Derivativos são ativos que derivam de outros ativos, que podem ser físicos (ouro, café, soja, etc.) ou financeiros (ações, dólar, índices, etc.) e costumam ser utilizados tanto para proteger aplicações quanto para lucrar. Mas afinal, o que são investimentos em derivativos?
Diante de cenários de incertezas econômicas, como o que estamos vivendo atualmente no Brasil, com a inflação do país superando o rendimento da Selic, esse tipo de aplicação aumenta as chances de ganho, uma vez que pode ser utilizada tanto para proteger seus investimentos, quanto para gerar lucro.
Além disso, de acordo com a B3, no mês de maio, o volume de transações envolvendo derivativos aumentou 20% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Vale ainda dizer que é uma boa opção para quem deseja diversificar investimentos em renda variável, servindo tanto para quem tem um perfil de maior risco, quanto para os mais conservadores, que buscam por segurança acima da rentabilidade.
Quer aprender o que são investimentos em derivativos, descobrir como eles funcionam, conhecer suas modalidades e como investir? Então segue a leitura!
O que são derivativos?
Derivativos são produtos financeiros que têm o seu valor final derivado do preço de outros produtos. Ou seja, seu preço de compra/venda está atrelado ao de outro ativo, que pode ser físico, como: ouro, café, soja, etc, ou financeiro, como: ações, dólar, índices, dentre outros.
O que são investimentos derivativos?
O investimento em derivativos é uma estratégia utilizada para proteger aplicações contra variações do mercado ou mesmo para obter lucros.
Funciona da seguinte forma: ao negociar um contrato, você se compromete a vender ou comprar determinado ativo no preço combinado em uma data específica.
Ou seja, você adquire o direito de negociar este contrato pelo valor atual, em um determinado prazo, travando seu preço. Assim, mesmo que o mercado oscile, o valor acordado se mantém.
Por exemplo: se você está vendendo e o valor do ativo cai, você evita o prejuízo. Por outro lado, se o valor sobe, seu lucro fica reduzido, uma vez que você já se comprometeu em vender pelo preço combinado em contrato.
Qual é o grau de risco de um investimento em derivativos?
Vamos ser francos, a resposta para esta pergunta é: depende. Isso porque, o grau de risco desse tipo de investimento depende dos objetivos do investidor, que podem ser de três naturezas distintas:
- proteção;
- especulação;
- arbitragem.
Vamos conhecer cada um deles e entender seu grau de risco e como funcionam a seguir, explicando para que servem os investimentos em derivativos.
Por que investir em derivativos?
Você já entendeu o que são derivativos, mas deve estar se perguntando: para que eles servem, não é mesmo? Em geral, os investimentos em derivativos costumam ser utilizados em três situações:
Proteção
Também conhecida como Hedge, essa estratégia é muito comum no agronegócio — apesar de não se limitar a este setor. Sua finalidade é proteger o capital do agricultor contra as variações do mercado, a fim de evitar perdas. Na prática, funciona da seguinte forma:
Imagine que um agricultor preveja uma produção de 1200 sacas de soja com o valor atual de R$160. Com receio de que este valor possa cair até a data da colheita, ele faz um contrato futuro, travando o preço de venda a R$160. Assim, mesmo que o mercado oscile, ele terá garantido o preço de venda no valor atual.
É importante ressaltar que o Hedge é apenas uma forma de assegurar o capital, não havendo a possibilidade de lucro propriamente dito, pois, se o preço da soja subir, o valor de venda do produto físico irá suprir o prejuízo do contrato. Do mesmo modo, se seu preço cair, o valor do contrato suprirá o prejuízo da venda do produto físico.
Especulação
Outra forma de investimento em derivativos é a especulação que, ao contrário do Hedge, tem como objetivo lucrar com a compra e venda de contratos.
Um exemplo já bem conhecido de especulação é o day-trade, no qual os investidores realizam compra e venda de derivativos ao longo do mesmo dia, na expectativa de que, ao fim do pregão, seu saldo seja positivo.
Outro exemplo é manter as posições em aberto por dias, aguardando o momento certo para comprar ou vender.
O investimento em derivativos para especulação pode gerar lucros significativos. Porém, é recomendado apenas para investidores mais experientes, uma vez que se trata de uma prática na qual o risco de perdas é mais elevado.
Arbitragem
Na arbitragem, o investidor atua comprando e vendendo derivativos ou posições em mercados diferentes — à vista e futuro, por exemplo —, visando aproveitar divergências entre os preços de compra e de venda para lucrar.
