Não é novidade no mundo corporativo que ferramentas são essenciais para otimizar e dar agilidade aos processos. É por isso que, hoje, muitos gestores têm investido em soluções inovadoras e tecnológicas, como é o caso da gestão do conhecimento.
Essa mentalidade dos líderes não só objetiva alavancar os negócios, como também está focada em turbinar o engajamento de suas equipes e, por consequência, melhorar a qualidade da entrega dos serviços.
E o que significa isso na prática? É o que você descobrirá agora, lendo este texto.
Gestão do conhecimento: o que é?
A gestão de conhecimento é uma coleção de processos que governa a criação, classificação, armazenamento, disseminação e utilização da informação e do conhecimento, para alcançar os objetivos estratégicos organizacionais. É usada para identificar e analisar os conhecimentos disponíveis e desejáveis para o desenvolvimento da empresa.
Esse conceito envolve uma série de ações e estratégias. Dessa forma, as empresas o aplicam em seu dia a dia de forma multidisciplinar por meio da organização e distribuição de dados. Na prática, a gestão de conhecimento se refere a todas as informações criadas por um negócio.
Porém, pouco valem tantos dados se eles não forem utilizados da maneira correta. É aí que a gestão do conhecimento entra em cena. Isso porque, por meio dela, todos esses dados são organizados e propagados de maneira assertiva.
Qual a importância da gestão do conhecimento?
A gestão de conhecimento tem muito a ver com mindset. O que isso quer dizer? Que as lideranças devem enxergar valor no capital intelectual e vê-lo não só como um “amontoado de informações”, mas sim como uma parte estratégica.
Se eles tiverem essa mentalidade, não só os setores se tornarão mais produtivos como a cultura da empresa será transformada. O resultado prático? Mais visão e melhores resultados.
Para entender melhor, vamos a um exemplo.
Imagine que sua empresa tenha passado por um processo de reestruturação e que vários colaboradores tenham sido contratados e que iniciarão na semana seguinte. Como ensinar todos eles em tão pouco tempo?
Situação estressante, não é mesmo? Nem tanto se a gestão do conhecimento de sua organização estiver bem delineada. Afinal, por meio dela, você consegue, de modo mais fácil, identificar as informações importantes que devem ser transmitidas para eles e, assim, desenvolver um treinamento com a linguagem e os materiais adequados para esse público.
Porém, a gestão de conhecimento não é só importante para promover o aprendizado de novos funcionários, ela é fundamental também para que os funcionários antigos evoluam.
Isso porque, por meio dela, é possível identificar se o conhecimento dos times está sendo transformado em estratégia e se os processos estão sendo mais efetivos e bem compartilhados.
Caso não, é vital que os gestores analisem os gaps e saibam quais são as competências e habilidades que os colaboradores precisam melhorar.
Resumindo tudo o que foi dito, a gestão de conhecimento promove a conscientização das informações e, desse modo, torna mais fácil e eficiente a organização dos dados para traduzi-los em mais produtividade e engajamento.
Ferramentas de gestão do conhecimento na web 2.0 e 3.0
As ferramentas de gestão do conhecimento colaborativas são as que proporcionam este novo tipo de cooperação.
Na web, mudou-se a maneira de entender o que diz respeito à informação. O usuário passou a ser ativo e participante, utilizando a seleção e troca de conteúdo postado nos sites por meio de plataformas mais abertas e colaborativas. Este novo conceito foi denominado Web 2.0.
Obviamente, a tecnologia não é neutra e, com o surgimento da Web 2.0, a sociedade sofre diversas mudanças. Dentre elas, algumas são fundamentais. A mais significativa é a possibilidade de expressão e socialização, a partir de ferramentas de comunicação realizadas por computador.
Surge, então, a necessidade de emprego de sistema de gestão do conhecimento que possibilite que a informação e o conhecimento sejam melhor acessados, combinados, armazenados, compartilhados, disponibilizados e utilizados.
Nesta linha, são inúmeras as possibilidades e ferramentas para gestão do conhecimento na Web 2.0, que foram agrupadas da seguinte forma:
- Ferramentas Wikis (o MediaWiki é uma das principais ferramentas Wikis)
- Sistema de gestão do conhecimento
- Gerenciador de tarefas
- Gerenciadores de documentos
- Gerenciamento de equipes remotas
- Gerenciamento de projetos
- Apresentações
Nesta perspectiva, todos devem concordar que a interação do usuário constitui o pilar da web 2.0, pois é ele quem usufruirá dos modernos recursos das ferramentas e do conhecimento retido e compartilhado.
