Se pudéssemos explicar o que é uma bolha econômica em uma palavra seria: ilusão!
Ilusão de que você ganhará com as valorizações e sairá a tempo de manter ganhos exorbitantes. Ou a falsa esperança de que conquistará tanto quanto – ou mais – que aqueles que adquiriram o ativo antes de você.
No mercado de investimentos, é extremamente natural se aproveitar de movimentos especulativos. A expectativa de valorização, inclusive, é uma variável que deve ser considerada no momento de negociar ativos.
O grande problema da bolha econômica é que as especulações são baseadas em ilusão, no efeito manada ou em informações sem embasamento. Isso alimenta um cenário extremamente explosivo, não apenas para o investidor individual, mas para toda a economia.
Vamos entender melhor o que é uma bolha econômica e como podemos nos proteger dela?
O que é uma bolha econômica?
A bolha econômica começa a se formar quando há uma grande especulação em volta de um ativo, novo produto ou serviço. Rapidamente muitos investidores passam a apostar em uma valorização, aumentando drasticamente a demanda.
Resultado? Os preços sobem muito, de uma maneira extremamente rápida.
Isso é bom, certo?
Depende. Quando não há fundamento ou justificativa para a valorização, os preços se afastam muito do valor intrínseco e criamos uma bolha econômica.
Resumidamente, a definição de o que é bolha econômica é: um cenário de hipervalorização sem justificativa real de um produto, ativo, ou empresa. Desta forma, criamos uma tendência puramente especulativa, extremamente sensível e que irá estourar em algum momento.
Quanto mais abrangente for o efeito manada, mais investidores, valorização exponencial e, consequentemente, maior o impacto econômico quando a bolha explodir. A tal ponto de desencadear uma crise mundial.
Por que investidores entram na e bolha financeira?
Sabemos o quanto a ganância, empolgação em massa e o efeito manada podem potencializar os riscos, mas como evitar? É só ter cuidado e investir sempre com análise e embasamento em dados reais, certo?
Bom, na verdade, não é tão simples quanto parece.
Imagine por um instante que você viu colegas ganhando valores incríveis em dois dias, depois três semanas, um mês. E nesse processo os ganhos escalavam em uma progressão geométrica. Você não vai perder essa oportunidade, não é mesmo?
Afinal, existe um claro sinal de valorização, quanto antes você começar, melhor. Não há tempo de compreender o mercado, senão você perde, ou tem a sensação de estar perdendo algo (FOMO). Ao contar para um amigo ele fará o mesmo, um conhecido dele também. Enfim, chegaremos no efeito manada e o valor do produto está cada vez mais longe do valor intrínseco.
Até que…
Sim, a bolha estoura!
Muitos investidores entram em uma bolha por ilusão e tantos outros para não querer perder uma grande oportunidade. O fato é que a linha entre acreditar em algo inovador e apostar em uma bolha econômica é extremamente tênue.
Quando elas surgem, inclusive, temos um grande embate entre especialistas, investidores e estudiosos. Como é o caso das moedas virtuais hoje.
Como as bolhas econômicas funcionam?
Como já sabemos, o preço está diretamente ligado à oferta e demanda de produtos, serviços ou ativos. Na prática, o excesso de oferta faz com os preços caiam, naturalmente, a alta na demanda ocasiona uma valorização.
E isso ocorre com todo item que é precificado, mas, no caso das bolhas financeiras, temos dois pontos muito sensíveis. Primeiro que, normalmente, a alta da demanda não está atrelada a fatos, valor ou fundamentos. Segundo, ela é extremamente sensível a qualquer movimento do mercado no sentido contrário.
Por isso que chamamos de bolha, ela cresce rapidamente, mas explode com muita facilidade. Diferente de uma bolha real, a econômica pode gerar consequências catastróficas, com impactos mundiais, como foi a crise imobiliária dos anos 2000, por exemplo.
Mas o que difere uma bolha econômica de uma valorização estável? Analisando a história, muitos estudiosos verificaram que uma bolha econômica segue etapas. Veja abaixo:
Etapas de uma bolha econômica
Fonte: NewBitcoinUser
- Identificação de um novo paradigma – É o ponto que começa o deslocamento da curva no gráfico. Nessa fase há um movimento no sentido da valorização de um ativo, produto ou empresa. Normalmente atrelado a algo inovador.
- Boom – Nessa etapa as demandas explodem, seguidas, claro, pelo preço. Aqui temos a sensação de que estamos perdendo algo incrível (FOMO). Dando início, portanto, ao efeito manada.
- Euforia – Com os preços valorizando exponencialmente, entramos na fase da euforia. A expectativa de ganhos ainda maiores toma conta dos investidores e, normalmente, nesse ponto começam os alertas.
- Tomada de Lucro – Aqui os investidores que se atentaram para os sinais – e perceberam o distanciamento do valor intrínseco – começam a vender os ativos. Essa ação, claro, é seguida rapidamente pelos demais.
- Pânico – A bolha estoura, os preços despencam praticamente na mesma rapidez com que subiram. A curva segue decrescendo até estabilizar no preço real do ativo.
