Utilizado para alcançar os objetivos de um negócio e alinhar toda a empresa em uma só “linguagem”, o TOGAF apresenta métodos eficientes de arquitetura corporativa, o que garante uma visão 360º do negócio, e vem sendo utilizado em grandes corporações. Amazon, IBM, Intel, Philips, Huawei, Fujitsu são algumas delas.
Porém, engana-se quem acredita que a arquitetura empresarial TOGAF é útil apenas para grandes empresas. Afinal, o que é TOGAF e como ele pode ajudar na governança de negócios, independentemente do seu porte?
Explicaremos tudo neste artigo, e também como obter a certificação reconhecida mundialmente para usufruir de benefícios profissionais.
O que é TOGAF?
O TOGAF – The Open Group Architecture Framework – é um framework de arquitetura corporativa que tem como principal objetivo conectar a Tecnologia da Informação com todas as áreas de um negócio garantindo, assim, resultados significativos na governança.
Em outras palavras, ele pode ser definido como um framework capaz de fazer gerenciamentos de projetos, mantendo uma visão sistemática de toda a arquitetura empresarial para agilizar processos, diminuir erros, manter cronogramas otimizados, entre outros.
O que é a arquitetura corporativa?
A arquitetura corporativa engloba todos os processos organizacionais de uma empresa e como eles se relacionam entre si. De modo macro, ela é segmentada em áreas de negócio, dados, aplicações e tecnologias, que são subdivididas em setores, processos e atividades.
Uma curiosidade é que a arquitetura corporativa tem vários conceitos para se analisar em cada uma das áreas de conhecimento. Na arquitetura/design, por exemplo, ela é vista como um projeto arquitetônico de uma empresa.
Já o termo no universo da Tecnologia da Informação se refere a todo o processo organizacional de uma corporação e como eles se correlacionam. Em uma divisão simples, temos:
- Negócio: missão, setores, funcionários, funções desempenhadas, processos, público, estratégia, produtos, entre outros;
- Dados: tudo que é coletado e armazenado, sejam eles internos e externos;
- Aplicações: aplicativos utilizados, interfaces, componentes, entre outros.
- Tecnologias: servidores, redes, softwares, hardwares, etc.
As divisões listadas acima referem-se a uma visão macro. Pensando em termos micro, cada uma delas pode ser destrinchada em várias áreas e processos que se ligam de alguma forma, gerando um organograma e um fluxograma extremamente complexo.
É por isso que a arquitetura empresarial TOGAF é um framework de extrema necessidade. Ele ajuda a organizar toda essa arquitetura corporativa de forma simples, garantindo que os envolvidos tenham uma visão sistemática de todo o processo.
Se tratando de sua utilização, podemos citar um exemplo de TOGAF bem fácil de entender:
Vamos supor que o servidor precisa passar por uma manutenção. Nesse caso, o profissional de TI tem uma visão 360º de quais os setores da empresa serão afetados, quais as aplicações que vão parar de funcionar, se os usuários/clientes serão afetados e, claro, quais os impactos que essa manutenção vai gerar no negócio em si.
Os 4 pilares da arquitetura corporativa TOGAF
O exemplo acima deixa claro que The Open Group Architecture Framework é de fato uma tecnologia estratégica, com foco em governança, para garantir o cumprimento dos objetivos do ambiente corporativo. Por isso, os 4 pilares do TOGAF são exatamente focados nas divisões macros listadas na arquitetura corporativa.
Confira abaixo quais são esses pilares.
Arquitetura de dados
Atualmente, os dados são fundamentais em qualquer corporação e podem ser divididos em dados internos, aqueles produzidos na própria organização e os dados externos, coletados através de multiplataformas e canais.
Na arquitetura TOGAF, podemos ter uma visão geral de quais as fontes de coleta de dados, como eles estão estruturados, como e por quem podem ser acessados.
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Arquitetura de aplicativos
Na arquitetura de aplicativos do TOGAF podemos ter uma visão de todas as estruturas e os sistemas utilizados por uma empresa, o que garante todo o processo de funcionamento do negócio e em conformidade com os seus objetivos.
