Competitividade é uma das características mais comuns do mundo dos negócios. Praticamente todos os mercados que conhecemos hoje disputam espaço e visibilidade entre si. No mundo ideal, é a concorrência perfeita quem garante a igualdade nessa relação.
Ainda que não seja não real, esse conceito é importante para o mercado. É ele quem ajuda a estabelecer um padrão do que seria o equilíbrio correto entre oferta e demanda. Para entender melhor o que isso significa, confira o artigo abaixo.
Concorrência perfeita, entenda o que é
Já diziam os pensadores: a perfeição não existe. Sendo assim, a concorrência perfeita também não. Mas, de qualquer maneira, ela serve como guia para direcionar os mercados na construção de seus modelos econômicos.
A concorrência perfeita, também conhecida como concorrência pura, é um conceito pertencente ao universo da microeconomia. Nela, a existência de uma grande quantidade de vendedores e compradores evitaria que o mercado fosse influenciado individualmente.
Para isso, os preços seriam equilibrados naturalmente pela relação entre a oferta e a demanda, o que faria com que tudo que fosse oferecido por uma empresa fosse consumido. Outra característica desse modelo é que ele evita o lucro extra, que é a discrepância entre receita e custo.
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Qual a estrutura de mercado da concorrência perfeita?
Uma empresa que adere à natureza da concorrência perfeita precisa aceitar os preços de equilíbrio do mercado. Isso significa ser uma tomadora de preços, operando com o mesmo valor da concorrência para manter a competividade.
Neste cenário, uma empresa que destoa, ou seja, que cobra a mais pelo produto, não é capaz de vender.
Pontos principais
A existência de uma concorrência perfeita só é viável caso estruturas e comportamentos básicos do mercado sejam estabelecidos.
Grande quantidade de vendedores e consumidores
Em um mercado restrito, ou seja, com poucas empresas ou clientes, a sensibilidade diante de mudanças é consideravelmente maior. Neste cenário, uma empresa que decide ajustar o preço de seus produtos afeta o mercado por inteiro. Do outro lado, uma baixa no número de consumidores também impacta profundamente a oferta.
É por isso que o equilíbrio de um mercado depende diretamente do seu volume. Quanto maior a quantidade de vendedores e de compradores, menos vulnerável ele fica a possíveis mudanças.
Similaridade na oferta
Nesse sistema, é primordial que as empresas ofereçam seus produtos com valores e características similares. Afinal, quando há semelhança, a escolha não é pautada pelas diferenças.
Permeabilidade
Outra característica fundamental para que a concorrência perfeita exista é a permeabilidade do mercado. Isso significa estar aberto para receber novos negócios, sem barreiras que dificultem ou desestimulem a competição.
E quais são os principais modelos de concorrências imperfeitas
Se de um lado a concorrência perfeita estimula o equilíbrio, a imperfeita é exatamente o oposto. Mais comum de se ver, esse modelo permite que um negócio domine e influencie o mercado no qual está inserido.
Pense em uma marca de refrigerantes, por exemplo. Provavelmente um nome surgiu imediatamente em sua cabeça. O mesmo deve acontecer se pensar em uma rede de fast-food e até mesmo em um buscador da internet.
Dentro do contexto de concorrência imperfeita, entretanto, existem algumas variações. É por isso que esse modelo tem algumas subdivisões, sendo as principais: monopólio, monopsônio, oligopólio e oligopsônio.
Monopólio
Lembra do jogo Monopoly, cujo objetivo é conquistar todos os bairros do tabuleiro e lucrar com as vendas futuras? O modelo de monopólio funciona assim.
Nesse sistema, apenas uma empresa é detentora de um produto ou serviço. Como resultado, há uma grande quantidade de compradores diante de um único vendedor, o que lhe dá poder para definir seus preços.
Um exemplo de monopólio são as patentes medicamentosas. Alguns nomes conhecidos só podem ser produzidos por uma única farmacêutica, o que faz com que ela seja dona desse mercado. Outros exemplos são as patentes e direitos autorais.
Monopsônio
Inverso ao monopólio, no monopsônio há um único comprador para um grande número de vendedores. Assim, quem tem poder sobre os preços neste caso é o consumidor.
Um exemplo são as licitações. Quando uma empresa decide contratar outra para fazer uma obra, ela abre uma licitação. Assim, fornecedores interessados enviam suas propostas, mas é a contratante que tem poder para escolher o valor.
Oligopólio
O conceito de oligopólio é semelhante ao de monopólio. Eles se diferenciam apenas pela liderança do mercado.
Enquanto no monopólio uma única empresa tem domínio, no oligopólio esse poder é dividido com um pequeno número de outras empresas. Isso acontece porque poucas marcas produzem um determinado produto, fazendo com que o fornecimento esteja restrito a elas.
Uma boa referência de oligopólio é a Coca-Cola. Uma das maiores marcas de refrigerante do mundo, ela é também uma das referências na produção da bebida. Por isso, divide a fatia com poucos outros nomes – que não têm o mesmo alcance.
Como a estrutura de mercado da concorrência perfeita se difere da concorrência imperfeita?
Fazendo um comparativo entre os dois modelos de concorrência, são as estruturas de cada uma delas que impactam no equilíbrio ou desequilíbrio do mercado.
De um lado, um modelo que defende uma grande quantidade de vendedores e consumidores a fim de manter a competitividade. Do outro, um sistema desigual, no qual vendedores disputam uma pequena fatia de clientes ou de clientes que pagam altos preços por um mercado restrito.
Veja um comparativo entre esses dois formatos:
Concorrência perfeita | Concorrência imperfeita |
Grande quantidade de vendedores e consumidores | Diferente concentração entre vendedores e consumidores |
Produtos com preços e qualidades similares | Grande variação no preço dos produtos, bem como na qualidade oferecida |
Fácil acesso das empresas ao mercado de atuação | Mercados restritos, com dificuldade de entrada e alcance do público |
Qual a importância da concorrência perfeita na inteligência competitiva do mercado?
Embora seja um modelo ideal e não real, a concorrência perfeita pode ser usada como referência pelo mercado. Empresas que avaliam entrar em um determinado nicho ou lançar um novo produto, por exemplo, podem medir o nível de oferta e demanda a partir desse modelo. Assim, as chances de atingirem as necessidades do público e competirem em igualdade com outras empresas é maior.
Outra funcionalidade desse sistema é orientar órgãos como o do governo sobre possíveis formações de monopólios e oligopólios pelo mercado. Tendo uma métrica indicadora sobre quais são as práticas de vendedores e compradores, identificar as ilegais se torna mais fácil.
Buscar pela concorrência perfeita é uma maneira de estruturar mercados com fácil permeabilidade. A visão sobre as necessidades e expectativas daquele público dá maior assertividade no processo de construção e, a curto prazo, aumenta as chances de lucro.
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