Imagine que seu dinheiro esteja em uma montanha russa emocionante, cheia de altos e baixos. Seja nos momentos em que os juros estão nas alturas ou em queda livre, é essencial proteger seu patrimônio, não é mesmo? Por isso, preparamos um post para te mostrar como a taxa Selic afeta os investimentos.
De 2016 a 2020, a taxa básica de juros teve uma queda histórica. Depois de permanecer por um tempo no patamar de 14,25% ao ano, a Selic foi caindo drasticamente, até chegar aos 2%. De novo, ela ficou estável por alguns meses e, então, recomeçou seu viés de alta.
Como resultado, hoje vivemos um cenário bem diferente. Atualmente — novembro de 2022 — a Selic está em 13,75% ao ano, patamar atingido em agosto, e no qual vem se mantendo.
De acordo com as previsões do Banco Central, a taxa só deve cair para 13,50% em junho do próximo ano. E a expectativa é de que feche 2023 em 11,25%.
Uma vez que estamos nessa montanha russa financeira, é vital traçar uma estratégia para investir com segurança, concorda?
Vamos entender como a taxa Selic afeta a economia brasileira e quais impactos os ciclos de alta e baixa geram no seu bolso. Boa leitura!
5 questões para entender como a Selic afeta os investimentos
Sabemos que esse papo de taxa de juros e inflação pode parecer meio confuso em um primeiro momento. Mas, relaxa! Nosso papel aqui é simplificar tudo e te ajudar a entender como a taxa Selic pode afetar o seu dinheiro.
Por isso, começamos listando cinco questões vitais para entender o assunto. E aqui vai um spoiler: a macroeconomia tem tudo a ver com esses altos e baixos, sabia?
Portanto, continue a leitura para descobrir como isso acontece na prática.
1. O que é a taxa Selic?
A Selic é a taxa básica de juros do Brasil, visto que ela impacta na economia como um todo. Para resumir, ela norteia a remuneração das aplicações financeiras e os juros cobrados nos empréstimos e financiamentos.
2. Qual é a finalidade da taxa Selic?
O principal objetivo da Selic, sendo uma ferramenta de controle da inflação, é manter os preços estáveis no país.
Afinal, tanto o aumento como a redução dos juros refletem no poder de compra da população, no custo do crédito e, também, no retorno das aplicações financeiras.
3. Como a taxa Selic é definida?
A meta da Selic é definida nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC).
Funciona da seguinte forma: a cada 45 dias, o colegiado se reúne para analisar uma série de fatores, como: contas públicas, cenário externo, inflação e indicadores macroeconômicos. É a partir desse levantamento e estudo que se define a taxa Selic no próximo período.
E como já falamos em macroeconomia, agora é importante entender como ela afeta o seu bolso. Por isso, preparamos um vídeo com informações relevantes para que você compreenda qual seu impacto nos investimentos, e assim, realizar um bom gerenciamento de risco. Confira:
4. Como a taxa Selic afeta a economia?
Para considerar os efeitos das mudanças da Selic na economia nacional, é importante levar em conta alguns aspectos:
Decisões do Copom
A cada 45 dias, as decisões do Copom afetam a economia de diferentes maneiras. Quando a Selic aumenta, diminui ou se mantém no mesmo patamar, todas as outras taxas a acompanham.
Qual o impacto do aumento da taxa Selic?
O principal impacto do aumento da Selic é que o custo de captação dos bancos se eleva. Assim, linhas de crédito ficam mais caras, ao passo que o consumo diminui.
Por outro lado, o retorno das aplicações atreladas à Selic se torna muito mais atrativo, revelando uma ótima janela de oportunidade para quem deseja obter maiores ganhos com a renda fixa, por exemplo.
Qual o impacto da queda da taxa Selic?
Quando a Selic cai, a lógica é inversamente proporcional. Ou seja, o custo de captação dos bancos diminui, o crédito fica mais acessível e os investimentos pagam menos. Contudo, o consumo se eleva, e a inflação também.
Como complemento, confira este infográfico do Banco Central:
Infográfico: Efeitos de mudanças na Selic. Fonte: Banco Central.
Agora que abordamos qual o impacto da taxa Selic na economia brasileira de modo geral, vamos prosseguir com foco nos investimentos, ok?
Isso porque, os altos e baixos da taxa básica de juros têm diferentes reflexos nas aplicações financeiras, dependendo das classes de ativos.
E isso nos leva ao próximo tópico. Vamos lá?
5. Quais investimentos são afetados pela Selic?
De fato, boa parte dos investimentos em renda fixa é atrelado diretamente à variação da Selic.
Por outro lado, a renda variável também é afetada pelo aumento ou queda da taxa básica de juros, embora isso aconteça de maneira indireta.
Para começar, vamos ver quais são os efeitos da Selic nos títulos de renda fixa:
Tesouro Selic
Quando a Selic é reduzida, a rentabilidade do Tesouro Selic também diminui, uma vez que está atrelada à taxa básica de juros. Por outro lado, em períodos de alta, esses títulos passam a render mais.
Tesouro IPCA+
No Tesouro IPCA+ você tem a garantia da rentabilidade acima da inflação, somada a uma taxa pré-fixada, como: IPCA + 5% ao ano.
Caderneta de Poupança
Neste caso, podemos ter duas situações:
- Se a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% sobre o valor depositado + Taxa Referencial;
- Se a Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic + Taxa Referencial.
Outros investimentos em renda fixa
Quando a taxa Selic aumenta, a rentabilidade de investimentos como CDI, CDB, LCI, LCA e LC também fica mais alta.
Como a Selic afeta os investimentos em renda variável?
Já na renda variável, os efeitos da Selic dependem da área de atuação das empresas de capital aberto.