Por exemplo: digamos que você identificou uma discrepância no preço da saca de milho, que está custando R$50 no mercado à vista e R$55 no mercado futuro. Então você compra a commoditie no primeiro para vender no segundo, lucrando com a diferença.
Trata-se de um investimento de menor risco, porém, com menor lucro, mas que pode ser bem rentável a depender do volume e frequência das negociações.
Quais são os principais tipos de derivativos?
Agora que você já sabe o que são investimentos em derivativos e para que servem, confira quais são os tipos mais comuns:
Contratos a Termo
Trata-se de um contrato firmado entre duas partes, no qual um dos lados se responsabiliza por comprar e o outro por vender certa quantidade de determinado ativo — físico ou financeiro — por um valor específico ao fim do prazo combinado.
Contratos Futuro
Os contratos de mercado futuro são muito parecidos com os contratos a termo. A diferença é que, enquanto no mercado a termo o valor de compra e venda é fixo, no mercado futuro esse valor é reajustado diariamente, de acordo com o preço de ajuste diário, que oscila conforme as operações realizadas no mercado.
Portanto, enquanto estiver em posse do contrato, o investidor fica responsável por pagar a diferença ou receber o lucro do dia, conforme a variação do mercado. Nesta modalidade, é possível vender o contrato para outro investidor, mesmo antes da data prevista.
Contrato de Opções
No mercado de opções, as negociações se dão sobre o direito de compra/venda de um ativo, e não sobre os papéis em si. Ou seja, o investidor não está comprando uma ação, mas sim a possibilidade de negociá-la futuramente pelo preço combinado.
Neste caso, quem compra é chamado de Titular, enquanto quem vende é chamado de Lançador.
Na data de vencimento do contrato, o titular decide se quer exercer a opção ou não. Caso opte por deixá-las vencer, perderá apenas o valor do Prêmio pago pelos direitos de negociação. Por outro lado, se decidir comprar, o lançador é obrigado a vendê-las.
Swaps
Um contrato swap nada mais é do que um acordo realizado entre dois investidores para a troca de fluxos de caixa, neste caso, prevê a troca de rentabilidade entre dois ativos, que podem ser moedas, índices, taxas de juros, etc.
O objetivo desse tipo de acordo é proporcionar vantagens para ambos os envolvidos a partir da troca.
Como investir em derivativos? 3 dicas
Investimentos em derivativos são ótimas alternativas para quem busca novas opções de renda variável. Mas, como qualquer aplicação, é importante se preparar para tomar boas decisões. Confira nossas 3 dicas de como investir em derivativos:
1. Defina seus objetivos
O primeiro passo para quem quer investir em derivativos é ter clareza de seus objetivos. O que você pretende: proteger seus investimentos fazendo Hedge ou lucrar com a compra e venda de contratos? Qual é o seu perfil de investidor?
Se você quer partir para a especulação, precisa estar ciente de que este tipo de investimento em derivativos oferece maior risco, apesar do maior potencial de ganhos. Por outro lado, a arbitragem oferece menos risco e menor rentabilidade, o que pode ser contornado com grande volume e frequência de negociações.
2. Estude o mercado e mantenha-se atualizado
Investimento é coisa séria! Seja qual for o seu perfil de risco, é importante que você estude e mantenha-se informado sobre tudo o que acontece no mercado financeiro, tanto a nível nacional, quanto internacional. Assim você terá maior segurança para definir seus investimentos e aplicações.
3. Escolha uma boa corretora
Com objetivos bem definidos e estando por dentro do mercado, você só precisa escolher uma boa corretora para fazer seus investimentos em derivativos, afinal, é por meio dela que você irá definir e enviar a ordem.
Para isso, analise o que a empresa oferece em termos de segurança, taxas e funcionalidades — que serão essenciais para suas análises e tomadas de decisões.
“Busque investir em conjunto com grandes gestores, depois, é só ser paciente” – Bill Mann (Motley Fool Asset Management)
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Tudo certo para iniciar seus investimentos em derivativos?
Investir em derivativos é uma ótima opção para quem quer proteger suas aplicações, mas também pode ser mais uma oportunidade para quem busca diversificar seus investimentos em renda variável.
Os derivativos oferecem possibilidades tanto para quem tem um perfil mais arrojado e está disposto a correr riscos para atingir uma maior lucratividade, quanto para quem tem um perfil mais conservador e busca por aplicações mais seguras.
Se você que está começando no mundo dos investimentos, confira no vídeo abaixo quais são os 5 erros mais comuns do investidor iniciante e comece com o pé direito: