Como é calculado o preço do combustível? Entenda o real impacto no seu bolso 

Entender como é calculado o preço do combustível pode trazer às pessoas uma visão mais apurada sobre o custo obtido antes de chegar aos postos e abastecer os veículos. Afinal de contas, o alto valor pago pela gasolina, o álcool e o diesel, é reflexo de um sistema econômico instável. 

Não é de hoje que o aumento no preço do combustível está atrelado a brigas internas entre Estados e a Petrobras, como divulgado recentemente o mais novo embate pelo jornal 

Recentemente, o jornal A Gazeta publicou um novo embate. Nesse caso, a petroleira atribuiu a responsabilidade aos governos estaduais pelo alto custo do combustível devido ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), levando-a a um processo de acusação por “propaganda enganosa”. 

Além disso, a Petrobras ressalta que fica com apenas R$2 por litro de gasolina no Brasil.

Verdade ou não, conflitos de interesses são muito comuns. Mas para saber realmente o que pesa no bolso do consumidor, é importante entender a composição dos preços.

Neste artigo vamos explicar melhor quem determina o preço da gasolina no Brasil e como é feito o cálculo. Fique com a gente!

Como é calculado o preço da gasolina?

Para a composição da gasolina e do diesel, a adição de outros combustíveis à mistura eleva os preços. Segundo a Petrobras, no caso da gasolina, antes de sair da refinaria, é acrescentado álcool anidro, na proporção de 27% para a gasolina comum e aditivada, e 25% para a gasolina premium.

Enquanto isso, o diesel sofre a adição de 12% de biodiesel.

Tais custos são incorporados ao preço dos combustíveis que vai para as revendedoras em que o preço final é definido com:

  • o custo de manutenção dos postos de combustível;
  • as margens de lucro das revendedoras 

Vale frisar que a Petrobras pesquisa periodicamente os preços ao consumidor nas principais capitais.

Diesel 

  • Distribuição e revenda (custos e margem de lucro): 11%;
  • Custo do biodiesel: 12%;
  • ICMS (imposto estadual): 14%;
  • Cide (contribuição compartilhada), PIS e Cofins (contribuições federais): 6%;
  • Preço da Petrobras na refinaria: 58%

Gasolina 

  • Distribuição e revenda (custos e margem de lucro): 14%;
  • Custo do etanol anidro: 13%;
  • ICMS (imposto estadual): 27%;
  • Cide (contribuição partilhada), PIS e Cofins (contribuições federais): 10%;
  • Preço da Petrobras na refinaria: 36%

Esses números se devem ao período de levantamento mais recente, divulgado pela Petrobras, entre 13 a 19 de fevereiro de 2022.

Com esses dados, nota-se que grande parte do que o consumidor desembolsa reflete o preço cobrado pela Petrobras na refinaria.

Como em um efeito dominó, as alterações nos preços da Petrobras, que seguem a cotação internacional e o câmbio, refletem-se nos demais componentes do preço até chegar ao valor final.

Além disso, você também viu que impostos, adição de outros combustíveis à mistura e preços de distribuição e de revenda somam-se ao valor cobrado nas refinarias.

Isso porque, ao sair da Petrobras, o combustível sai com o valor do produto mais os tributos federais:

  • Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), partilhada com estados e municípios;
  • PIS (Programa de Integração Social);
  • Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social)

Chegando às distribuidoras, o preço sobre o combustível passa a sofrer a incidência do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), definido por cada um dos estados e o Distrito Federal.

Saiba também que, a cada 15 dias, o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) – órgão formado pelas secretarias estaduais de Fazenda – publica no Diário Oficial da União uma pesquisa dos preços de combustíveis cobrados dos consumidores na bomba.

Tal pesquisa, posteriormente, serve como base para o cálculo do ICMS sobre combustíveis.

Dessa forma, quando há aumento de ICMS, o preço pode subir novamente, já que os postos costumam repassar o reajuste para o consumidor.

Então, quem determina o preço da gasolina no Brasil?

Por ser dominante no mercado, o preço da gasolina e do diesel tem influência direta da empresa, mas também de instituições privadas.

Além dos impostos que citamos acima (ICMS, PIS/Pasep e Cofins, e Cide), a diferença entre o valor na refinarias e o cobrado para o consumidor também tem interferência do produtor ou importador, do custo etanol anidro (para a gasolina) e do biodiesel (para o diesel), além das margens do distribuidor e do revendedor.

Qual a relação do preço do combustível com o seu dinheiro?

O valor pago pelo consumidor ao abastecer o veículo nos postos de combustível é um dos fatores que mais pesam no bolso do brasileiro.

Isso porque a locomoção, assim como a alimentação e o uso de água e energia, é essencial na vida de qualquer pessoa para a sobrevivência – não só para quem tem o próprio veículo, bem como para quem utiliza o transporte público.

Afinal, como ir até o mercado comprar os alimentos e voltar para casa para seguir usando energia e água sem um meio de transporte?

Por tudo isso, quando há aumentos no preço do combustível, você presencia uma comoção muito grande de uma significativa parcela das pessoas.

A todo momento, estamos nos deslocando de um lugar para o outro – mesmo em pandemia e com uma frequência menor, ainda precisamos comprar os alimentos, remédios e ir a hospitais para cuidar da nossa saúde.

Dessa forma, se você não se liga no preço do combustível, comece a acompanhar a partir de agora, porque isso afeta diretamente o seu bolso e, consequentemente, o controle e o planejamento financeiro.

Quando o preço estiver mais alto, estude possibilidades de precisar menos do transporte de combustível para se locomover.

Agora, quando o valor estiver mais baixo e em conta, considere esses transportes e faça uso com mais frequência, pois não terá grande impacto nas suas finanças e investimentos.

Como é calculado o preço do combustível? Dica 

Agora que você já sabe como é calculado o preço do combustível, segue uma dica: para controlar esse e outros gastos, baixe a planilha gratuita do InfoMoney. Em paralelo, invista no curso O Poder do Autoconhecimento Financeiro para manter as contas em dia, independente do cenário financeiro do país.

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