Arquitetura de negócios
Na arquitetura de negócios, é possível estruturar todas as informações que se referem a governança e organização da empresa: missão, políticas e regras, tomadas de decisões, clientes, produtos, estrutura organizacional, fluxo de processos, entre outros.
Arquitetura técnica
Já no quarto pilar do TOGAF, temos a arquitetura técnica que compreende a área de Tecnologia da Informação em si, onde é possível ter uma visão sistemática de toda a infraestrutura técnica que suporta o negócio: hardwares e softwares utilizados em cada uma das arquiteturas, como eles se relacionam, quais os setores envolvidos, etc.
Nesse caso, a arquitetura corporativa TOGAF vem para facilitar os processos de manutenção das aplicações, bem como o desenvolvimento e implementação de novas tecnologias para alcançar os objetivos do negócio.
O processo evolutivo do TOGAF
O TOGAF foi lançado em 1995 baseado na TAFIM – Technical Architecture Framework for Information Management – uma estrutura utilizada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos para a gestão de TI e que oferecia insights interessantes sobre a infraestrutura técnica do departamento.
Sendo assim, a primeira versão da arquitetura TOGAF lançada apresentou os conceitos do TAFIM em conjunto com os conceitos da Architecture Development Method (ADM), um método criado para estabelecer o processo da arquitetura corporativa, mas que pode ser adaptado e personalizado conforme a necessidade do negócio.
Com o passar dos anos, o TOGAF iniciou o seu processo evolutivo, ajustando-se às necessidades do mercado e trazendo melhorias constantes em novas tecnologias.
Dessa forma, em 2001, foi lançado o TOGAF 7 (chamado Technical Edition), em 2002, a versão chamada Enterprise Edition (TOGAF 8), que logo no ano seguinte recebeu uma atualização para 8.1.
Em 2005, após o The Open Group assumir a arquitetura empresarial TOGAF, a empresa trabalhou em mais uma atualização, lançando no final de 2006 a versão 8.1.1. Já em 2009, a versão TOGAF 9 foi lançada com novas estruturas e técnicas.
Em 2011, uma nova atualização foi realizada passando para a versão 9.1. A última atualização ocorreu em 2018 com o lançamento do TOGAF 9.2.
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Atualizações do TOGAF 9.2
Segundo o The Open Group, a versão atual do framework de arquitetura excluiu conteúdos que já se encontravam obsoletos e corrigiu erros que haviam sido apresentados na versão anterior, mas manteve todos os recursos e as estruturas padrões da arquitetura corporativa.
Nesse sentido, os destaques das atualizações do TOGAF 9.2 são:
Framework de conteúdos
O Framework de conteúdo é o coração da arquitetura corporativa TOGAF seguindo as diretrizes do Método de Desenvolvimento de Arquitetura (ADM).
Alguns conteúdos que já haviam caído em desuso foram excluídos da versão 9.2 e o framework foi atualizado com uma estrutura mais detalhada para trabalho de arquitetura e com uma abordagem mais simplificada.
Estrutura modular
O TOGAF conta com uma estrutura modular padrão, mas na última atualização trouxe maior usabilidade, o que permitiu que as peças modulares pudessem ser utilizadas de forma isolada.
Além disso, para ajudar a aplicação prática, foi lançado um portfólio de material de orientação na Biblioteca TOGAF.
Guidelines extendidas
Os conceitos e diretrizes do TOGAF foram estendidos para estabelecer uma hierarquia integrada de arquiteturas que podem ser utilizadas por equipes de grandes empresas para contribuir na governança.
Dentre os conceitos e diretrizes incluídos na versão 9.2 estão:
- Particionamento: técnicas e considerações utilizadas para dividir de forma eficiente as várias arquiteturas empresariais;
- Repositório de Arquitetura: traz modelos de informação lógica capazes de integrar as saídas criadas pela execução do Método de Desenvolvimento de Arquitetura;
- Estrutura de capacidade: permite definições estruturais e essenciais na operação da arquitetura corporativa, ou seja, a definição do negócio, as funções desempenhadas, as responsabilidades de cada setor, entre outros.
Estilos de arquitetura
A arquitetura corporativa precisa ser flexível, pois as corporações são diferentes umas das outras. Nesse sentido, essa última versão traz vários exemplos de TOGAF de arquiteturas padrões, assim como diretrizes e técnicas de ADM que podem ser acessadas na Biblioteca TOGAF.
