Você sabe o que é MVP? A princípio o conceito do Mínimo Produto Viável – uma tradução do termo inglês Minimum Viable Product – surgiu com grandes startups, mas também pode ser aplicado a pequenos empreendedores que estão começando agora no mercado e precisam validar o seu produto ou serviço.
Para entender melhor o significado de MVP e como ele pode influenciar o sucesso do seu negócio, preparamos este artigo recheado de informações. Entenda o que é MVP e quais os tipos existem, além de aprender também como criar um Mínimo Produto Viável e exemplos bem sucedidos.
O que é MVP?
Um Mínimo Produto Viável, ou apenas MVP, é uma versão mais simples de um produto – que nesse caso pode ser um software, um serviço ou até mesmo um produto físico – utilizando o mínimo de recursos, seja ele tempo ou dinheiro. Assim, o produto possui apenas as funcionalidades básicas e é utilizado como um teste entre um pequeno grupo.
Dessa forma, as pessoas selecionadas usam e avaliam o produto que estão consumindo antes do seu lançamento para todos os clientes. A partir do feedback dos usuários da versão funcional, são feitos testes e novas versões para aprimorar o produto final.
Por se tratar de um método de testagens, o MVP tem um papel importante nas metodologias ágeis. Afinal, elas também se baseiam nas testagens e na validação por parte dos usuários.
Quando surgiu?
Primeiramente, o conceito foi apresentado por Frank Robinson, CEO da SyncDev Inc – uma empresa norte-americana de desenvolvimento de produtos.
Entretanto, o conceito ficou popular apenas uma década depois. O responsável pelo sucesso em 2011 foi o empreendedor Eric Ries que tornou o MVP mundialmente conhecido após o lançamento do livro best seller “The Lean Startup”, vendido no Brasil como “A startup enxuta”.
Para que serve o MVP?
Agora que já sabe o que é MVP, saiba que ele tem dois objetivos: testar um produto e reduzir os custos de produção.
No primeiro objetivo ele ajuda a empresa ou o empreendedor a ter uma resposta sobre o seu produto. Ou seja, se ele é viável, se seria bem aceito pela população, se o saldo das vendas seria positivo, entre outras coisas relacionadas à aceitação do material.
Como consequência desse estudo prévio, o segundo objetivo é alcançado. Afinal, conhecendo a opinião dos usuários, o gestor consegue se planejar melhor no que diz respeito a produção, economizando tempo trabalhando e dinheiro investido.
Entretanto, a metodologia serve também para:
- Conhecer o mercado: por mais que você ache o seu produto inovador, às vezes a aceitação do mercado pode não ser tão positiva. Conhecer o mercado que deseja se inserir ajuda a entender se vale a pena continuar com o projeto do jeito que ele está ou se é preciso fazer melhorias para atender às necessidades dos clientes;
- Atrair parcerias: ter um bom MVP desperta o interesse de pessoas que podem ser fundamentais na divulgação do seu produto e na conquista de investidores;
- Conquistar investidores: você tem uma boa ideia, mas não tem o dinheiro total para investir nela? Com o seu Mínimo Produto Viável em mãos, pode apresentá-lo a investidores que, muitas vezes, apesar dos riscos, apostam em ideias ainda na fase de MVP. Assim, você conseguirá tirar o seu projeto do papel com uma boa margem para investir.
Características do MVP
De antemão, é fundamental saber que o MVP tem como um dos principais objetivos agregar valor para a vida do cliente através do software ou produto ofertado a ele. Portanto, a maioria das suas características envolvem o cliente e o seu ponto de vista sobre o que está consumindo.
Algumas das características são: agregar valor, ser factível e escalável, oferecer benefícios para os clientes e promover um ciclo de feedback que resultam em melhorias constantes.
Tipos de Mínimo Produto Variável
Apesar de o MVP ser uma prática muito popular entre as startups, qualquer empresa, em qualquer modelo de negócio, pode criar o seu próprio MVP. Afinal, é sempre interessante testar o seu novo produto antes de fazer o lançamento oficial.