Principais bolhas financeiras
As bolhas financeiras acontecem com muito mais frequência do que gostaríamos. Algumas delas podem estourar rapidamente, com efeitos moderados. Outras, no entanto, podem ser infladas por anos e gerar prejuízos severos para a economia internacional!
Veja abaixo algumas das mais famosas bolhas econômicas.
Bolha das Tulipas
A bolha das Tulipas foi a primeira que se tem notícia e aconteceu na Holanda, no século XVII. Na época, a tulipa era uma planta diferente, exótica e considerada por muitos como algo raro.
Tal como em todas as bolhas financeiras, houve um aumento da demanda pela planta, seguida de um comportamento eufórico. Isso a tal ponto que um bulbo de tulipa chegou a custar o preço de um imóvel.
Não se sabe exatamente o fator causador do rompimento da bolha, mas ele aconteceu no ano de 1637. E, como você deve imaginar, rendeu altos prejuízos para os produtores e investidores.
Quer saber um pouco mais sobre essa história? É só dar um play no vídeo abaixo!
Essa talvez seja uma das bolhas econômicas mais conhecidas. Afinal, atingiu de forma assustadora o universo de Wall Street. Ela aconteceu devido à onda especulativa no mercado de ações, na década de 1920.
Houve um endividamento generalizado e altos investimentos em ações, até outubro de 1929. No dia 24, o preço dos ativos despencou vertiginosamente, desencadeando a venda em massa, o desespero no mercado financeiro e o colapso da bolsa de valores de Nova York.
A falência em massa de bancos, empresas e pessoas físicas deu início a pior crise econômica americana. E, claro, seus efeitos se estenderam por todo o globo, desencadeando a chamada Grande Depressão.
Bolha da internet
A bolha da Internet está relacionada ao frenesi de novas tecnologias somado à especulação e ao surgimento de empresas com baixo valor intrínseco. Ela surgiu na década de 90 e estourou nos anos 2000.
Pequenas empresas chamadas de pontocom passaram a valer bilhões de dólares, muito acima do seu potencial de ganho e do valor real. Naturalmente, com o tempo, muitas dessas empresas não se mostraram rentáveis.
Como vimos, no momento que o mercado percebe isso, há um excesso de oferta, os preços despencam e a bolha explode. Foi exatamente o que ocorreu com a Bolha da Internet nos anos 2000, desencadeando uma grave recessão na economia norte-americana.
E, assim como a bolha que citamos anteriormente, teve impactos mundiais.
Como se proteger de uma bolha econômica?
Se você acompanha o mercado, muito provavelmente sentiu um alerta acendendo por aí. Afinal, as primeiras etapas correspondem com o boom das moedas virtuais, não é mesmo?
E, sim, há uma discussão a respeito dessa possibilidade. Grandes investidores, como John Paulson, inclusive, já defenderam que estamos presenciando uma bolha financeira das criptomoedas.
Por outro lado, muitos investidores defendem que o risco de estarmos em uma bolha já passou, devido ao tempo de existência das criptomoedas. Apesar de algumas moedas virtuais terem valorizações acima do valor real, as principais já provaram sua solidez, de acordo com a maioria dos entusiastas desse modelo.
Outro argumento muito utilizado é a comprovação do grande potencial inovador das moedas virtuais.
Anne Connelly, professora da Singularity University, no Vale do Silício, defende, inclusive, que a moeda está subvalorizada se comparada ao alto valor para a economia. Segundo ela, “bitcoin é a agulha. A agulha que vai estourar a bolha das finanças tradicionais e das moedas tradicionais.”
Saiba mais >>> Criptomoedas: 5 mitos e mentiras desvendados pela Xpeed.
Mas o fato é que dificilmente conseguimos identificar com certeza uma bolha econômica.
Isso quer dizer que não podemos embarcar em hipervalorizações, ou deixar de investir em criptomoedas e demais inovações? Pelo contrário, a ideia é que você faça isso minimizando ou ponderando os riscos.
Como?
Cautela com promessas de ganhos irreais
A primeira dica de como se proteger da bolha econômica é um dos principais lemas para mitigar riscos: cuidado com a ganância. Ela pode ser uma ótima aliada para aproveitar oportunidades, mas é preciso cautela e uma análise cuidadosa para evitar permanecer em uma bolha econômica.
Por mais atrativo que sejam os ganhos das primeiras etapas de uma bolha financeira, ela é sempre prejudicial. Afinal, uma hora ou outra ela vai estourar e se muitos investidores saírem antes, ela ainda trará consequências perigosas para toda economia. Afetando, inclusive, outros ativos, produtos e serviços não-relacionados.
Diversifique sempre!
A segunda dica é investir em uma carteira diversificada.
“Ah! Mas eu sou um investidor arrojado, gosto de ter ganhos elevados e aceito os riscos atrelados!”
Ainda assim, diversifique! Acredite, essa ação vai proteger seu patrimônio e possibilitar que você continue jogando no mercado de forma competitiva.
Agora que você já sabe o que é uma bolha econômica e como se proteger, que tal dividir seu conhecimento com seus amigos e familiares? Para isso, basta compartilhar este post em suas redes sociais!
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