Você sabia que descobrir o que são juros compostos pode ser muito útil para entender melhor como funciona a rentabilidade dos seus investimentos? Pois é, diferentemente do que muitos pensam, a importância desse recurso não se limita apenas a resolução de problemas de matemática nos tempos da escola.
Afinal, não aplicar sua fórmula quando for calcular o retorno de suas aplicações pode te fazer perder dinheiro e não aproveitar todo o potencial que os ativos financeiros podem oferecer.
Para falar a verdade, a relevância dos juros compostos vai bem além dos investimentos e dizem respeito também à sua autonomia e liberdade financeira como um todo.
Por exemplo, você já fez um empréstimo consignado ou financiamento de veículo ou imóvel? Isso mesmo, todas essas práticas também sofrem interferência dessa fórmula!
Por isso, ela é tão fundamental para a gestão apropriada de todas as suas finanças e para que você não veja seu dinheiro descendo pelo ralo com custos desnecessários.
Portanto, quer aprender o que são juros compostos e entender por que ele impacta em todas essas frentes da nossa vida financeira? Leia nosso guia até o fim e tire todas as suas dúvidas.
O que são juros compostos?
Entenda o que são juros
Antes de explicarmos exatamente o que são juros compostos, vale a pena trazermos um pequeno panorama geral do seu papel no mercado financeiro.
Os juros são um conceito matemático cujo valor é um desdobramento percentual de um montante total e sua funcionalidade está sempre ligada ao ato de empréstimo.
Sendo assim, quando você pede dinheiro emprestado a uma instituição financeira, você vai ter que pagar esse valor de volta com o acréscimo de juros. Já quando você empresta dinheiro ao estado por meio da aquisição de um título de Tesouro Direto, por exemplo, é você quem cobra o juros e recebe o valor acrescido de volta.
Geralmente, o termo tem uma fama bem ruim no imaginário popular brasileiro. Muito provavelmente você já deve ter ouvido falar de alguém que pediu um empréstimo ao banco ou pagou um apartamento financiado frases como “já estou pagando mais em juros do que o valor que havia pedido emprestado” e “só de juros dava para comprar mais um apartamento”!
Em suma, o fato é que os juros podem ser sim terríveis, mas somente para quem pede emprestado. Já para quem empresta, o retorno pode ser para lá de agradável. Não por acaso, boa parte dos investimentos de renda fixa baseia-se nessa segunda lógica.
Nessa modalidade de ativos financeiros, os juros são um percentual já definido e previamente informado tanto ao credor quanto ao devedor antes do fechamento da negociação.
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Veja como calcular juro composto
Mas, afinal, o que são juros compostos? Esse termo consiste nas operações que calculam juros sobre juros. Fazendo um paralelo com a realidade, imagine que você deixou de pagar suas dívidas e mês a mês novos juros vão sendo incorporados no valor total que você deve?
Por exemplo, você estava devendo R$1.000. Com o acréscimo de juros, o valor ficou em R$1.200. Entretanto, você atrasou o pagamento e novos juros foram adicionados no montante devedor. Repare que, se isso se repetir por meses, um terrível efeito de bola de neve se manifesta.
Isso porque novos valores vão sendo incorporados um em cima do outro até que a cadeia de juros sobre juros saia do controle e o seu saldo devedor torna-se em uma grande dor de cabeça.
Contudo, essa relação tem dois elos, e se você escolher o lado certo, você pode ter uma série de benefícios. Não por acaso essa é justamente a lógica por trás de investimentos.
Olhe esse exemplo prático de como calcular juros compostos estando do lado certo da cadeia: imagine que você empreste R$ 1.000 para um amigo e cobre o valor de 10% ao mês juros caso ele retorne a quantia em seis meses.
Ao findar esse prazo estipulado, você não vai receber de volta simplesmente R$ 1.600 (1000 + 6×100), pois não se trata de uma fórmula de juro simples. O valor recebido mês a mês terá que ser calculado juros sobre juros. No segundo mês, por exemplo, o juros de 10% recai sobre R$1.100, o que gera um acumulado de R$ 1.210 para o mês seguinte e assim por diante.
Dessa forma, você está utilizando a inteligência para conseguir sua liberdade financeira e ter total controle sobre suas contas e gestão sobre investimentos.
Conheça a fórmula do montante
Um ponto essencial para entender o que são juros compostos e como calculá-lo é pela fórmula do montante. Na imagem abaixo, temos uma representação dela, confira:
M = C (1 + i)t
Vamos descrever o que cada uma dessas letras representam:
- O M diz respeito ao montante final que retorna ao bolso do credor após o decorrer do período de empréstimo
- O C corresponde ao valor inicial emprestado (ou investido)
- O i, por sua vez, representa o valor taxa de juros estipulada para o cálculo
- Já o t consiste no tempo ou na quantidade de vezes que o juros composto é inserido.
