O que é valor residual? Por que você deve ficar de olho nele? 

Todo bem pessoal tem seu período de vida útil, uma vez que sofre desgastes naturais ao longo do tempo. Por essa razão, é fundamental que você,como investidor, saiba calcular o valor residual dos bens de um negócio e informar no balanço patrimonial.

O resultado do cálculo interfere no valor do negócio, tratando-se de um dado relevante para potenciais investidores e demais interessados na organização.

Ao longo deste artigo, entenda o que é valor residual, como calculá-lo e qual o seu real impacto nos investimentos. Acompanhe a leitura!

O que é valor residual?

Valor residual é o valor de um bem que sofre depreciação ao final da sua vida útil, interferindo diretamente no saldo do ativo da organização.

Imagine que o período de vida útil de uma máquina seja de cinco anos. Nesse caso, o valor residual é o da venda estimada após este período.

Em uma empresa, essa fase e o valor residual de um ativo são revisados ao final de cada exercício social (período de 12 meses).

Valor residual e depreciação de um bem

A depreciação é o processo de desvalorização de um bem material ao longo do tempo.

Um bom exemplo é a compra de um carro. Ao retirar o automóvel da concessionária, seu preço de mercado reduz automaticamente. 

Agora, imagine o impacto que o mesmo veículo sofrerá em cinco, sete ou dez anos. Evidentemente, a cada ano o valor do bem desvaloriza.

Há algumas razões para que isso aconteça. Uma delas é o lançamento de novos modelos de negócios que tendem a chamar a atenção dos compradores. Outra é o próprio uso do veículo, que provoca desgaste natural.

No entanto, não são apenas os veículos que desvalorizam com o passar do tempo. Equipamentos, máquinas, móveis e diversos outros bens estão sujeitos a essa situação.

A Receita Federal disponibiliza uma tabela que determina o percentual de depreciação de um ativo em específico com o passar dos meses. Com base nesses dados, é possível calcular a duração de um bem.

Como calcular o valor residual?

Como um termo de contabilidade utilizado no mercado financeiro, o cálculo do valor residual é realizado por meio da seguinte fórmula:

VR = valor inicial – (depreciação X tempo de uso)

Veja abaixo um exemplo que considera o veículo mencionado anteriormente.

Suponha que um carro custe R$100 mil. Caso sua depreciação seja de 20% ao ano, o valor anual a ser depreciado será de R$20 mil. De acordo com a tabela da Receita Federal, seu período de vida útil é de cinco anos.

No entanto, nesse caso, o automóvel só foi usado por dois anos.

Com isso, a conta será a seguinte:

VR = 100.000 – (20.000 x 2)

VR = 100.000 – 40.000

VR = R$ 60.000

Ou seja, o valor residual do automóvel, após dois anos de uso, é R$60 mil.

Vale ressaltar que, quanto menor for o valor residual do bem, menor será o imposto cobrado por ele.

É por isso que os carros antigos são isentos de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Além disso, o seguro também costuma ser mais barato.

Qual é o valor residual de investimentos?

A princípio, o cálculo do valor residual é associado aos setores financeiro e contábil das organizações.

Entretanto, é comum que surja a pergunta: “é possível aplicar este conceito ao mundo dos investimentos?”. Saiba que sim!

Embora também haja uma equação a ser feita, o cálculo do valor residual de um investimento é diferente. De modo geral, ele é usado para ações. 

O resultado obtido é considerado uma receita para o investidor, mais difícil de estimar devido às oscilações de determinadas ações.

No entanto, também é frequentemente utilizado em bens imóveis.

Entenda como funciona:

Nas ações

Aplicar as noções de valor residual à análise de uma empresa pode ser relevante para tomadas de decisões relacionadas à compra e venda de ações. Isso porque essas informações estão diretamente ligadas à saúde financeira de um negócio.

Logo, ao tomar conhecimento, é possível ter parâmetro sobre a venda de outros títulos para captação de recursos para novos investimentos, por exemplo.

No vídeo abaixo, a especialista em finanças e professora da XP Educação, Clara Sodré, responde às principais perguntas sobre como investir em ações. Assista e tire suas dúvidas!

Nos bens imóveis 

Ao investir em um imóvel, um dos pontos mais importantes em que o investidor deve prestar atenção é a depreciação. A variável é fundamental para que você saiba se o seu imóvel pode sofrer uma flutuação de valor.

Além da obsolescência, desgaste natural e utilização no dia a dia, outros fatores também podem ser considerados. São eles:

  • manutenção;
  • passagem do tempo;
  • valorização da região;
  • mudanças ao redor do imóvel;
  • valorização do imóvel;
  • desastres naturais (incêndios, tempestades, enchentes, desabamentos, entre outros);
  • tipo de imóvel (a depreciação de imóveis residenciais e comerciais, por exemplo, é diferente). 

É importante destacar que, ao calcular a depreciação de um imóvel, o terreno onde está localizado não é considerado.

Outra questão importante é que imóveis não vendidos e não utilizados, não sofrem depreciação.

Por fim, é preciso ter conhecimento do ponto de vista fiscal sobre um imóvel.

De acordo com a tabela de depreciação da Receita Federal, a taxa de depreciação de um edifício, por exemplo, é de 4% ao ano e o período de vida útil estimado é 25 anos.

Na prática, temos consciência de que um prédio não fica em desuso após esse prazo.

No entanto, pode ser um indicativo para decidir se vale ou não a pena comprar e manter esse tipo de bem.

Como investir melhor considerando o valor residual?

Para que você tenha mais segurança, é importante analisar a viabilidade de investir em uma empresa por meio de técnicas financeiras e contábeis.

Geralmente, essas técnicas consistem em cálculos específicos, de acordo com o método de análise escolhido.

Embora essa não seja a principal função do valor residual, ele pode ser uma ferramenta bastante útil para os seus investimentos.

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