Quem pode utilizar o TOGAF?
Qualquer empresa que tenha uma equipe ou um profissional de TI em atuação pode utilizar a arquitetura corporativa TOGAF. Como explicamos ao longo deste artigo, ele é em framework que traz uma visão sistemática de todo o negócio e com foco na governança.
É importante ressaltar que todos os setores envolvidos na corporação podem trabalhar em conjunto na definição e na organização de todos os requisitos para manter o processo em funcionamento.
Com o TOGAF, podemos dizer que todos da empresa vão falar a mesma língua. Isso quer dizer que tantos profissionais técnicos, comerciais e criativos terão a mesma visão do negócio, garantindo que os objetivos sejam alcançados e os erros minimizados.
Onde retirar a certificação TOGAF?
Antes de dizer onde retirar a certificação TOGAF é preciso esclarecer que existem vários tipos certificação, são eles:
- TOGAF Standard: compreende os conceitos e fundamentos da versão atual 9.2.
- TOGAF Business Architecture: projetada para modelagem de negócios e como ela se relaciona com a arquitetura corporativa dentro do TOGAF;
- TOGAF Integrating Risk and Security: tem como foco o gerenciamento de riscos corporativos e arquitetura de segurança;
- TOGAF Essentials 2018: certificação de atualização, ou seja, voltada para os profissionais que já possuem certificação de versões anteriores a 9.2.
As certificações são vitalícias e oferecidas pela própria The Open Group, de maneira individual ou organizacional. Contudo, recomenda-se que, a cada reciclagem, o profissional atualize o seu TOGAF Essentials.
Para estudar e se preparar para obter a certificação, existem cursos credenciados pela empresa detentora do TOGAF, mas se preferir estudar por conta própria, no The Open Group Shop, é possível encontrar diversos materiais de estudo.
Todos os benefícios da certificação TOGAF
Segundo o The Open Group, são mais de 87 mil profissionais certificados. O primeiro benefício que o profissional obtém é um aumento de salário. Segundo o PayScale, o salário médio para quem possui a certificação do TOGAF é de 144 mil dólares por ano.
Veja o salário médio pago por algumas multinacionais aos profissionais com a certificação, segundo o PayScale:
- Amazon: 157 mil dólares/ano;
- Ernst & Young: 155 mil dólares/ano;
- InfoSys Limited: 140 mil dólares/ano.
- TCS América: 93 mil dólares/ano.
Além dos salários, a certificação TOGAF permite que profissionais desenvolvam habilidades de gerenciamento, permitindo progressão rápida de carreira.
Apesar de ter um foco voltado para profissionais de tecnologia, qualquer pessoa pode obter a certificação. Isso pode contribuir para uma mudança na carreira, por exemplo.
Já o benefício empresarial do TOGAF é valioso, dado que a sua visão sistemática da arquitetura corporativa contribui para diminuição de erros operacionais e, consequentemente, diminuição de custos.
É importante ressaltar que o framework pode ser utilizado independentemente do tamanho da corporação.
Comece o seu aprendizado imediatamente!
Como explicamos, a certificação TOGAF é disponibilizada pela própria empresa detentora do framework. Porém, se ainda não tem certeza se o universo da tecnologia é para você, uma boa maneira de iniciar o aprendizado é participando de eventos na área.
Dessa maneira, consegue se familiarizar com os termos técnicos de TI, aplicações e tecnologias existentes. Além disso, pode conhecer melhor o mercado de trabalho para saber quais são as oportunidades atuais e os principais desafios dos profissionais.
Após iniciar nesse universo e concluir que a certificação TOGAF pode valer a pena para o seu crescimento enquanto profissional, vale seguir em frente. Assim como também pode ser muito interessante fazer um curso técnico específico em Gestão de Processos de Negócios.
Para alcançar uma excelente colocação no mercado de trabalho, é indicado investir em certificações que ensinam muito além da teoria, englobando também habilidades técnicas. Você sabia que é possível assinar uma plataforma de educação para a nova economia digital e ter acesso a dezenas de cursos?
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