Por isso, existem tantos tipos de MVP. Abaixo, listamos alguns deles para você conseguir identificar qual atende mais às necessidades do seu modelo de negócio:
MVP Concierge
O MVP Concierge tem esse nome porque segue a mesma lógica de um concierge de hotel. Nesse tipo de MVP, a solução é totalmente personalizada, desenvolvida para um pequeno grupo de consumidores e a sua apresentação costuma ser individual.
Muitas vezes, o produto também é produzido de forma manual. Entretanto, quando a etapa de testes chega ao fim, a produção é automatizada, envolvendo programação e processos mais complexos.
MVP Funcional
O MVP Funcional já utiliza recursos tecnológicos desde o princípio para poder automatizar os processos. Por isso, é imprescindível um profissional responsável pela programação.
Como consequência da automatização dos processos, há o aumento da escalabilidade do produto.
MVP Mágico de Oz
Muito utilizado para o desenvolvimento de software, o MVP Mágico de Oz tem esse nome porque a maior parte do produto, principalmente a inicial, é feita por pessoas que trabalham nos “bastidores”.
Ele é recomendado para serviços que envolvem automatização e tem relação direta com os aspectos de User Experience (UX) e User Interface (UI) da solução. Isso porque na hora dos testes os usuários já terão acesso a interface do produto. Assim, os usuários conseguem testar funções básicas, mas sempre que precisarem de alguma automação, ela precisará ser feita de forma manual.
O MVP Mágico de Oz tem uma lógica parecida com o MVP Concierge em relação à quantidade reduzida de produtos criados para testagem. Entretanto, a diferença entre eles é que o Mágico de Oz usa automação, enquanto o Concierge o processo é totalmente manual.
MVP Protótipo
Um dos MVP mais caros, por produzir um produto mais complexo para a testagem, o MVP Protótipo é ideal para o desenvolvimento ágil de softwares que precisam de uma versão física para serem testados.
Um exemplo de MVP Protótipo é quando uma empresa quer lançar um smartphone ou um novo eletroeletrônico, ela monta alguns exemplares do novo produto, entrega a um grupo seleto de clientes para que eles possam testá-lo.
A partir do feedback dos usuários, são feitos muitos ajustes a fim de proporcionar uma melhor experiência para o usuário. Por isso, essa primeira experiência antes do lançamento do produto final é tão importante.
Devido a todas as mudanças durante o processo, é comum que os protótipos iniciais sejam muito diferentes do produto final.
MVP Fumaça
Constantemente, quando as empresas têm uma nova ideia de lançamento, mas ainda não começaram a desenvolvê-la, elas utilizam da estratégia MVP Fumaça para testar a aceitação do público.
Em resumo, o MVP Fumaça consiste em divulgar em grandes canais de comunicação uma solução que chegará para o usuário em breve. A partir dos comentários do público, a empresa consegue dimensionar o interesse e absorver ideias ou funcionalidades comentadas pelos seus clientes e que os ajudarão a criar um serviço mais eficaz.
Essa forma do Mínimo Produto Viável é muito utilizada por startups.
MVP Duplo
O MVP Duplo segue o formato de teste A/B. Nele, as empresas lançam simultaneamente dois MVPs muito parecidos e observam qual foi o que teve maior aceitação do público. Depois que a análise é concluída, o MVP melhor avaliado passa por um refinamento, onde melhorias são implantadas, e é lançado oficialmente.
Qual a importância do MVP para o sucesso do produto?
Agora que já entendeu o que é MVP e quais os tipos existentes, vamos falar sobre a sua importância. Um Mínimo Produto Viável é super importante se deseja lançar um produto rapidamente. Com uma versão enxuta do seu projeto você consegue validar a sua ideia com testes de usuários reais.
Por exemplo, o MVP se tornou popular entre desenvolvedores de software porque essa foi uma forma encontrada para proteger os clientes, a si mesmo e as empresas. Isso porque o MVP garante que sejam feitos os testes necessários e assegura também que nenhum dado e informação sigilosa do usuário ou da empresa seja vazado durante todo o processo de implementação do software.
Dessa forma, através de diversos testes, você consegue saber se o seu palpite realmente é uma ideia eficaz e que trará retorno financeiro depois de tantos investimentos. Afinal, sabemos que no mundo dos negócios você não pode depositar todas as suas fichas em um lançamento sem analisar todas as possibilidades de sucesso ou de fracasso do produto.
