Quer investir em crédito privado? Conheça os títulos, e os prós e contras do modelo de investimento

Criar uma carteira diversificada ultrapassa a ideia de que se deve aplicar em ativos possíveis sem a possibilidade de correr riscos. Nesse sentido, uma boa oportunidade de investimento é o crédito privado que, embora envolva riscos, apresenta boas vantagens. 

O crédito privado é uma opção de renda fixa que ajuda a financiar empresas para um bem maior. Em troca, o investidor recebe em determinado período o valor aplicado e somado superior aos pagos pelos títulos públicos.

Essa pode ser uma boa opção para você? Ao longo deste artigo nós vamos esclarecer o que é crédito privado, os principais tipos, como funciona, e seus prós e contras.

Para explicar os principais detalhes, confira os principais tópicos:

  • O que é crédito privado?;
  • Qual a modalidade do crédito privado?;
  • Quais são os títulos de crédito privado?;
  • O que são fundos de crédito privado?;
  • Qual é a tributação dos fundos de crédito privado?;
  • Vantagens e desvantagens do crédito privado;
  • Vale a pena investir em crédito privado?

Boa leitura!

O que é crédito privado?

Crédito privado é um modelo de emissão de dívida realizado por empresas que desejam expandir seus negócios, tornar viável um projeto ou circular o capital de giro. Em suma, o investidor empresta dinheiro às empresas em troca de remuneração. 

Supomos, por exemplo, que uma empresa necessita fazer investimentos para crescer no mercado, seja para ampliar seus equipamentos agregando novas tecnologias, ou para aplicar em campanhas de marketing e, assim, ganhar maior engajamento do público-alvo.

Esse tipo de projeto pode se tornar realidade em pouco tempo, mesmo que o empreendedor não tenha recursos disponíveis naquele momento. Logo ele pode conseguir alavancar seu objetivo de duas formas:

  • 1. Pegar dinheiro emprestado com um banco tradicional, ciente de que há juros abusivos conforme a quantidade de parcelas requisitada;
  • 2. Fazer uma operação no mercado de capitais, uma ideia não muito conhecida para a maioria das pessoas.

Ao optar pela segunda opção, quem viabiliza o capital são os investidores. Estes, por sinal, contam com o pagamento de juros sobre o valor, referente à valorização do montante ao longo dos anos.

A troca de “dinheiro”, nesta situação, é o que conhecemos por título. Quando emitido, ele deve chegar ao investidor, sendo que esse processo pode ser feito por meio de bancos de investimentos, corretoras, etc.

Outra funcionalidade do crédito privado é levantar verba para projetos dos setores do País, como o agronegócio e o mercado imobiliário, por exemplo.

Normalmente é indicado para quem busca retorno a longo prazo, já que grande parte das ideias dos investidores é focar em projetos ambiciosos de alta duração.

Qual a modalidade do crédito privado?

Existem basicamente dois modelos de investimentos: renda fixa e variável, mas o título privado se encaixa melhor em renda fixa. Sabe por quê?

Os investimentos em renda fixa contam com cálculo predefinido, isto é, durante a ideia de começar uma aplicação é possível prever o retorno financeiro.

Para que todo o processo seja realizado concretamente, são acordados os prazos, taxas, índices de referência e outros detalhes da negociação.

Logo, é possível entender que, no crédito privado, o investidor tem noção sobre o retorno do investimento e o quando isso irá acontecer.

Mas o crédito privado não se destina a apenas aplicações de renda fixa. Na modalidade de renda variável, as ações são negociadas na bolsa de valores. 

Geralmente este tipo de aplicação é feito por investidores que não temem os riscos do mercado

Quais são os títulos de crédito privado?

Uma das formas de investir em crédito privado é por meio de títulos. Nesse sentido, existem três tipos de papéis para aplicação. São eles:

Debêntures

Quando as empresas evitam empréstimos bancários por conta das altas taxas, elas recorrem à emissão de debêntures. Para os investidores este é um bom negócio, uma vez que, geralmente, a rentabilidade é maior que os títulos públicos.

De modo geral, as debêntures são títulos de dívida que, ao serem aplicados, fornecem um empréstimo à empresa. Elas servem para financiar projetos em troca do recebimento de juros.

Existem dois tipos de debêntures:

  • Simples: a rentabilidade de uma debênture é paga em dinheiro diretamente na conta-corrente;
  • Conversível: você recebe por meio de cotas empresariais.

Vale frisar que os formatos têm cobrança de Imposto de Renda (IR), mas para pessoas físicas existem as debêntures isentas de IR, quando aplicadas em projetos de infraestrutura. Nesse caso, chamam-se debêntures incentivadas.

Atenção para a possibilidade de calotes das empresas emissoras de títulos, uma vez que esse tipo de investimento não é coberto pelo FGC. Por essa razão, é importante analisar a classificação das agências de risco (rating) sobre as emissoras antes de finalizar uma operação.

