Modelo Cascata: definição, benefícios e diferenças para o método Agile

Descubra as principais vantagens e desvantagens da Metodologia Waterfall e Agile. Em seguida, escolha qual se adapta melhor aos seus projetos e coloque em prática agora mesmo.

Você já pensou em um projeto, mas teve dificuldades em tirá-lo do papel? Então certamente você precisa de uma ferramenta de gerenciamento para otimizar os fluxos e delimitar cada etapa de execução, como Modelo Cascata 

Também conhecido como modelo waterfall ou cachoeira, esse método de desenvolvimento em cascata é marcado por fases muito bem definidas, que estabelecem os requisitos e problemas que um projeto  deve realizar , marcando um passo a passo até que esses objetivos sejam alcançados.

Apesar da efetividade comprovada, o processo de software cascata foi criado em 1970 e já é considerado defasado em muitos pontos. Por isso, é comum compará-lo a outras metodologias ágeis do desenvolvimento de softwares, como o método Agile, que utiliza algumas de suas bases e é uma espécie de atualização.

As Metodologias Waterfall e Agile, mais conhecidas como metodologias ágeis, são muito utilizadas por empresas de tecnologia, por exemplo, pela funcionalidade e benefícios que trazem para os projetos, principalmente de software. 

Exemplo disso está na pesquisa realizada por Scott Ambler, apontando que 82% das empresas melhoraram sua produtividade, enquanto que 77% aperfeiçoaram a qualidade do produto. Além disso, as empresas que adotaram metodologias ágeis em seus projetos mostraram uma taxa de sucesso de 55%.

Apesar dos dois modelos ajudarem – e muito – a simplificar os processos no desenvolvimento de software, eles possuem algumas diferenças pontuais que são importantes de ressaltar. Por isso, este artigo foi pensado exatamente para explicar suas distinções e te ajudar a escolher o melhor para seus projetos. Boa leitura!

O que é o Modelo Cascata?

O Modelo Cascata na engenharia de software é uma metodologia de desenvolvimento criada na década de 1970, sugerindo uma abordagem sistemática do processo como um todo. Ela consiste em fases bem definidas e um fluxo sequencial entre elas.

Conhecida também como modelo waterfall ou cachoeira, essa metodologia tem um nome bem sugestivo em relação ao seu funcionamento: afinal, o fluxo de tarefas ocorre em etapas e não deve voltar para fases anteriores após ter avançado. 

O topo da cascata equivale ao ponto inicial, e a parte que toca o rio, o final. 

Assim como a água que cai e não volta, o curso das tarefas deve seguir sem retorno para não atrapalhar o projeto. Ou seja, como um processo sequencial, ao final de cada etapa, os desenvolvedores não conseguem voltar para o estágio anterior. 

Basicamente, é preciso ter uma definição muito clara sobre as funcionalidades e aplicações de um projeto, já que não será possível voltar ao início para alterar o planejamento, uma vez que ele já se encontra em desenvolvimento.

Dessa forma, os erros e mudanças são quase inadmissíveis, o que requer um cuidado extra na hora de definir as etapas e executar cada uma delas, para que não haja comprometimento do projeto como um todo. 

Como funciona o Modelo Cascata na prática?

Desde sua criação, a  Metodologia Cascata vem sendo muito utilizada pelas empresas no desenvolvimento de software, visando evitar prejuízos. Como sua funcionalidade fez muito sucesso, permanece até hoje como uma das principais formas de organização de planejamentos. As principais fases do modelo Waterfall são: planejamento, execução, validação e entrega.

No planejamento, é importante levantar todos os requisitos e funcionalidades esperadas para o projeto, documentando todas essas informações e criando uma estrutura das tarefas que serão seguidas, incluindo cronogramas, estimativas, equipes acionadas e interface de testes.

A execução irá sequencialmente executar as tarefas estabelecidas na ordem definida, assim que o objetivo de cada processo é cumprido, o desenvolvimento do software passa para a tarefa seguinte. Assim que estiver finalizado, podem ser iniciados os testes e validações do projeto.

Com resultados satisfatórios nos testes, o software será implantado junto ao cliente. A partir daí, o projeto estará finalizado. Caso seja necessário realizar manutenções periódicas ou atualizações, elas serão consideradas como um novo processo, aplicando o modelo cascata desde o seu início.

Mesmo sendo um método mais engessado e inflexível, ainda é uma excelente forma de organização e desenvolvimento de projetos. 

Quando o Modelo Cascata é recomendado?

Apesar de cada caso ser único, o ideal é avaliar projeto por projeto para repensar se o modelo escolhido é o que mais faz sentido para o seu negócio.. Entretanto, como o método é bem rígido, ele funciona melhor para projetos muito bem delimitados e estruturados, daqueles que não sofrem alterações e possuem erros quase nulos.