Vantagens de fazer um MVP
Em síntese, a maior vantagem do MVP é diminuir o desperdício de tempo e dinheiro investidos em um projeto. Entretanto, os projetos de MVP têm muitas outras vantagens. Confira algumas delas:
Ajuda na validação de ideias: antes de lançar o seu produto, são feitos testes e pesquisas para entender o que realmente é interessante para o público. Dessa forma, consegue garantir qual ideia tem mais chances de ser um sucesso;
Facilita a identificação de erros: devido ao processo de testagens e ajustes quantas vezes forem necessárias até entregar o melhor produto ao cliente, a identificação de erros se torna cada vez mais rápida e eles ficam mais fáceis de serem solucionados;
Aproxima o cliente a sua marca: como o MVP é uma metodologia que tem foco no cliente, uma empresa que o executa bem consegue conquistar novos clientes apresentando soluções que muitas vezes superam as suas expectativas. Como resultado do bom serviço, os clientes acabam se fidelizando ao seu produto.
Conheça também o método BPM e como ele pode melhorar processos na empresa e trazer benefícios.
Como criar um mínimo produto viável?
Agora que você já sabe o que é MVP e como um Mínimo Produto Viável pode ajudar o seu negócio, vamos te ensinar como criar um.
É bem simples e em apenas 5 passos você consegue ter um MVP com os seus resultados mensuráveis em mãos:
Entenda a dor do seu cliente
Primeiramente, precisa saber quais são as necessidades do seu cliente, o que ele sente falta e gostaria de ter no seu dia a dia. A partir daí, consegue pensar em soluções que ajudem a resolver a dor dele.
Defina a sua persona
Para criar uma solução que atende as necessidades do seu cliente, precisa entendê-lo da maneira mais completa possível. Portanto, ter uma persona definida é essencial. Assim você consegue mensurar o perfil, as expectativas e os desafios que terá com aquele cliente.
Determine as principais tarefas do seu MVP
Finalizado o momento de conhecer e identificar as dores do cliente, é hora de definir o que precisa ser feito para criar o seu MVP. Para isso, precisa estudar as suas possibilidades, decidir qual será a sua solução, analisar o mercado e montar o seu cronograma de ações – desde como será criado o MVP a como ele será distribuído para o público testar.
Crie o MVP
Com todo o plano de ação estabelecido, você e a sua equipe vão criar o MVP. Nessa fase, mais importante do que entregar um perfeito, é entregar um produto que o cliente consiga perceber o seu valor já na fase de testes.
Por ser um produto criado com o mínimo de recursos possíveis, algumas formas de aplicar o MVP sem muito desperdício são landing pages e formulários online.
Analise os resultados
Por fim, você precisa mensurar o que foi feito até o momento. Não basta apenas você entregar o produto e não se preocupar com as opiniões de quem está testando. Para isso, é importante ter um ciclo de feedback.
No feedback, consegue ouvir as impressões do seu cliente, medir os acertos e os erros, e trabalhar para melhorar a sua solução.
Exemplos de MVP de sucesso
Sabendo o que é MVP, para que ele serve e como criar um, que tal conhecer alguns cases de sucesso que utilizaram esta metodologia? Vamos lá!
A maior rede social do mundo é um dos exemplos de MVP mais bem sucedidos. Inicialmente, o Facebook, criado em 2004 por Mark Zuckerberg e mais três colegas, se chamava Thefacebook e era uma rede com menos recursos e limitada apenas aos alunos de Harvard.
Com o sucesso do MVP do Facebook, a rede acabou se expandindo para outras universidades norte-americanas e em 2006 o Facebook foi lançado oficialmente.
Airbnb
O MVP do Airbnb foi desenvolvido no tipo Concierge. Os fundadores do Airbnb, Brian Chesky e Joe Gebbia, viram a oportunidade de um novo serviço quando houve uma conferência em San Francisco, cidade em que eles moravam, e os participantes não conseguiram vagas em hotéis.
Assim, eles anunciaram nas redes sociais que o apartamento em que moravam estava disponível para hospedagem e logo apareceram interessados. A partir daí, eles vislumbraram a oportunidade de um novo negócio de sucesso.