Underwriting stand-by: entenda TUDO sobre essa modalidade de subscrição

O mercado de investimentos, em especial o de renda variável, tem ganhado cada vez mais espaço na vida dos brasileiros. Só no primeiro semestre de 2021, o número de investidores na Bolsa aumentou em 43%. Mas você sabe, por exemplo, o significado de underwriting stand-by?

Ter conhecimento sobre os principais termos utilizados pelo setor, assim como sobre seu funcionamento e práticas, é fundamental. Dessa maneira, as escolhas e iniciativas de investimento tendem a ser mais assertivas, assim como as possibilidades de retorno.

Nesse texto falamos mais sobre underwriting stand-by, um dos conceitos mais conhecidos e necessários dentro desse universo. Confira e saiba como ele influencia o papel de uma ação na Bolsa de Valores.

Primeiro, saiba o que é underwriting

Quando uma empresa decide abrir capital na Bolsa de Valores, ela precisa ter uma instituição financeira como intermediária. O papel dessa instituição, que pode ser uma corretora de valores, banco múltiplo ou de investimentos, é disponibilizar os papéis ao mercado. Essa prática é conhecida como underwriting, ou, no Brasil, como subscrição.

Em resumo, a prática do underwriting vai desde o levantamento de capital até a emissão das ações e sua negociação. No entanto, assim como todas as modalidades de investimento, essa também oferece riscos. Por isso, detalhes relacionados à responsabilidade sobre os papéis são discutidos antes da chegada à Bolsa e dispostos em contrato.  

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O que é underwriting stand-by

O underwriting stand-by é uma entre as três modalidades de subscrição que são utilizadas pelo mercado para definir como será a atuação de empresa e intermediária na negociação dos papéis.

O tipo de garantia determina o nível de responsabilidade de cada uma das empresas sobre as ações disponibilizadas na Bolsa. A modalidade escolhida é sinalizada no contrato de distribuição.

Na subscrição stand-by, também chamada de garantia residual, é determinado que o risco é dividido entre emissora e intermediadora. Nesse caso, a intermediadora tem como dever disponibilizar e negociar os títulos. Passado o período determinado, a instituição pode escolher subscrever os papéis que não tiverem sido adquiridos ou devolvê-los à emissora.

Quer um exemplo? Suponha que a empresa A está com um projeto de expansão, mas precisa de capital para colocá-lo em prática. Ela, então, decide negociar seus papéis na Bolsa de Valores. Para isso, convoca uma grande empresa de auditoria para atestar sua confiabilidade e uma intermediária para fazer o meio de campo entre o negócio e os futuros investidores. A modalidade escolhida no contrato de distribuição é a underwriting stand-by.

Ao entrar na Bolsa, 5% do patrimônio da companhia está sendo negociado. No entanto, passado o período acordado, apenas 4% dele foi adquirido pelos novos acionistas. O que acontece com o 1% restante?

Nesse caso, a intermediadora, cuja responsabilidade era apenas de colocar os 4% para aquisição, pode subscrever a quantia. Por outro lado, ela também pode optar por devolvê-la para a empresa emissora dos papéis. Diante disso, a modalidade de garantia residual representa um risco para ambas as empresas.

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Entenda as outras modalidades de subscrição

Um dos pontos mais importantes a serem discutidos pela empresa emissora e empresa intermediária é a responsabilidade que cada uma terá sobre as ações colocadas à disposição dos investidores. Hoje o mercado trabalha com três modalidades: underwriting stand-by, que você já conhece, underwriting firme e underwriting melhor esforço. Veja um pouco mais sobre cada uma delas:

Underwriting firme

Na underwriting firme – ou garantia firme – a responsabilidade da intermediadora é completa. Isso significa que além da função de negociar os papéis, ela também tem o dever de assumi-los caso não sejam comercializados integralmente.

Essa modalidade é a que atribui maior risco para a instituição financeira. A razão é simples: ela se torna totalmente responsável pelos papéis antes mesmo deles serem, de fato, colocados no mercado.

Underwriting melhor esforço

Em contrapartida, a modalidade underwriting melhor esforço – ou best efforts – é a que oferece menos riscos para a intermediadora, de modo que eles passam a ser da própria emissora.

Assim como o nome sugere, o dever da instituição financeira neste caso é de apenas se comprometer a fazer os melhores esforços para que os títulos sejam disponibilizados ao mercado, não de subscrevê-los. Isso significa que, em caso da não-comercialização de todos os papéis colocados à venda, é responsabilidade da própria empresa arcar com os custos envolvidos.

As vantagens do underwriting stand-by

Embora intermediar os papéis de uma emissora com o mercado de investimentos seja dever das instituições financeiras, arcar com os riscos não é. Por isso, a principal vantagem da modalidade de garantia residual é que essa responsabilidade é dividida entre emissora e sua intermediadora.

Embora uma boa reputação tenda a contribuir com um bom desempenho na Bolsa, nem sempre o mercado reage como o que é esperado pelas instituições. E é sobre esse tipo de risco que a underwriting stand-by atua.

Para a empresa intermediadora, a vantagem de optar por esse tipo de garantia é não precisar se responsabilizar por um possível fracasso da empresa. Por outro lado, ao mesmo tempo, a instituição tem a oportunidade de, através da subscrição, de obter lucros futuros sobre a companhia.

Conclusão

Ao fim deste artigo, fica claro que a etapa de subscrição é uma das mais importantes para as empresas que querem iniciar na Bolsa de Valores, não é? No entanto, aprendemos também que ela possui variáveis que são determinantes para o nível de responsabilização que a própria emissora terá, assim como a sua intermediadora.

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