Entender de que forma a taxa de juros interfere na inflação é essencial para guiar as suas escolhas enquanto investidor. Conhecer as tendências e prever movimentos de queda ou oscilação nos indicadores pode ajudar a prevenir perdas e a antecipar ganhos.
Continue a leitura do artigo e entenda os conceitos de taxa de juros, inflação e qual a relação entre os dois elementos.
O que é taxa de juros?
Definimos taxa de juros como a rentabilidade de uma operação (valores pagos ou recebidos após o fim do período de contrato).
A taxa de juros faz parte da vida dos brasileiros, presente em diversas operações financeiras cotidianas. Quer ver só?
A multa paga após o atraso no pagamento da fatura de cartão de crédito é chamada de juros.
Da mesma forma, a taxa é o “preço” pago pelos tomadores de empréstimo aos credores na hora da devolução de um dinheiro ou bem que não é seu por um período de tempo predeterminado.
A taxa de juros também é a responsável por remunerar investimentos, sobretudo os de renda fixa. Afinal, o índice também é aplicado em produtos financeiros, principalmente os ligados ao mercado de crédito.
Por fim, podemos dizer que as taxas de juros são ferramentas utilizadas pelo governo para incentivar ou conter a demanda econômica do país.
>>> Saiba mais sobre taxa de juros.
Taxa de juros e Selic: estamos falando da mesma coisa?
É muito comum que, em um primeiro momento, tratemos “taxa de juros” e Selic como sinônimos. Isso porque a Selic é, sim, uma taxa de juros, e provavelmente a mais conhecida em nosso País.
Ela é a taxa básica de juros do Brasil e, por isso, tem influência em todas as outras taxas de juros da nossa economia, como a de empréstimos, financiamentos ou aplicações financeiras.
Resumidamente, a Selic aponta o valor pago pelo governo em juros para as instituições financeiras que adquirem títulos públicos do Tesouro Nacional.
Veja no infográfico abaixo como a Taxa Selic impacta em diferentes títulos de renda fixa:
O que é inflação?
De acordo com o IBGE, a inflação significa o aumento dos preços de produtos e serviços. Essa taxa é calculada pelos índices de preços, comumente chamados de índices de inflação.
Aqui estão algumas das causas deste aumento dos preços, conhecido por nós como inflação:
- maior demanda e produção;
- crescimento dos custos de produção;
- aumento nos gastos públicos;
- falta de matéria-prima;
- crises globais;
- conflitos entre países;
- impactos climáticos na produção;
- maior fluxo de emissão de moeda;
- monopólios ou formação de cartéis (quando as poucas empresas do mesmo segmento combinam preços mais altos;
- maior taxa de câmbio;
- indexação (ajuste de preços considerando a inflação anterior — como nos aluguéis, por exemplo).
Cálculo de inflação
Quem calcula e determina a inflação é o IBGE. Sua base de avaliação e referência é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
O Instituto realiza um levantamento mensal que considera a oscilação da média de preços de diferentes produtos da cesta básica e de outros, necessários para a subsistência dos brasileiros. Para te ajudar a entender, aqui estão alguns dos elementos analisados:
- aluguel;
- passagem de ônibus;
- combustível;
- energia elétrica e água;
- alimentos e cesta básica.
Índices de inflação
Além do IPCA, mencionado anteriormente como o índice “oficial” da inflação no Brasil, outros indicadores ajudam a identificar e analisar a inflação em nosso país. Listamos dois deles a seguir.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor, também é organizado pelo IBGE.
Este indicador analisa a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Estes são os grupos mais sensíveis às variações de preços do mercado.
IGP-M
Já o IGP-M, Índice Geral de Preços do Mercado, calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é um termômetro muito usado como referência em contratos de aluguel, seguros de saúde e reajustes de tarifas públicas.
Sua composição considera outros três índices:
- Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
- Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
- Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
De que forma a taxa de juros interfere na inflação?
Agora que você já conhece o conceito de taxa de juros x inflação, é hora de ligar os pontos. Afinal, de que forma a taxa de juros interfere na inflação?
A taxa Selic (mais popular taxa de juros do nosso país) é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para o controle da inflação.
Isso porque, quando o Bacen precisa reduzir a inflação, ele aumenta a Taxa Selic.
Mas o que isso quer dizer na prática?
Com o aumento da Selic, o governo aumenta, também, o “custo” do dinheiro. Dessa forma, passa a ser mais oneroso obter empréstimos, fazer financiamentos e até adquirir insumos. Pela lógica, quanto menos consumo, menor a inflação.
Por outro lado, quando a inflação está controlada e o governo quer incentivar a economia, ele pode reduzir a taxa Selic.
Dessa forma, há um estímulo ao crédito e ao consumo, o que, pela lógica, estimulam, também, a economia.
De que forma a taxa de juros interfere na inflação? Resumindo
Em resumo, podemos dizer que a inflação é uma consequência da desvalorização da moeda x aumento de preços.
Nesse cenário, as taxas de juros são fortes aliadas no combate à inflação, afinal, quanto mais alto for o valor dos juros, menos as pessoas farão empréstimos, compras ou financiamentos. Com menos dinheiro em circulação e menos consumo, a tendência é de que os negociantes reduzam seus preços, freando a inflação do país.
Educação financeira: desbloqueie sua capacidade de ganhar dinheiro
Entender de que forma a taxa de juros interfere na inflação pode ajudar a prever potenciais perdas financeiras e até a aproveitar oportunidades de migrar investimentos e diversificar a carteira.
Mas, para aproveitar ao máximo o potencial do mercado e identificar todas as oportunidades de ganhar dinheiro, é preciso ir além.
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*Créditos da imagem de capa: Towfiqu barbhuiya em Unsplash