Tudo o que você precisa saber sobre a Realidade Virtual

Com a RV, é possível imergir em ambientes tão realistas que parecem ser de verdade. Entenda aqui a importância dessa tecnologia!

A transformação digital, somada às restrições impostas pela pandemia de coronavírus, exigiram das empresas inovações extremamente rápidas para continuarem operando e se destacando no mercado. 

Nesse cenário, a fonte de recursos tecnológicos de ponta se mostrou uma saída eficiente e sem volta. Entre eles está a Realidade Virtual (RV), com destaque para as experiências imersivas como alternativa aos modelos tradicionais de atendimento e etapas de produção.

Isso envolve os mais diversos setores, da medicina até arquitetura e as artes, por exemplo. Baseada no uso de sistemas computacionais que simulam ambientes com a ajuda de dispositivos, como óculos virtuais, essa tecnologia permite inúmeras funcionalidades.

Não é à toa que, segundo um relatório da consultoria ReportsnReports, o mercado de RV deve chegar a US$34,08 bilhões, ou R$139 bilhões, até 2023. Um dos motivos é que as empresas do segmento estão desenvolvendo produtos não somente direcionados ao entretenimento, mas pensando no uso corporativo. 

Mas afinal, do que se trata esta solução, como funciona, quais as suas vantagens e de que forma pode ser aplicada na prática? Se estes são alguns dos seus questionamentos, você acaba de chegar ao lugar certo. Acompanhe o conteúdo, pois é justamente sobre isso que vamos falar!

O que é a Realidade Virtual, ou VR?

Como o nome sugere, a RV é um ambiente virtual onde o usuário pode se inserir como se fosse estivesse presente. No entanto, tudo não passa de uma tecnologia de interface. A partir de sistemas computacionais, são implementados efeitos visuais, sonoros e táteis, levando a uma imersão muito similar ao mundo real. Para isso, são utilizados dispositivos como óculos e headsets. Inclusive, este mercado está em plena expansão.

Qual a diferença entre Realidade Virtual x Realidade Aumentada (RA)?

Apesar de serem termos parecidos (e muitas vezes confundidos) tratam-se de recursos distintos. Enquanto a Realidade Virtual consiste na criação de um ambiente totalmente novo e independente do mundo real, a Realidade Aumentada busca incluir componentes digitais no mundo em que já vivemos.

Como surgiu a realidade virtual?

O conceito de realidade virtual é muito mais antigo do que se pensa. Estima-se que ele foi citado pela primeira vez em 1938, pelo diretor de teatro, Antonin Artaud, que comparava esta arte a uma “realidade virtual”, no livro “O Teatro e o seu duplo”.

Porém, o início da VR vista como tecnologia foi na década de 30, quando Edward Link inventou o Link Trainer, o primeiro simulador de voo comercial. O dispositivo era eletromecânico e controlado por motores, com um leme que simulava turbulência.

Uma das principais evoluções veio na década de 60, com Morton Heilig. Após anos de desenvolvimento, ele criou o Sensorama, similar a um fliperama, que trazia uma mistura de cadeira que se mexia, óculos com visor, alto-falantes e até odores para simular a experiência.

Em 1961, engenheiros da Philco criaram o Headsight, um projeto de estímulo visual e reconhecimento de objetos. Em 1985, ex-funcionários da Atari resolveram investir na área sozinhos, pois a empresa entrou em falência após uma crise. Inclusive, a VPL Research foi a organização a que oficializou o termo Realidade Virtual e ainda lança vários periféricos na área.

Porém, ela começou mesmo a sair dos laboratórios nos anos 90 e virou moda, especialmente nos games. O grupo Virtuality passou a fabricar dispositivos com a tecnologia, com a  novidade de serem multiplayesr.

Em 1993, a Sega anunciou um headset para o Mega Drive e até alguns jogos, mas nunca passou da fase de protótipo. Em 1995, a Nintendo apresentou o Virtual Boy, com um formato fora do convencional e gráficos 3D em vermelho e preto.

No mesmo período, houve o boom da Internet, tornando-se a principal tecnologia de destaque. Com isso, também teve início ao acesso a software para design 3D, e muitas pessoas começaram a focar-se nesse aspecto e não no hardware. Nessa época, a RV acabou ficando de lado.

Houve então um abismo entre os avanços do começo dos anos 2000 até 2012, quando Palmer Luckey iniciou a primeira versão do Oculus Rift. Deu tão certo que o jovem empresário até estampou uma famosa capa da revista Time.

A partir do momento em que Oculus Rift apareceu em cena, vários concorrentes começaram a investir em VR e lançaram seus próprios capacetes no mercado. Sony, Samsung e Google apresentaram seus dispositivos e, depois disso, houve muitos jogos e aplicativos de VR.

