Análise marginal: o que é, aplicação e seus benefícios

Avaliar se o benefício de um investimento sobrepõe o seu custo é uma prática comum. No ambiente corporativo, ela recebe o nome de análise marginal e ajuda a manter as estratégias das empresas em órbita.

Qualquer negócio que preze pela lucratividade e use a gestão financeira na tomada de decisões precisa inserir essa análise em seu contexto. Quer saber mais sobre ela? No artigo abaixo falamos sobre funcionamento, benefícios e como se diferencia do custo-benefício.

O que é análise marginal?

Imagine que você tenha uma bicicleta e que a use para entregar refeições por bairros próximos ao seu. Agora imagine que um amigo tenha lhe oferecido uma motocicleta seminova a um bom valor e condições. Certamente o custo de aquisição é alto, porém, antes de declinar, você coloca os prós e contras na balança. Entre eles a possibilidade que teria de ampliar o raio de entrega e fazê-las em um tempo menor. Independentemente da conclusão a que chegou, você fez uma espécie de análise marginal.

Basicamente, a análise marginal é a relação que uma empresa faz entre custo e resultado. O objetivo é entender se o esforço financeiro dedicado na compra de um produto/serviço ou no desenvolvimento de áreas como marketing e vendas foi superado pelo resultado gerado.

Por conta das informações que reúne, a análise é usada pelas companhias na tomada de decisões. Com ela, a liderança é capaz de calibrar e direcionar os esforços para iniciativas com maiores chances de lucro.

>>> Falando em custo e lucro, no vídeo abaixo o escritor e especialista em capitalismo Raj Sisodia fala sobre como aumentar vendas e reduzir custos. Além dele, participam Izabella Mattar, Guilherme Benchimol e Marta Pinheiro. É só dar o play:

Como surgiu a análise marginal?

O termo foi usado pela primeira vez no livro “Princípios da Economia”, do economista Gregory Mankiw. Ele é o Princípio de número 3 da obra, também chamado de “pessoas racionais pensam na margem”.

Segundo Mankiw, as pessoas fazem o melhor que podem para atingirem seus objetivos mediante as oportunidades que têm disponíveis. Pensar na margem é o melhor caminho para as decisões corretas e pautadas pela lucratividade. Esse pensamento faz parte do conceito de marginalismo, no qual as decisões são avaliadas com base na margem.

Falando em lucratividade, a teoria do economista defende que a maneira mais inteligente de aumentá-la é focando nos benefícios. Assim, antes de uma decisão ser tomada, é preciso avaliar se o resultado a ser obtido irá superar os custos.

Onde essa análise é aplicada?

Como dissemos no começo desse texto, a análise marginal pode ser adotada em qualquer situação. Afinal, ter benefícios sobre o investimento é vantajoso para qualquer pessoa, não é?

No mundo corporativo, ela é feita em cenários que podem ir desde a compra de um material até a contratação de um colaborador. Por exemplo: uma empresa deseja aumentar a compra de seu produto a partir da veiculação de campanhas em redes sociais. Embora esse seja um canal digital, um número maior de pessoas é alcançado mediante investimento. Neste caso, é função do gestor de marketing entender se a quantidade de pessoas que serão impactadas – e que irão converter em uma venda – irá superar a quantia investida.

Em outra situação corporativa, a análise marginal é usada para entender a viabilidade de contratação de um novo colaborador. Para isso, é preciso avaliar quais serão as obrigações desse profissional e as expectativas de resultados a serem atingidos. Com essas informações, é possível enxergar com mais clareza se o seu custo (salário) será superado pelos lucros.

No universo dos investimentos, a análise marginal é aplicada para tentar potencializar o retorno na compra e venda de ações. De que maneira: o investidor avalia o preço de compra de um papel e qual a expectativa de ganho sobre ele. Assim, ele pode entender se o valor do investimento será sobreposto ao lucro.

Qual a diferença entre análise marginal e custo-benefício?

Olhando grosseiramente, os conceitos de análise marginal e custo-benefício parecem os mesmos. E embora tenham, de fato, objetivos comuns, é a complexidade que os diferencia.

O requisito para uma análise de custo-benefício é uma unidade de medida comum. Com ela, é possível comparar os efeitos das decisões negociais, ou seja, dos custos e retornos projetados, a uma linha de fundo, que é o que define quais ações irão potencializar tais retornos.

Um exemplo clássico de análise de custo-benefício nos negócios é o de aumento de preço. Com ela, uma companhia pode avaliar se o movimento de aumento de preços de um produto/serviço e a consequente redução no número de clientes será superado pela receita.

A análise marginal, por sua vez, usa dois conceitos: a lei de diminuição da produtividade marginal e a lei de diminuição da utilidade marginal. Na primeira, o objetivo é entender quanto de insumo é acrescido quando há aumento de produção. Ela combina os fatores de capital, trabalho e tecnologia, fundamentais no processo produtivo. Já a lei de diminuição da utilidade marginal é baseado na teoria de que quanto mais um bem é consumido, menor é a sua satisfação ou utilidade.

Benefícios da análise marginal

Saber se um investimento será superado pelo lucro é o benefício direto da análise marginal. Entretanto, a prática não funciona pontualmente, apenas sobre a decisão de injetar, ou não, dinheiro em uma atividade.

Na verdade, a análise marginal guia as empresas na tomada de decisões. Com a visão sobre quais as potenciais chances de lucro, elas podem direcionar suas estratégias para ações que poderão maximizá-los. Aumentar a produção de um item? Investir na contratação de um novo colaborador? Dúvidas como essa podem ser respondidas com mais segurança quando a análise é executada.

Como a análise marginal pode ser utilizada na gestão financeira?

A gestão financeira de uma empresa está diretamente ligada às decisões que são tomadas no dia a dia. Afinal, manter um caixa saudável depende das ações executadas e dos lucros alcançados com elas. É por isso que a análise marginal deve ser utilizada nesta etapa de gestão.

Quando uma companhia consegue avaliar antecipadamente suas chances de lucro, ela age estrategicamente e reduz as más decisões que levam a prejuízos incalculáveis.

>>> Assim como no mundo corporativo, avaliar as possibilidades de lucro com a compra e venda de ações é um movimento estratégico entre investidores. Uma excelente maneira de fazer isso é através da análise fundamentalista. Com ela, os indicadores de uma empresa são avaliados e ajudam o investidor a identificar os futuros vencedores da Bolsa. Se você quer potencializar as chances de lucro de sua carteira, clique aqui para se inscrever.

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