores têm maior compreensão das análises técnicas.

1 – Os índices já descontam tudo

Esse é um dos princípios mais famosos elaborados pelo jornalista. Segundo ele, o mercado tem a capacidade de se adaptar aos acontecimentos e refleti-los em seus preços e índices.

Assim, se o mercado é eficiente, ou seja, se os preços dos ativos refletem as informações disponíveis, as notícias publicadas são rapidamente incorporadas e refletidas nesses papéis.

2 – Os mercados têm três tendências

De acordo com Dow e inspirado pelos movimentos do mar, o mercado de ações age em ondas. Nele, há três tendências principais:

  • Primárias: de longo prazo, como as marés. Assim, a tendência primária pode se estender de meses a anos e costuma representar 20% de alta (bull market) ou baixa (bear market) nos preços;
  • Secundárias: de médio prazo, como as ondas. Essa tendência é consequência da primária, assim como as ondas são provocadas pelas marés. Nela, os movimentos são de equilíbrio e correção, podendo variar de semanas a meses;
  • Terciárias: de curto prazo, como as marolas. Essas se tratam de pequenas variações de preços decorrentes da tendência secundária. Normalmente duram poucas semanas.

3 – As tendências primárias têm três fases

Considerando que a tendência primária é mais duradoura, ela foi subdividida por Dow em fases: acumulação, participação pública e distribuição.

  • Acumulação: é considerada a fase de oportunidade de compra. Isso porque o mercado já processou as informações que refletiam em tendências de baixa e a reversão começa a ser esperada, provocando alta nos ativos.  Normalmente essa fase é aproveitada por investidores mais preparados e atentos.
  • Participação pública: nesta fase, o mercado já compreendeu a tendência. Por isso, os investidores passam a adquirir os ativos e, consequentemente, os preços sobem de maneira significativa.
  • Distribuição: por fim, essa fase é provocada pela repercussão causada pelas notícias divulgadas. São elas que fazem com que as operações aumentem consideravelmente e os investidores, por sua vez, recolham seus lucros.

4 – Médias e índices precisam mutuamente se confirmar

Dow dizia que a confiança do mercado, assim como as tendências de alta ou baixa, deveriam ter os índices como referência. Isto é, se todos eles indicassem uma mesma direção e justificassem um ao outro, seria possível confiar no que estava sendo apresentado.

A razão para esse princípio é simples. Se todos os índices, refletem, de alguma maneira, a economia de um país, eles precisam se complementar e estar em conformidade.

5 – A tendência deve ser confirmada pelo volume

Ainda que secundário, o volume pode ser considerado como indicativo de tendências e variações. Assim, uma tendência de alta pode ser confirmada a partir do aumento do volume. Já a de baixa deve ser reforçada pelo aumento no giro e queda de volume nos repiques de alta.

6 – A tendência se dá enquanto não existe sinal de reversão

Em teoria, se não há sinal de reversão, a tendência deve permanecer. Ou seja, a alta ou baixa de um ativo deve se prolongar até que algum movimento contrário seja exercido.

Uma maneira de avaliar esse princípio é por meio de padrões gráficos, como os candle.

Principais tendências observadas na Teoria de Dow

Na Teoria de Dow, o mercado se move a partir de três tendências principais. Elas são classificadas em primária, secundária e terciária e servem para apoiar o investidor durante as análises.

Primária

As formações de topos e fundos acontecem de duas maneiras: ascendentes, em momentos de alta, e descendentes, em momentos de baixa. Com o tempo, o gráfico faz correções e a imagem se assemelha a de um zigue-zague.

Secundária

Formada por um zigue-zague menor, a tendência secundária é provocada pela primária e ocorre dentro de seus trechos. Lembrando que ela pode durar por semanas ou meses.

Terciária

A tendência terciária é formada por um zigue-zague ainda menor. Isso porque seu movimento dura, no máximo, poucas semanas.

A Teoria de Dow e da análise técnica tem riscos?

Assim como qualquer tópico do universo de investimentos, a Teoria de Dow também apresenta riscos. A principal delas está relacionada a como a análise é feita.

Nesse modelo, ela é pautada pelas movimentações do mercado, não pelos fundamentos e indicadores das próprias empresas. Isso faz com que as variações não tenham base, ou seja, mesmo que as companhias apresentem bons números, elas estão vulneráveis a quedas nos preços provocadas por notícias ou especulações.

É pela fragilidade e altos riscos dessa Teoria que os investidores devem ser cautelosos ao usá-la. Antes disso, é recomendado conhecer o mercado e ter boas noções sobre esse universo, em especial o de Trading.

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