O que começou com um simples simulador de voo tornou-se hoje numa das tecnologias mais promissoras. Atualmente, a Realidade Virtual tem como base os óculos e headsets.

Qual a sua importância para os dias atuais?

Como citamos no início do artigo, a Realidade Virtual está sendo usada atualmente nas mais diversas áreas, como saúde, cultura, educação e arquitetura. De visitas guiadas em museus à dissecação de um músculo, ela permite imersões que, de outra forma, não seriam possíveis.

Através das ferramentas de RV, uma empresa pode inserir o seu usuário em um espaço digital que mostre a complexidade do produto ou serviço ofertado, as diferentes etapas de produção, e entre outras soluções.

A palavra-chave aqui é engajamento, tanto multissensorial quanto intelectual. Além disso, as organizações podem promover conexões emocionais a partir de realidades que encantem, sensibilizem e causem outras percepções positivas.

Além de imersiva, a realidade virtual é versátil e pode ser utilizada nas mais diversas áreas do conhecimento

Uma breve explicação de como funciona o VR

Uma das bases da ilusão visual de uma nova realidade é ter a máxima similaridade com a atual. Para isso, uma simples imagem plana passada diante dos olhos não basta. É aí que entram os pilares da realidade virtual. Veja uma breve explicação sobre os seus recursos:

Estereoscopia

Com o uso da estereoscopia, a ilusão de profundidade é criada. Para que isso acontece, duas imagens diferentes são geradas, uma para cada olho. O efeito consiste na interpretação do cérebro de que as duas imagens na realidade são uma só.

Efeito 3D

O espaço tridimensional pode ser definido literalmente como tendo três dimensões, sendo elas altura, profundidade e largura. O efeito da tridimensionalidade de imagens e objetos é dado justamente pela junção das três dimensões com luz e sombra, causando um relevo.

Luz e sombra indicam diretamente ao olho humano se um objeto está próximo ou distante de quem o observa. Desse modo, ao ver uma imagem que possua essas informações, o cérebro humano automaticamente a associa como algo tridimensional.

Tecnologia de ponta

A Realidade Virtual é a interface do computador com o usuário que permite a interação entre eles e utiliza a tecnologia de ponta, para a criação de efeitos reais no modo virtual.

Os elementos utilizados nesses efeitos são interativos e alguns com aspectos tridimensionais, sendo o ambiente 3D formatado por um computador, o que possibilita a realização de uma navegação real pelo usuário. A linguagem de programação das plataformas são a VRML, X3D, Java3D e OpenGL.

Existem dois tipos de Realidade Virtual, segundo o nível de interação e conectividade com o usuário: o tele operação, baseado pela interface à distância, como teleconferência, e o telepresença, sendo o agrupamento em um único ambiente virtual, por vários usuários.

Já os sistemas de RV pode ser de quatro tipos: simulação, aumentada, de mesa ou de projeção, podendo ser aplicados a diversos dispositivos como comunicação à distância, jogos, simuladores, projetos arquitetônicos e também na Medicina.

Quem pode utilizar a Realidade Virtual como estratégia?

Inúmeros setores do mercado podem se beneficiar da Realidade Virtual para otimizar os processos, oferecer uma experiência memorável a clientes, promover o entretenimento e vários outros objetivos. Veja alguns deles:

Saúde

Na área da saúde, a realidade virtual pode ser utilizada para diversas finalidades, seja auxiliando os profissionais em aprendizagem, ou como ferramenta médica e cirúrgica durante o tratamento de pacientes.

Há diversos aplicativos que se utilizam da RV para ajudar médicos e cirurgiões em seu dia a dia, como plataformas que ajudam em operações remotas. Com a ferramenta, o médico mais experiente que está distante é capaz de mostrar como fazer um procedimento por meio da projeção de suas mãos sobre o paciente.

Jogos digitais

Já existem mais de 500 games para jogar na realidade virtual, desde experiências simples e curiosas até versões robustas de grandes sucessos, como “Skyrim” e “Resident Evil 7”. Os jogadores podem escolher entre mais de 30 óculos diferentes, compatíveis com computadores, consoles e celulares.  

Educação

O setor educacional já vem utilizando há anos os recursos virtuais para aprimorar a experiência de alunos e professores. Museus e galerias de diversas partes do mundo disponibilizam passeios virtuais por seus corredores e obras. O Parthenon, por exemplo, conta com um aplicativo, chamado A Gift for Athena, que usa as próprias estátuas da coleção para contar sua história.

Outro exemplo é o da Pinacoteca de São Paulo, que, em parceria com a IBM, desenvolveram uma solução baseada em RV em que os visitantes podem conversar com as obras de arte por meio do Watson, uma plataforma de computação cognitiva.