Para exemplificar, trouxemos um trecho de uma entrevista com Fábio Gallo, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV Eaesp):
“Empresas ligadas ao setor elétrico e ao mercado agrícola podem ser mais afetadas com a inflação causada por crises ambientais, como o baixo nível de reservatório das hidrelétricas.”
Em paralelo, a queda da Selic ocasiona um interesse maior pela renda variável, em busca de rentabilidade.
Em contrapartida, se a Selic aumenta, algumas pessoas encerram as posições no mercado acionário, ao invés de traçar uma estratégia de longo prazo e diversificar a carteira.
Com isso em mente, não deixe de conferir uma videoaula do método XP de avaliar as ações. Dessa maneira, você poderá orientar sua tomada de decisão de forma assertiva, considerando as oscilações do mercado de capitais.
A baixa da taxa Selic afeta quais investimentos?
De modo geral, podemos dizer que os investimentos mais afetados pela baixa na taxa Selic são os de renda fixa, especialmente aqueles que estão atrelados a ela, como é o caso do Tesouro Selic.
Também podemos citar a Poupança e as aplicações ligadas ao CDI — como CDBs, LCIs, LCAs — tendo em vista que este índice acompanha a Selic.
É importante lembrar que, do mesmo modo que o rendimento desses investimentos cai junto com a queda da Selic, como vimos anteriormente, diante de períodos de alta, eles tendem a gerar bons retornos, com toda a segurança da renda fixa.
< Quer aprender mais? Leia este post: Poupança e inflação: qual é a relação entre elas? />
Altos e baixos: como a taxa Selic afeta os investimentos?
Para entender como a taxa Selic afeta os investimentos, separamos três situações do mercado.
A primeira tem como base um cenário de baixa na Selic, a segunda traz um patamar intermediário, e a terceira mostra os efeitos de uma taxa básica de juros elevada.
Cenário de baixa: performance dos ativos com a Selic de 2,75% ao ano
Em 22 de março de 2021, o jornal O Globo divulgou a simulação do investimento de R$ 10.000. Para efeito de comparação, a publicação considerou: Poupança, Fundo DI, Tesouro Direto, CDB, LCI e LCA, além do FGTS.
Enquanto a inflação foi calculada em 4,6% no período, o rendimento real das aplicações ficou bem abaixo. Mesmo que paguem 100% do CDI, o cenário de juros baixos fez com que o retorno do CDB e da LCI/LCA fosse de apenas 2,8%.
< Quer aprender mais sobre renda fixa? Confira este post: Qual a melhor opção de renda fixa entre 5 títulos? />
Cenário intermediário: performance dos ativos com a Selic de 4,25% ao ano
Simulamos a aplicação de R$ 10.000 na corretora XP Investimentos. Nesse comparativo, o sistema utiliza como base uma Selic a 4,25% ao ano, por um período de 5 anos. Assim, temos o rendimento bruto de: Poupança, CDB, Fundo DI e Tesouro Direto:
No caso, o CDB da corretora XP paga R$ 13.515, o que é 6.60% superior ao mesmo produto oferecido por um banco tradicional. E, na outra ponta, o rendimento supera a Poupança em 15.74%.
Cenário de alta: performance dos ativos com a Selic de 13,75% ao ano
No cenário de alta, temos como base a taxa Selic atual (novembro de 2022), que está em 13,75% ao ano. Nele, temos a comparação do rendimento da Poupança, Tesouro Selic, CDB, LCI e LCA:
Simulação de aplicações em renda fixa em cenário de alta da Selic. Fonte: XP Investimentos.
Perceba como é notável o impacto da alta da Selic na rentabilidade, principalmente a partir de dois anos de aplicação. É ou não é uma boa oportunidade de lucrar com a renda fixa?
Bônus: desempenho da renda variável
Por fim, trazemos algumas observações sobre o desempenho da renda variável para quem quer lucrar tanto na alta quanto na baixa da Selic.
Alta da Selic: oportunidades no mercado acionário
O Valor Investe afirma que a alta da Selic valoriza os papéis de “bancos, seguradoras, empresas de cartões de crédito e de meios de pagamento”. De acordo com a matéria:
“A subida da taxa básica de juros impacta diretamente as receitas com juros cobrados dos clientes e, assim, a lucratividade das empresas.”
Isto é, mais pessoas buscam os serviços dessas companhias, o que valoriza seus papéis. Para complementar, veja outro trecho da matéria:
“As instituições financeiras devem mostrar um salto nos lucros do segundo trimestre, com a subida da Selic, a recuperação da economia e o crescimento das carteiras de crédito.”
Baixa da Selic: oportunidades no mercado acionário
Outro ponto importante é que, com a queda da remuneração na renda fixa, muitos investidores passam a dar mais atenção à renda variável, em busca de maior rentabilidade.
Se você não tem experiência com esse tipo de aplicação, pode optar por Fundos de Ações, que são “condomínios” de investimentos, e contam com a expertise de um gestor profissional. Ao comprar cotas desses Fundos, suas entradas e saídas são feitas por profissionais.
Dessa forma, os cotistas têm acesso à melhor relação risco-retorno, conforme as análises feitas por especialistas no mercado financeiro, em troca da taxa de administração.
E aí, você já sabe como usar a taxa Selic a seu favor?
Aprender a investir vai muito além de saber como comprar uma ação ou aplicar em um título do Tesouro. Envolve observar o mercado e entender como o que acontece no país e no mundo influencia a rentabilidade de diferentes tipos de instrumentos.
Ao compreender a influência da taxa Selic nos investimentos e como ela afeta o seu dinheiro, você faz melhores escolhas. Com isso, pode optar pelas aplicações com melhor rentabilidade para cada momento.
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