Hedge: tudo sobre essa estratégia de investimento

Existem diversos tipos de estratégias de hedge. As principais são: commodities, cambial, ações e natural.

Você já ouviu falar em hedge? Essa é uma estratégia de investimento indispensável para quem deseja investir ou para quem já investe em renda variável, como ações.

O mercado da renda variável oferece alguns riscos para os investidores, mas com as estratégias de hedge esses riscos podem ser minimizados e a volatilidade do mercado financeiro não acaba impactando tanto os seus ativos.

Para saber como o hedge funciona, como montar uma estratégia e quais são as mais utilizadas pelos especialistas do mercado financeiro, continue a leitura deste artigo!       

O que é hedge?

Hedge é um termo inglês que significa “cerca” ou “cobertura” em tradução livre para o português. Por conta disso, o termo é usado no mercado financeiro para falar de uma estratégia de investimentos que tem o objetivo de proteger os investidores contra as grandes variações de preço

Em outras palavras, podemos dizer que o hedge é um seguro voltado para a renda variável que limita os valores dos ativos garantindo que eles sejam comercializados mesmo em momentos de alta (bull market) ou de baixa do mercado de ações. 

Como funciona o hedge?

No mercado de ações especialistas indicam a diversificação da carteira para diminuir os riscos. Por conta disso, existem diversos instrumentos financeiros para quem deseja fazer uma operação de hedge. 

Entre os principais instrumentos estão os contratos futuros e as opções

Primeiramente, vamos falar dos contratos futuros. Em síntese, eles são a definição de um valor de compra e venda para a venda de um ativo em uma data pré-estabelecida na hora da negociação. Geralmente, os valores são calculados com base em índices como taxa de juros futuros sobre o valor atual do produto, taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), entre outros.

Já as opções são uma forma de fazer acordos e adquirir o direito de compra e venda de uma ação por um valor pré-fixado em um período de tempo determinado via contrato. Dessa forma é possível proteger as suas ações das grandes oscilações de valor. 

Diferença entre hedge e swap 

Geralmente as pessoas confundem hedge e swap, e acreditam que são dois termos diferentes para falar da mesma coisa. Quando não, muitos acreditam que o swap também é um dos instrumentos das operações em hedge.

Na verdade, uma operação swap é um tipo de derivativo que se refere a um acordo de troca de riscos ou taxas entre duas partes envolvidas na transação. Em suma, o que acontece é que empresas e investidores negociam para que haja uma troca de fluxo de caixa entre credores e devedores com base em um acordo com datas e condições previamente estabelecidas. 

Normalmente, o swap é muito utilizado pelo Banco Central do Brasil. Esse tipo de negociação é benéfica e serve para proteger o investidor dos riscos. Por isso, muitas vezes é considerado um instrumento de hedge. 

Tipos de hedge

Agora que você já sabe como funciona o hedge, que tal conhecer os tipos de operações hedge? Abaixo, falamos sobre os quatro mais populares e para quê eles servem: 

Hedge de commodities

O hedge de commodities é um dos mais antigos do mercado e visa a compra ou a venda de commodities via contrato futuro. Ou seja, os produtores determinam os valores que gostariam de vender os seus produtos e recebem o pagamento dos clientes quando o produto for entregue. 

Essa estratégia é utilizada para evitar oscilações bruscas no valor dos produtos, garantir alguma previsibilidade na receita dos produtores e protegê-los da pressão internacional sobre os preços. 

Por exemplo, esse mecanismo é muito comum entre produtores de boi, café, soja, entre outros produtos do mercado agropecuário. 

Análise de mercado para aplicar o hedge
Analisar o mercado financeiro é fundamental para criar estratégias de hedge

Hedge cambial

O hedge cambial é uma ferramenta utilizada para anular ou reduzir ao máximo os riscos cambiais de determinado ativo ou operação causados pela oscilação do valor da moeda no mercado financeiro.

Por isso, investidores, empresas exportadoras e empresas importadoras costumam utilizar o dólar norte-americano. Uma vez que é uma moeda forte, as chances de desvalorização máxima da moeda é quase nula.  

Existem diversas formas de utilizar o hedge cambial. Abaixo, falamos sobre as três principais:

  • Moeda em espécie: essa é a forma mais tradicional do hedge cambial. Em resumo, a pessoa compra a moeda quando está em baixa e vende quando está valorizada; 
  • Contratos de mercado futuro: funciona como um termo de compromisso para transações de compra e venda futura com base na variação da cotação da moeda que está sendo feito o negócio;
  • Compra de moeda: o investidor tem direito de comprar moedas no futuro com valores definidos previamente, desde que pague antecipadamente uma parte do valor no momento da contratação do hedge. 

Hedge de ações

O hedge de ações visa proteger o dinheiro do investidor e evitar que ele tenha prejuízo nos seus negócios por conta das oscilações dos papéis da bolsa de valores.

Em resumo, o que acontece é o seguinte: o investidor compra ações com opção de venda por um valor pré-fixado em uma data futura. Dessa forma, mesmo que a ação sofra uma queda e desvalorize, ele não corre risco de ter prejuízo.     

Hedge natural

Esse tipo de hedge é uma combinação de diversos fatores que protegem a empresa ou o investidor das variações de preço do mercado. Basicamente, no hedge natural o ativo e o passivo da empresa são impactados em sentidos contrários. 

Por exemplo, empresas brasileiras que exportam e negociam em dólar vêem a sua receita crescer em momentos de queda do real porque o número de exportações aumenta. Em contrapartida, em momentos de valorização do real, elas sofrem uma pequena queda na sua receita porque as exportações tendem a ser reduzidas.    

Para quem o hedge é indicado?

De maneira geral, a estratégia hedge é indicada para qualquer pessoa que deseja fazer a gestão de riscos financeiros dos seus investimentos.

Por exemplo, se você tem uma carteira de ações ou está comprando moedas estrangeiras para uma viagem, pode não parecer, mas seria muito importante se você tivesse uma estratégia hedge montada para diminuir os riscos. 

Como desenvolver a estratégia hedge?

O planejamento é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma estratégia hedge. Se você não sabe por onde começar, aqui vão algumas dicas:

  • Acompanhe o mercado financeiro: esse acompanhamento é importante para encontrar as melhores oportunidades de investimento;
  • Faça análises: mensure os riscos, avalie e compare os preços de mercado, analise quais impactos da trajetória de preço para o seu negócio;
  • Conte com o apoio de um profissional: especialistas no mercado são capazes de fazer uma análise completa, apresentando as melhores oportunidades do mercado.    

Qual a relação do hedge com o mercado futuro?

A estratégia hedge está diretamente ligada ao mercado futuro. De forma bem simples, podemos definir o mercado futuro como um ambiente onde são negociados contratos, tanto de compra quanto de vendas, com valores e datas pré-definidas para o futuro.

Os principais tipos de operações em hedge se baseiam em acordos futuros, com valores e datas estabelecidas previamente. Essa é uma excelente alternativa para controlar os riscos e evitar grandes prejuízos.    

E a carreira de hedger, como funciona?

Apesar de ainda não ser algo muito comum no mercado financeiro, existem profissionais totalmente voltados para desenvolver estratégias de hedge.

Basicamente, o hedger atua como um consultor financeiro que cria estratégias de crescimento e planejamento de ações conforme os objetivos das empresas e dos investidores para os seus negócios.   

Conclusão

Em conclusão, podemos dizer que o hedge é uma estratégia de investimento focada na renda variável muito utilizada por investidores e empresas que negociam de olho no mercado futuro. Por exemplo, produtores agropecuários ou investidores da bolsa de valores. 

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