Além disso, a Cascata pode ser adotada com tranquilidade em projetos que abordam apenas o aperfeiçoamento de um serviço, ou de um produto já existente, no qual as adaptações são naturalmente esperadas. Ou seja, ele é ideal para projetos:

  • com processos bem documentados;
  • que possuem limitações existentes no cronograma e verba, diminuindo sua liberdade; 
  • com condições específicas;
  • com requisitos de regulamentação, como aqueles previstos por lei.

Em outras palavras, se o seu projeto tem etapas bem delineadas, que precisam ser seguidas de forma metódica, o Waterfall é perfeito para você! 

8 etapas do Modelo Cascata

As organizações geralmente seguem oito etapas para a execução da engenharia de software no modelo waterfall. Vamos ver, a seguir, quais são elas.

1. Concepção da ideia principal

A primeira parte é a definição do projeto. Aqui, o responsável escolhe a ideia e o que será feito para atingi-la. Em seguida, essa mesma pessoa analisa o custo-benefício do projeto, e, decidindo que ele é válido, terá uma estimativa geral do que será o projeto, dando continuidade à segunda parte. 

2. Documentação do projeto

Nesta fase ocorre a reunião dos documentos necessários para que o projeto exista, abrangendo os requisitos de software e sistema. 

3. Análise de viabilidade

Agora serão feitos testes para analisar a viabilidade do projeto. Se ele passar dessa fase, é criado um papel com a confirmação detalhada, especificando todos os requisitos.

4. Desenvolvimento visual do projeto

Neste passo, são preparados os modelos e storyboards que irão assessorar na criação visual do projeto, visando desenvolver a arquitetura do software.

5. Codificação de software

Aqui é onde o software é construído de fato. Para isso, é necessária a codificação de cada parte individual do software. Assim, os desenvolvedores seguem todos os passos pré-estabelecidos anteriormente, como o design e processos.

6. Testes gerais

Assim que o software está pronto e codificado, são feitos testes avançados e rigorosos para avaliar sua funcionalidade e possíveis erros. Essa etapa pode requerer codificações extras, caso ocorra alguma falha no código-fonte. Em alguns casos, todo o projeto deverá ser reiniciado.

7. Divulgação do conteúdo

Se o projeto passar em todas as fases, estará pronto para ser comercializado, ficando disponível para quem vai usá-lo. 

8. Manutenção e monitoramento

Após a comercialização do produto, os desenvolvedores disponibilizam um suporte ao produto, realizando a sua manutenção de tempo em tempo, bem como ajustes de erros que podem ocorrer durante sua utilização. 

Esta etapa é muito importante para garantir que o software funcione por mais tempo e em sua total capacidade, corrigindo problemas e criando patches.

< Leia também: Gestão Ágil de Produtos: saiba como usar essa metodologia />

Modelo Cascata vs Metodologia Agile

Como podemos observar, o Modelo Cascata é rígido e direto, o que pode ser interessante para certos projetos com informações bem claras e conhecidas, que demandam um desenvolvimento mais controlado. Ao mesmo tempo, sua aplicação não é recomendada quando o projeto requer uma gestão flexível e atualizações constantes.

Surgindo como uma alternativa ao Waterfall, o Agile tem base em 12 princípios que defendem maior flexibilidade e continuidade ao desenvolvimento das soluções, além de permitir que mudanças sejam feitas em qualquer fase do processo. Dessa forma, os projetos têm início com uma base mais simplificada, com etapas curtas. 

Chamadas de Sprints, essas etapas são elaboradas com base em ciclos de atividades para um determinado projeto, mantendo um desenvolvimento ágil, fluido e pautado por feedbacks constantes, ou seja, o projeto se encontra em uma espécie de desenvolvimento contínuo.

Assim, o Agile acaba sendo um método de trabalho mais rápido, no qual as etapas podem ser puladas e é possível retornar nelas quantas vezes for preciso. 

Neste método, inovações e melhorias podem ser adicionadas a cada contato com o software, pensando sempre na satisfação do cliente. Portanto, sua criação se torna mais simples e fácil, adaptando feedbacks dos usuários para otimizar o sistema, independentemente da etapa. 

Agora você deve estar se perguntando: quais as diferenças mais marcantes entre os dois? A resposta é simples e se refere às mudanças que podem ocorrer durante o processo de testes. No Waterfall, eles costumam acontecer no final, como dito no acima, quando o produto já está rodando. 

Nos métodos ágeis, os testes acontecem repetidamente, em todos os processos, de acordo com os feedbacks recebidos pelos usuários. Dessa forma, a equipe consegue atingir resultados mais compactos, eliminando todos os erros que podem ocorrer ao fim do projeto. 

Principais diferenças entre modelo cascata e método ágil

Antes de abordarmos as vantagens e desvantagens do Modelo Cascata e do Método Ágil no desenvolvimento de softwares, vamos apontar as principais diferenças entre essas abordagens, para que fique claro o comparativo.