Assim, fica muito fácil implementar esses termos no exemplo que demos logo acima. Enquanto o C representa os R$1.000 de capital inicial, o i é substituído pelos 10% de taxa, enquanto o t corresponde aos 6 meses de prazo.
Por fim, fazendo a conta, chegamos ao valor de M, que é de R$1.771,56. Esse total representa um juros acumulado de R$771,56. Portanto, graças aos juros compostos, o rendimento final foi de um valor em torno de 77,15% ao fim do período.
Inclusive, a título de informação, o próprio Banco Central oferece uma calculadora de juros compostos online para que você possa utilizar para gestão de suas finanças e para definir os ativos de melhor rentabilidade para sua carteira de investimentos.
Qual a relação do juros composto com investimentos?
Já falamos aqui sobre a questão do Tesouro Direto, por exemplo, quando você torna-se credor do estado brasileiro.
Entretanto, outras operações como o Certificado de Depósito Bancário (CDB) ou Letra de Crédito Imobiliário também possuem a mesma lógica, só que neles você está emprestando dinheiro para financiar operações bancárias, no primeiro caso, e projetos voltados para o setor imobiliário, no segundo.
Vale salientar que o valor da taxa mensal de juros que definimos para o exemplo são fora da realidade do mercado. Que, a depender do valor da Taxa Selic e do CDI, circulam entre 2% a 10% ao ano.
Ou seja, ativos de renda fixa geralmente trabalham sob a lógica dos juros compostos para premiar seus credores, pois calculam a rentabilidade em cima do acumulado do saldo já investido e dos juros que já renderam.
Como você pode perceber no exemplo que demos acima, quanto maior o tempo, maior será o retorno financeiro sobre o capital investido. Por isso, o investimento feito sobre essa base de cálculo demanda uma maior paciência por parte de quem aplica para que ele realmente tenha rendimentos substanciais.
Por isso, muitos investimentos, como os CDBs prefixados ou Tesouro IPCA +, por exemplo, apenas garantem a rentabilidade prevista no momento da negociação quando não é feito nenhum resgate durante o período até a data de vencimento.
Não por acaso alguns títulos do Tesouro estipulam uma data para resgate que às vezes duram até 35 anos.
Como calcular o juro composto em aportes mensais?
Uma estratégia popular entre os investidores que desejam ver “o bolo dos seus investimentos” crescer pouco a pouco é por meio de aportes mensais ou periódicos.
E entender o que são juros compostos para calcular o retorno do investimento a longo prazo pode te dar maior precisão sobre sua rentabilidade no decorrer do tempo.
Para isso, existe também uma fórmula já pronta que pode te ajudar:
E o que representa cada um desses símbolos?
- FV: valor futuro
- PMT: quantia dos aportes mensais
- n: quantidade de meses ou vezes que foi feito o aporte
- i: taxas fixas de rentabilidade
Portanto, se você decidir por inserir uma nova quantia de dinheiro todos os meses para que ela entre no cálculo de multiplicação dos juros, essa fórmula te ajudará a ter um resultado mais preciso sobre seu retorno.
Juros compostos e a reserva de emergência
A reserva de emergência é uma opção estratégica de segurança para os investidores. Ela geralmente é feita por meio de aplicações em ativos de renda fixa com liquidez diária.
Isso é, são títulos que permitem que você resgate seu dinheiro sempre que precisar e que utilize em caso de despesas inesperadas.
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Esse colchão de proteção geralmente conta com um montante que corresponde a três, seis ou 12 meses de gastos fixos que você precisaria para sustentar a si e aos seus dependentes.
Portanto, se você tem uma média mensal de R$4.000 de gastos fixos, sua reserva de emergência deve ser de R$12.000, R$24.000 ou R$48.000, a depender do tempo que você achar mais apropriado.
As opiniões sobre o tempo de cobertura, por sua vez, variam entre os principais especialistas em finanças. Entretanto, independente de seus objetivos ou perfil de investidor, o fato é que quanto maior for o montante guardado, maior será sua tranquilidade.
Mas, afinal, o que os juros têm a ver com a reserva de emergência?
Opções como o Tesouro Selic são um dos títulos de renda fixa mais queridinhos para aqueles que procuram montar sua reserva. Isso porque ele é:
- Um dos ativos mais seguros e conservadores do Tesouro Nacional, pois possui baixa volatilidade e é protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC)
- Possui liquidez diária e permite o resgate a qualquer momento
- A cereja do bolo: também conta com a fórmula de juros composto para cálculo da rentabilidade
Conhecimento e estratégia são fundamentais para lucrar com juros compostos
Não importa se você quer investir em rendimentos calculados sobre juros simples e compostos, ou se em renda variável ou fixa.
No final das contas, o que vale é definir uma estratégia baseada nos seus objetivos e perfil de investidor, assim como adquirir todo o conhecimento necessário para saber o que cada ativo representa e como funciona a dinâmica do mercado.
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