Quais os principais tipos de criptografia e como eles protegem dados?

Proteger as informações de pessoas e empresas é necessário nos dias de hoje. Veja como a criptografia pode ser a solução

Todos os dias, milhares de informações circulam pela internet. São incontáveis bytes que carregam dados valiosos sobre pessoas e empresas, entre eles senhas, detalhes bancários, documentos e mensagens. Para garantir a proteção de todos eles, diversos tipos de criptografia foram desenvolvidos ao longo dos anos.

No universo da cibersegurança, a criptografia é uma das medidas mais populares. Por isso, neste artigo falamos sobre seu conceito, surgimento e importância, além dos principais tipos existentes. Confira!

Criptografia: o que é?

Para que uma comunicação seja eficaz, ela precisa de um emissor e de um receptor. Muitas vezes, porém, antes de chegarem aos seus destinatários, as mensagens são interceptadas por terceiros que não estão envolvidos nesse processo. É assim que ocorrem os roubos de informação.

Basicamente, a criptografia de dados se trata de um conjunto de técnicas usado para tornar as informações incompreensíveis por esses interceptores. O objetivo dessa solução é proteger as informações de ponta a ponta.

Você já reparou que, ao iniciar uma conversa no WhatsApp, uma mensagem indica que o aplicativo é criptografado? Isso significa que as frases são embaralhadas ao saírem do aparelho do emissor e só retomam a forma original quando chegam ao aparelho do receptor. Assim, caso sejam interceptadas pelo caminho, não serão compreendidas.

Onde surgiu a criptografia?

Embora pareça uma solução nova, criada por empresas como o WhatsApp, o conceito da criptografia já existe há muitos anos. Na Roma antiga, por exemplo, o Imperador Júlio César desenvolveu o que ficaria conhecido como “Cifra de César”.

Para falar com seus generais durante os combates, César substituía as letras das palavras pela terceira seguinte. A palavra INVASÃO, por exemplo, era escrita LQYDVDR.

Já durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães precisavam garantir a segurança de suas estratégias. Assim, criaram uma máquina chamada Enigma, cujo sistema de criptografia era tão complexo que decodificar as mensagens era considerado impossível.

Para que serve e como funciona a criptografia?

A criptografia serve para manter a confidencialidade de uma informação. Para isso, ela viabiliza o envio de dados de forma secreta, segura e rastreável. Mas como?

Basicamente, transformando uma mensagem em um texto incompreensível, capaz de ser lido somente por quem tem o código (ou chave).

Se na época de Júlio César isso era feito substituindo uma letra por outra, hoje o sistema ficou ainda mais complexo com a adoção de algoritmos. É como se cada letra fosse partida em vários pedaços e embaralhada aleatoriamente. Isso é feito através de uma função matemática, que a torna inelegível em poucos segundos.

Qual é a importância da criptografia?

A tecnologia vem sendo cada vez mais incorporada às atividades do dia a dia. Hoje, grande parte da população usa o celular para fazer operações bancárias, trocar mensagens pessoais e acessar e-mails.

Embora isso represente uma evolução, também é sinônimo de ameaça. Afinal, centenas de dados e informações ficam expostos e vulneráveis a crimes virtuais. É para evitar que isso aconteça que a criptografia existe.

(Fonte: Pexels)

Processos sigilosos

Considerando que hoje grande parte das operações, como as financeiras, ocorre em ambientes 100% digitais, é preciso garantir que as informações não serão lidas por pessoas mal-intencionadas.

Proteção dos dados e segurança das informações

Normalmente, o vazamento de informações acontece na hora do envio ou do recebimento dos dados. Como a criptografia os protege de ponta a ponta, as informações ficam seguras e restritas apenas aos emissores e receptores.

Integridade dos dados

Quando falamos em dados íntegros, estamos dizendo que não é possível incluir, retirar ou modificar uma informação. Ou seja, ela é inviolável.

Garantia de conformidades

Para proteger os dados de pessoas e empresas, algumas leis e diretrizes foram sendo estabelecidas ao longo do tempo. É o caso da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, a LGPD, criada para garantir a proteção à privacidade.

A criptografia é uma das maneiras de garantir que leis como essa sejam cumpridas.

Segurança na nuvem

Os dados armazenados em nuvem ficam disponíveis em tempo integral na internet. Neste caso, a criptografia é fundamental para garantir que eles não sejam acessados por pessoas/sistemas não autorizados.