As aplicações propõem conteúdos dinâmicos e interfaces ricas, oferecendo meios para adicionar ou editar conteúdos, como podem ser comprovadas nas ferramentas citadas acima.
Em paralelo à web 2.0, surge o conceito da web 3.0 ou web semântica, que propõe um conjunto de tecnologias que ajudam a partilhar conhecimentos em toda a web entre diferentes aplicações.
A web semântica atinge sua maturidade quando utiliza ontologias (vocabulários) que orientam as marcações semânticas e aumentam a compreensão entre a máquina e o ser humano.
Em um artigo clássico, “The semantic web” (2001), Tim Berners-Lee cunha o termo web semântica e a apresenta como extensão da web atual, com o objetivo de desenvolver meios para que as máquinas possam servir aos humanos de maneira mais eficiente.
Entretanto, é necessário a construção de instrumentos com o objetivo de fornecer sentido lógico e semântico aos computadores. Diferentes campos da linguística computacional, banco de dados, representação do conhecimento, sistemas baseados no conhecimento e computação orientada para serviços, colaboram na construção da web semântica.
< Saiba mais sobre o assunto: Rede Mundial de Computadores – como evoluiu />
Wikis Semânticos na gestão da informação e do conhecimento
Uma das principais ferramentas que já foram incorporadas à web semântica são os Wikis Semânticos, que estendem os wikis tradicionais, permitindo a anotação dos conteúdos de forma explícita, tornando-os mais legíveis para as máquinas.
Dessa forma, algumas das limitações dos wikis tradicionais que podem ser resolvidos com os semânticos são:
- consistência do conteúdo: frequentemente, nos wikis tradicionais, a mesma informação pode aparecer em diversas páginas. A marcação semântica permite maior consistência nas informações, evitando esta ambiguidade, no momento que os usuários estão fazendo a inserção do conteúdo.
- acesso ao conteúdo: grandes wikis têm muitas páginas, tornando um desafio procurar e comparar informações. Utilizando de buscas com sintaxes próximas da SQL, os wikis semânticos possibilitam o retorno preciso do conteúdo desejado.
- reuso do conteúdo: a motivação dos wikis é disponibilizar a informação. O conteúdo pouco estruturado dos wikis tradicionais possibilita apenas a leitura nos navegadores.
Nesse sentido, os wikis semânticos possibilitam o enriquecimento semântico do conteúdo que permanece ainda de fácil manipulação pelo usuário, e permitem: classificação e anotação para os links, apresentação dinâmica dos conteúdos, navegação mais rica, metadados, dados em triplas RDF (resource description framework), busca semântica e consultas embutidas.
O Semantic Media Wiki (SMW) é uma extensão, também free, do MediaWiki que, por sua vez, é um software livre, e sua instalação requer um servidor Web (Apache), um banco de dados (MySQL ou PostGreSQL) e a linguagem PHP.
SMW está com versão atualizada e suas principais características são: extensão do MediaWiki, nada é sobrescrito no MediaWiki, as funções são chamadas quando necessário, marcação semântica simples e não é necessário um grande conhecimento em ontologias.
A estrutura semântica do SWM contempla: categorias e subcategorias (classes para anotar a metaclassificação), propriedades (links anotados), tipos de dados (para delinear os valores), instâncias (as próprias páginas wikis ) e URI (Uniform Resource Identifier – string de caracteres para identificar um recurso web).
Com relação ao SMW, sua simplicidade e facilidade de uso colaborativo, inerente à sua natureza de ferramenta wiki, permite constatar o interesse de seu uso em determinados projetos. Sobretudo, dá suporte à engenharia colaborativa de ontologias.
O que é gestão de conhecimento nas organizações? Conclusão
Vimos aqui, resumidamente, os principais conceitos de gestão do conhecimento e seu contexto, e da web semântica.
Também apresentamos o uso de uma ferramenta de wiki semântico, que constitui uma opção interessante de suporte à construção colaborativa para a gestão do conhecimento organizacional, com estruturação semântica.
A capacidade de colaboração e cooperação nestas plataformas é rica e eficaz, e facilita a documentação simples. A par destes novos conceitos, cabe a nós propagarmos a gestão do conhecimento nas organizações.
Pode-se dizer que, contemplando os processos da gestão do conhecimento, o que chamamos “filosofia wiki” é potencializada por métodos e técnicas da web semântica.
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