Obsolescência Programada: entenda por que as coisas não são feitas para durar

A obsolescência programada está mais comum do que se imagina, os fabricantes estão projetando seus produtos de maneira a dificultar a reparação

Já percebeu que vários produtos pessoais e que temos em casa não são duráveis? Isso é um exemplo prático da obsolescência programada.

Afinal, o que é isso? Nada mais é do que o ato de tornar um produto obsoleto para fins não práticos.

Simplificando, algumas empresas projetam seus objetos de modo que, em algum momento de sua vida útil, será necessário substituí-lo. Algumas empresas fabricam itens com período de início e término de utilidade. Você pode ver isso não apenas em telefones, mas também em carros e eletrodomésticos.

Confira ao longo do texto o que é obsolescência programada, funcionamento, tipos, benefícios e mais. Boa leitura!

O que é obsolescência programada?

Em síntese, é quando os donos dos negócios estão tomando decisões de projeto e fabricação que limitam a vida útil de determinado produto. Isso é chamado de obsolescência programada.

Os objetos não são necessariamente feitos para quebrar, no entanto, os fabricantes estão projetando seus itens de maneira a dificultar o reparo dos itens.

Isso também pode significar que as peças de reposição não estão prontamente disponíveis, as informações de reparo são escassas e as atualizações de software exigem que compremos novos dispositivos ou itens. Essas barreiras rapidamente tornam os produtos obsoletos.

A Internet das Coisas e a Inteligência Artificial também estão ajudando a acelerar esse processo. As empresas usam essas tecnologias para rastrear os hábitos dos consumidores e identificar quando eles estão prontos para comprar novos produtos.

Conseguiu entender sobre o que é obsolescência programada? Esperamos que sim!

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O início

A prática da obsolescência planejada ou programada foi iniciada há mais de 100 anos.

De acordo com Alan Reddig, professor de Desenho Industrial da Rochester Institute of Technology (RIT), embora o termo não tenha começado a circular até a década de 1950, a ideia em si, está em ação desde a década de 1920.

Conforme informações do especialista, os fabricantes começaram a usar a prática durante a Grande Depressão que ocorreu nos Estados Unidos na década de 1930. O termo foi elaborado pela primeira vez pelo empresário norte-americano Bernard London em 1929.

Os donos das indústrias de automóveis estavam preocupados com o fato de estarem atingindo a ‘saturação’ – o ponto em que não podiam fazer nada para melhorar os carros com a tecnologia de que dispunham.

Então, a General Motors decidiu por uma nova estratégia: eles começariam a lançar novos modelos de carros a cada ano. Mas o problema era que tudo internamente era quase o mesmo, enquanto o estilo e o acabamento do carro eram diferentes. Essa estratégia se tornou o início da obsolescência planejada.

Também naquela época, empreendimentos de produção de lâmpadas dos Estados Unidos e de alguns países europeus industrializados decidiram se organizar em um cartel denominado “Phoebus”. Em acordo, tais negócios decidiram restringir o tempo médio de duração de cada lâmpada de 2.500 para 1.000 horas, em média.

Confira aqui os impactos na União Europeia

Caso você queira se aprofundar no assunto, indicamos o documentário espanhol “Obsolescência Programada“, lançado em 2010. Você pode encontrá-lo gratuitamente no YouTube para assistir posteriormente. 🎬

(Fonte: Getty Images)

Como a obsolescência costuma funcionar?

O que era para ser algo sustentável, acabou se tornando uma estratégia de marketing empresarial. O objetivo principal é que os consumidores substituam seus produtos antigos por novos, com isso gerando mais receita para os negócios.

É importante notar que a obsolescência programada não é ilegal, mas pode ser considerada antiética.

As empresas de tecnologia, por exemplo, utilizam-na como meio de vender produtos mais novos: Apple, Samsung e Microsoft.

As principais estratégias e exemplos de obsolescência programada são:

  • Redução da qualidade do produto total ou em partes,
  • Redução da quantidade de recursos disponíveis,
  • Limitação do desempenho dos produtos e outros.
FIQUE POR DENTRO
Em 2018, as autoridades da Itália multaram a Apple e a Samsung em um total de 15 milhões de euros por lançar atualizações de software que reduziram o desempenho do smartphone, resultando em um aumento de novas compras.