CRI e CRA

O CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) são modelos em que o investidor adquire parcelas de financiamentos, podendo receber os retornos por períodos ou somente no vencimento do título.

Um dado importante é que esses títulos não são emitidos por instituições financeiras, como, na maioria dos casos, e, sim, por especialistas em concretizar créditos em formato de títulos.

Do mesmo modo que as debêntures incentivadas, o CRI e o CRA são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas.

FIDC

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) são um modelo de investimento que busca alta rentabilidade por meio de direitos de crédito. 

Isso significa que quem escolhe esse modelo detém os direitos de receber valores por parte da empresa, como, por exemplo, contas a receber, duplicatas e cheques. 

Nesse caso, as empresas oferecem títulos que geram aumento de liquidez no fluxo de caixa, porém, o pagamento da rentabilidade acordada é feito no prazo determinado. 

O que são fundos de crédito privado?

Os fundos de crédito privado são aqueles em que o gestor investe parte do capital em títulos de empresas e instituições privadas.

Quando o investidor adquire os fundos de crédito privado, é como se ele emprestasse dinheiro para as companhias que emitem os papéis. Logo, elas remuneram o investidor com juros durante e ao final da aplicação.

Consideram-se fundos de crédito privado quando o investidor possui mais de 50% do patrimônio totalmente aplicado em títulos de empresas e instituições privadas.

Vale ressaltar que esse aporte está sempre integrado aos indicadores como CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou IPCA (Índice de Preços ao Consumidor).

Qual é a tributação dos fundos de crédito privado?

Os fundos de crédito privado incidem sobre alguns impostos. São eles:

1. Imposto de Renda

A tributação mais conhecida do país é aquela que recolhe parte do que você ganha. Como ela acompanha a evolução de cada patrimônio, o governo pede que os trabalhos e empresas informem os ganhos anuais para a Receita Federal.

As alíquotas do IR seguem a tabela regressiva das aplicações de renda fixa:

  • Até 180 dias: 22,5%;
  • De 181 a 360 dias: 20%;
  • De 361 a 720 dias: 17,5%;
  • Acima de 720 dias: 15%.

Vale lembrar que as debêntures isentam pessoas físicas da contribuição do Imposto de Renda quando as aplicações são feitas para projetos de infraestrutura, o que chamamos de incentivadas. 

2. IOF

O Imposto sobre Operações Financeiras visa regularizar a economia nacional. O recolhimento acontece proporcionalmente de acordo com cada operação, dando conhecimento da demanda e oferta de crédito. Nesta situação, o IOF serve para resgates em aplicações inferiores a 30 dias.

3. Come-Cotas

Esse tipo de tributação acontece quando se investe em fundos de crédito privado, o investidor compra cotas dele, e parte dessa cobrança é repassada à Receita Federal. Assim, o investidor perde cotas após pagar a tributação.

Vantagens do crédito privado

Maior rentabilidade

Em comparação aos títulos públicos, os fundos de crédito privado são mais rentáveis quando as taxas de juros estão baixas, como a Selic e o IPCA.

Redução de riscos

O risco é relativamente menor em relação aos investimentos em ações, que, porventura, são mais arriscados, devido às oscilações do mercado no valor dos ativos. 

Isenção de impostos

Alguns tipos de crédito privado, como debêntures incentivadas, CRI E CRA, por exemplo, não cobram impostos.

Existência de Ratings

Rating é um tipo de avaliação que uma empresa especializada faz em relação às empresas de investimento em crédito privado. Assim, por meio da nota você vai saber os verdadeiros riscos. Por exemplo, se a nota da empresa é alta, significa que ela é estável, portanto, isso diminui as chances da debênture não ser paga.

Desvantagens do crédito privado

Ausência do FGC

O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) é uma entidade privada que protege os investidores que incluem seu dinheiro em instituições financeiras, assegurando até R$250 mil por CPF e instituição financeira. No entanto, essa proteção não se aplica ao crédito privado, deixando o investidor totalmente desamparado em caso de calote ou falência da empresa.

Investimentos iniciais altos

Em alguns casos, os primeiros investimentos podem ser elevados, um problema aparente para quem não dispõe de alto capital.

Possibilidade de quebra de empresas

Embora seja um investimento qualificado, ele é um recurso do setor privado, o que gera possibilidade de falência.

Enfim, vale a pena investir em crédito privado?

Com essas informações, você já tem noção sobre o que é crédito privado e se é a melhor alternativa para você.

Como percebemos, há diversas vantagens e desvantagens em jogo, mas o mais importante é que o investimento em crédito privado depende do seu capital disponível.

A única certeza é que o crédito privado é um investimento de renda fixa, conhecido por gerar uma previsão mais assertiva em torno dos ganhos. Mas isso acontece de fato? E o que significa renda fixa?

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