Principais tipos de criptografia

Mesmo com um único propósito (o de proteger as informações), hoje existem diferentes tipos de criptografia em circulação no mercado. Eles variam entre o nível de complexidade e codificação. Veja mais detalhes abaixo.

Criptografia simétrica

A criptografia simétrica é o tipo mais comum e simples que existe. Nela, a mesma chave que é usada pelo emissor para codificar a mensagem é a que o receptor usa para decodificá-la.

Normalmente, esse tipo de criptografia é usado para proteger dados em repouso, como de banco de dados ou de discos rígidos.

Criptografia assimétrica

Já na criptografia assimétrica, as chaves usadas pelo emissor e pelo receptor são diferentes. A primeira se trata de uma chave pública, enquanto a segunda consiste em uma chave privada. Apenas as chaves privadas são capazes de decodificar uma mensagem que foi criptografada por uma chave pública.

Esse tipo de criptografia costuma ser usado no envio de e-mails ou conexões remotas a sistemas privados.

Hashing

O hashing, também conhecido como função hash, é um algoritmo matemático que transforma um dado, como senha ou arquivo, em um conjunto alfanumérico com comprimento fixo de caracteres.

Isso significa que independentemente do tamanho do dado produzido pelo emissor, o comprimento de saída (receptor) será o mesmo.

Por sua complexidade, o hash costuma ser usado em transações digitais, inclusive de criptomoedas.

DES – Data Encryption Standard

O DES foi criado pela IBM em 1977, sendo considerado um dos primeiros tipos de criptografia da programação. Ele oferece uma proteção básica de cerca de 56 bits, que são obtidos em aproximadamente 16 ciclos de codificação e permitem até 72 quadrilhões de combinações.

Embora no passado ele tenha sido muito utilizado e ainda seja difundido, hoje ele também é considerando inseguro. Isso porque a decodificação pode ocorrer a partir de tentativa e erro, também conhecido como técnica de força bruta.

IDEA – International Data Encryption Algorithm

Esse tipo de chave simétrica foi criado em 1991 e tem uma estrutura similar a do DES. A diferença é que ele opera em blocos de informação de 64 bits e utiliza chaves de 128 bits.

Sua mecânica de codificação utiliza princípios de confusão e difusão. Isso significa que três grupos algébricos com operações misturadas impedem que as informações sejam realinhadas por interceptadores.

SAFER – Secure and Faster Encryption Routine

Assim como no IDEA, o SAFER utiliza blocos de 64 bits. Por conta das fragilidades que foram encontradas nele ao longo dos anos, outras opções mais complexas foram sendo desenvolvidas, entre elas o SAFER SK-64, SK-40 e SK-128 bits.

AES – Advanced Encryption Santadard

Assim como o nome já sugere, o AES é um dos tipos de criptografia mais avançados que existem atualmente. Prova de sua segurança é o fato de que o governo americano o utiliza para proteger suas informações.

No AES, o padrão consiste em blocos de 128 bits e, em casos extremos, ainda podem ser constituídos em bases de 192 bits e 256 bits.

Relação entre anomização, pseudonimização e criptografia

Quem conhece os princípios da LGPD já está familiarizado com esse termo. Basicamente, como o próprio nome já indica, a anonimização é o processo de deixar algo anônimo.

Neste sistema, a informação é criptografada e não podem mais ser retornadas ao estado original. É como se a chave de decodificação fosse descartada.

Já a pseudoanonimização consiste em um processo mais brando da anonimização. Isto é, a informação é criptografada, mas pode voltar ao seu estado original.

Quando isso acontece, dados parciais podem ser omitidos, como o sobrenome de uma pessoa ou parte de seu telefone.

Por fim, a criptografia se trata do processo que falamos ao longo deste texto. Com ela, algoritmos são utilizados para ocultar e revelar uma informação em sua origem e destino.

Como escolher o melhor tipo de criptografia?

Agora que você já sabe da importância da criptografia, talvez tenha dúvidas sobre qual tipo é ideal para você ou seu negócio. Essa resposta está atrelada ao nível de informações que você possui e a qual força de segurança ela precisa ser submetida. É preciso lembrar que quanto mais bits, maior o número de chaves necessárias para decifrar a informação.

Em caso de informações confidenciais, como dados bancários, é recomendado ainda que, além da criptografia, sejam utilizados outros protocolos de cibersegurança.

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