Tipos de obsolescência programada

Conheça abaixo as diferenças entre cada tipo.

Obsolescência percebida ou psicológica

Também chamada de obsolescência de desejabilidade, acontece quando um produto, em perfeitas condições, passa a ser obsoleto devido ao surgimento de outro com alguma novidade ou estilo. Muitas empresas usam essa técnica com apego ao emocional para aumentar as vendas.

Obsolescência datada

Já a obsolescência datada é um conceito que se aplica a produtos programados para se tornarem obsoletos em um determinado período. Isso é comum em produtos como computadores e telefones celulares.

Obsolescência legal

É um termo mais amplo e menos sobre consumo.

A obsolescência legal é usada para descrever a perda de validade de um documento legal: lei, regulamento ou contrato como resultado de mudanças na legislação ou interpretação jurídica. Ela pode ocorrer devido às mudanças na lei ou interpretação, ou porque o documento original é interpretado de maneira diferente por novos tribunais ou autoridades.

Obsolescência tecnológica ou de função

Nesse caso, um produto mesmo que esteja funcionando ou cumprindo o que deve fazer é substituído por um novo modelo, com tecnologias mais avançadas. Em síntese, trazendo mais eficiência conforme as necessidades do usuário.

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Principais produtos afetados pela obsolescência programada

Há uma série de itens que podem ser incluídos no rol:

  • Smartphones,
  • Notebooks,
  • Eletrodomésticos,
  • Sistemas operacionais,
  • Carros e motos,
  • Eletroeletrônicos,
  • E outros dispositivos.

Como a obsolescência programada afeta o mercado e o consumo?

A prática, principalmente de consumidores fãs de marcas, faz com que se gaste mais nos produtos mais recentes lançados pelas empresas. Logo, há mais consumo e mais dinheiro entrando para as corporações e indústrias.

Apesar da disponibilidade de alternativas e ações legais, o ato em si, está profundamente enraizado na cultura de consumo exagerado e na economia do descarte. 

Às vezes, a obsolescência programada em ação pode causar transtornos no nosso dia a dia e ações judiciais são movidas contra os negócios.

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Principais impactos na sociedade

A obsolescência programada tem um grande impacto na vida das pessoas, principalmente no que diz respeito ao consumismo.

Como dito anteriormente, a prática consiste na produção de produtos com data de validade, incentivando o consumo de maneira contínua e a troca de produtos de forma frequente. Isso gera um círculo vicioso, pois muitas vezes as pessoas acabam comprando produtos que não precisam e que logo ficarão obsoletos, gerando assim um gasto desnecessário de dinheiro.

Além disso, a obsolescência programada causa um aumento na produção de lixo, pois os produtos descartados acabam indo parar nos aterros e lixões, que já estão superlotados.

Por isso, é importante que as pessoas se conscientizem desse problema e que procurem adquirir produtos que sejam duráveis e que possam ser reaproveitados.

Lixo eletrônico. (Fonte: Getty Images)

Vantagens e desvantagens da obsolescência programada

Como consumidor há alguns benefícios com isso, sendo:

  • Produtos mais recentes e atualizados;
  • Itens com mais funcionalidades;
  • Limitação de pessoas que possuem o mesmo produto.

Mas, sobre as não vantagens, há:

  • Gastos frequentes com consertos ou compra de um mesmo item;
  • Em caso de danificações, você pode ficar por um tempo sem carro ou celular, por exemplo;
  • Aumento na geração de lixo que consequentemente afeta a crise climática em todo o mundo.

Impacto ambiental

Os níveis de toxicidade do lixo eletrônico podem ser prejudiciais quando o lixo eletrônico é descartado e manuseado de forma inadequada, como é comum ver nas ruas.

Por exemplo, chumbo e mercúrio podem prejudicar a saúde humana através da exposição e consumo de alimentos e adulterar a terra e os recursos hídricos. Você sabia disso? 😥

Além disso, 72% do potencial de aquecimento global dos smartphones decorre da produção, transporte e descarte. Como resultado, o lixo eletrônico agrava a situação ambiental global, uma vez que os novos materiais de produtos são provenientes da extração em vez da recuperação.


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