Arte

Depois de já ter impactado a educação, a tecnologia está impulsionando o meio artístico, proporcionando uma nova forma de imersão nas obras, tanto por artistas quanto pelos espectadores.

Grande parte da ascensão dessa tendência é devido ao app Tilt Brush. Produzido pela Google, ele permite que os artistas ‘pintem’ em um ambiente 3D. Isso acontece com o auxílio da realidade virtual, contendo óculos e controles de interações.

Com interface intuitiva, diferentes texturas e paletas que não existem no mundo real, como fogo, neve e fumaça, os artistas podem criar novos formatos de artes.

Além disso, a interatividade com as obras criadas é um dos destaques. O espectador pode, por andar ao redor delas, ver seus diferentes lados e profundidades num ambiente tridimensional.

Segurança

Os treinamentos são práticas comuns nas grandes empresas, tanto na promoção da cultura organizacional, quanto nos setores que exigem prevenção de riscos aos trabalhadores. Com o objetivo de otimizar as capacitações aos colaboradores, a RV tem sido adotada como a mais nova ferramenta de Recursos Humanos.

Dentro de alguns anos, ela deve estar dentro de todos os programas relacionados a treinamentos e segurança do trabalhador, especialmente nas indústrias ou em áreas que naturalmente oferecem riscos aos profissionais, servindo propriamente como complemento dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Arquitetura

A realidade virtual na arquitetura é um recurso que permite a visualização de ambientes prontos, antes de os projetos saírem do papel. Na prática, é como visitar os cômodos de uma casa antes de a construção sequer começar.

Ao usar a RV, clientes e arquitetos também podem compartilhar a ideia de como ficaria um edifício, uma sala ou qualquer ambiente de um trabalho em andamento antes da finalização e durante a concepção de um projeto.

Essas são apenas algumas aplicações dessa tecnologia que leva às pessoas a realidades imersivas e muito similares ao mundo real, mas que não passam de sistemas computacionais de vanguarda.

Por que a realidade virtual está relacionada ao metaverso?

Desde que o Facebook mudou seu nome para Meta, o qual remete ao metaverso, o tema realidade virtual voltou a ser o centro das atenções pelo mundo. Para começar, o que é o metaverso? O conceito envolve a conciliação entre o mundo real e o mundo virtual.

Ele funciona da seguinte maneira: as imagens são produzidas através de hologramas e óculos de RV, conectado com as interações humanas. Ou seja, o acesso ao metaverso depende da RV para acontecer. Inclusive, essa será uma das maiores tendências para os próximos anos, estando cada vez mais presente no dia a dia.

Quanto custa ao total investir em óculos VR?

Há diversos modelos de óculos de realidade virtual disponíveis no mercado. Para se ter ideia de valores, confira os preços dos mais vendidos:

Oculus Rift e Quest

Esses modelos de óculos tem um custo relativamente alto. As versões mais básicas estão em torno de R$3.000,00 a R$3.500,00. Se você adicionar opcionais como sensores e controles, esse valor chega na casa dos R$5.000,00.

Além disso, eles precisam ser conectados a um computador de alto desempenho, que partem de R$3.000,00. E essa, ainda, é uma máquina com configurações básicas. Dependendo do software que se for utilizar, há a necessidade de um equipamento melhor, que custará ainda mais.

Gear VR

O Óculos Virtual Smart Gear VR, da Samsung, é uma nova técnica de imersão no mundo da tecnologia, onde é possível mergulhar na ação e sentir a emoção de várias aventuras, como viajar em um navio pirata e voar entres as galáxias. Ele não possui fone de ouvido acoplado, neste caso deve-se utilizar um fone de ouvido externo comum (não fornecido) conectado ao celular. Os custos estão em torna de R$600,00 a R$700,00.

Afinal, a realidade virtual é uma tendência ou não?

Uma das tecnologias que se firmaram durante as restrições de circulação em função da pandemia, foi a Realidade Virtual (RV). E ela deve, sim, sem uma grande tendência para os próximos anos.

Para se ter ideia, o Relatório Setorial 2019, desenvolvido pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom), aponta que, entre 2020 e 2023, os investimentos em tecnologia de transformação virtual no Brasil devem ultrapassar R$ 4,9 bilhões. Esse investimento será aplicado exclusivamente no setor de RV e RA.

Como posso me aprofundar no assunto?

Para acompanhar essa evolução tecnológica ligada à RV e outros recursos, é preciso estar sempre antenado nas novidades que surgem, e elas não são poucas. Para começar, qual tal participar do Programa de Imersão Internacional em tecnologias disruptivas da XP Educação? São aulas interativas e ao vivo com os maiores especialistas do mercado, diretamente do Vale do Silício. Não deixe de conferir!

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