Em primeiro lugar, temos a configuração do projeto. No desenvolvimento em cascata, temos fases bem definidas e divididas, seguindo uma execução sequencial e com movimento reto do ponto A ao ponto B, ou seja, o projeto tem começo, meio e fim, com etapas que não são repetidas.

A base da Metodologia Ágil consiste em estabelecer um ciclo de desenvolvimento para o projeto, formado por sprints. Dessa forma, o movimento fluido e rápido é mantido, porém, a coleta de feedbacks e a aplicação de melhorias já estão previstas desde o início, marcadas para o início do ciclo seguinte.

O Modelo Cascata é bem rígido e direto, aplicável para o desenvolvimento de projetos únicos ou isolados de outras tarefas. Não há espaço para alterações durante o andamento das etapas. Já no Agile, temos a flexibilidade de implementar melhorias em todas as etapas e abordamos a engenharia de software como um processo contínuo e integrado.

Por fim, podemos acrescentar que o Modelo Cascata coleta informações junto ao cliente durante o planejamento e depois se fecha para a execução interna, sem interferência ou feedbacks adicionais. Já o método ágil prioriza a satisfação do cliente e costuma envolvê-lo no desenvolvimento.

Cada uma dessas abordagens e características devem ser consideradas para saber quando usar o método cascata ou ágil no seu projeto.

Vantagens da Metodologia Waterfall

Decisões nunca são fáceis, principalmente quando se trata de métodos para gerenciar projetos. Então, vamos analisar as vantagens e desvantagens de cada um?

Começando pelas vantagens do modelo cascata na engenharia de software, podemos citar a precisão do método, que não admite erros e correções, o que acaba cumprindo o prazo estabelecido no planejamento. 

Além disso, as fases da metodologia em cascata são bem arquitetadas, o que facilita seu gerenciamento, já que o cliente sabe exatamente o que vai receber, quanto vai custar e quanto tempo o software será entregue. 

Desvantagens da Metodologia Waterfall

Como o lado inverso de uma moeda, as mesmas características que fazem parte das vantagens do método cascata, são os que delineiam suas desvantagens. Sua rigidez de não poder voltar nas etapas anteriores faz com que os testes sejam realizados de forma tardia, e talvez seja tarde demais para modificar

Dessa forma, o produto lançado pode não rodar da forma esperada, gerando gastos exorbitantes e perdas imensuráveis. Outro ponto que deve ser citado é que perdendo os feedbacks recorrentes, os desenvolvedores perdem também a oportunidade de utilizá-los em etapas anteriores e aperfeiçoar o sistema. 

Vantagens da Metodologia Agile

Se tratando das vantagens do método Agile, podemos começar pela sua flexibilidade. Isso quer dizer que mudanças podem ser feitas logo após o planejamento inicial, de acordo com feedback dos clientes. Essa característica facilita o entendimento sobre o que o seu usuário quer e a entrega exata do produto que eles desejam.   

Outro ponto de vantagem é a separação do projeto em partes interativas. Assim, os desenvolvedores possuem tempo suficiente para realizar mais testes, minimizando as chances de falhas. 

O sucesso dos projetos desenvolvidos com metodologias ágeis têm taxa de sucesso três vezes maior se comparados às formas tradicionais, segundo o Relatório CHAOS Manifesto, da consultoria Standish Group.

Desvantagens da Metodologia Agile

A flexibilidade do Agile pode ser também uma desvantagem, já que o projeto final tende a demorar mais para ficar pronto pela ausência de um prazo final estabelecido. Além disso, como a cada feedback existem ajustes e alterações a serem feitas, o cronograma nunca é seguido à risca

Assim, as criações extras podem significar maiores custos para o cliente, o que pode não ser tão agradável.

Em relação à eficiência do método, ela só funciona 100% quando o time se compromete a executar o projeto e possui autogestão. Afinal, sem um prazo para que as tarefas sejam cumpridas, a procrastinação pode vir à tona. 

< Confira um comparativo mais detalhado sobre essas metodologias no post: Metodologia Waterfall vs. Agile: entenda as diferenças />

Como escolher a metodologia certa para o seu projeto?

Agora que você sabe as vantagens e desvantagens de cada método, ficou mais fácil decidir qual é o mais indicado para o seu projeto?  A verdade é que não possui resposta certa, e todos os dois podem agregar de forma positiva

Pode parecer que a metodologia Agile seja a  melhor, por ser mais flexível, mas é interessante notar que o Modelo Cascata se mostra muito eficaz para projetos em que  todos os requisitos são conhecidos e há necessidade de isolar a execução de possíveis interferências que atrasem a entrega.

Lembre-se, para projetos mais claros e objetivos, com todas as etapas traçadas e estudadas anteriormente, a metodologia Waterfall é ideal. No entanto, se o que você deseja é inovação, rapidez e praticidade, o método ágil é ideal para alcançar resultados incríveis.

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