Como calcular o valor residual? Guia completo + dicas

Você já deve ter ouvido alguém dizer que nada dura para sempre. Embora essa frase normalmente esteja associada a sentimentos e situações, ela também é utilizada no mundo dos negócios. Se perder já é ruim, imagine sofrer com a perda de bens em que você acreditou – e investiu. É por isso que o conceito de valor residual é tão importante dentro do cenário corporativo.

Quer saber como entender desse valor pode ajudá-lo a fazer bons negócios? No artigo abaixo nós explicamos mais sobre o que ele significa, como impacta o universo de investimentos e como calculá-lo.

O que é valor residual?

Muito comum no universo de contabilidade, o valor residual está associado à vida útil de um patrimônio. Toda forma de ativo, seja ele um carro, um imóvel ou uma máquina industrial, está sujeita à depreciação. Essa depreciação é ocasionada não só pelo uso, como também por fatores como o tempo.

Quando falamos em valor residual, estamos nos referindo ao valor restante desse ativo após esse tempo de uso. Ou seja, a quanto um patrimônio vale quando é atingido o tempo de vida projetado para ele.

No universo corporativo, entender o valor residual de um ativo é extremamente importante. Isso porque ele interfere tanto no saldo quanto nas projeções de uma empresa. Também por isso, tanto a vida útil quanto o valor residual dos ativos são revisados anualmente ao fim de cada exercício.

A depreciação de um bem

Imagine que você é um apaixonado por tecnologia e comprou um smartphone de última geração. Três anos depois, esse mesmo aparelho começou a apresentar problemas, como o esgotamento da bateria e lentidão no processamento. Além disso, a mesma marca já lançou outros dois aparelhos nesse intervalo, com tecnologias ainda mais modernas. Uma situação bastante comum, não é? Isso é a depreciação.

Ano a ano, um bem perde valor. E as razões são diversas: seja porque ele foi ultrapassado por outro bem em desempenho e vantagens, seja porque ele foi muito usado ou simplesmente porque ele sofreu desgastes naturais do tempo.

A depreciação é exatamente isso, a perda de valor que um patrimônio acumula com o passar do tempo. A partir de um percentual de depreciação, é possível avaliar qual a duração esperada para ele.

Se após esse período ele ainda estiver em condições de uso, o cálculo do valor residual indicará por qual valor ele ainda poderá ser comercializado em caso de interesse.

É a Receita Federal a responsável por determinar a vida útil estimada de um bem. Com base nessa informação, indicar sua taxa anual de depreciação.

É importante saber, no entanto, que o valor residual não deve estar associado necessariamente ao descarte de um ativo. Afinal, é comum que um bem continue sendo utilizado mesmo após seu período de vida útil. Nesse caso, ainda haverá valor residual, porque ele ainda poderá ser utilizado.

Máquinas e equipamentos, por exemplo, têm taxa anual de 10% e 10 anos de vida útil estimados. Embora esse seja o tempo presumido, é comum que maquinários continuem sendo utilizados por continuarem cumprindo suas funções. Assim, eles não perdem seu valor completo.

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Como calcular o valor residual?

As empresas de contabilidade costumam utilizar uma fórmula simples para calcular o valor residual.

VR (Valor Residual) = Valor inicial – (depreciação x tempo de utilização)

Basicamente, o valor residual é obtido a partir de uma análise que envolve o valor inicial do ativo no momento de compra, seu tempo de utilização e taxa de depreciação. Que tal um exemplo?

Vamos imaginar que uma empresa de logística investiu na compra de um novo veículo de carga para transportar encomendas. O valor desse veículo é de R$ 500 mil. Considerando a taxa de depreciação anual estabelecida para esse tipo de patrimônio (25%) e seu tempo estimado de vida útil (4 anos), o valor anual de depreciação é de R$ 125 mil.

Entretanto, com apenas dois anos de uso, o motorista se envolveu em um acidente que resultou na perda do veículo. Neste caso, o cálculo de valor residual será:

  1. VR = R$ 500.000,00 – (R$ 125.000,00 x 2)
  2. VR = R$ 500.000,00 – R$ 250.000,00
  3. VR = R$ 250.000,00

É preciso lembrar que o bem sofre aplicação de impostos e a taxa é definida mediante seu valor residual. Quanto menor for o valor, menor o imposto aplicado também. Um exemplo disso são os carros antigos, cuja isenção de imposto é aplicada após 20 anos de uso. Embora seu tempo de vida útil esteja estimado nesse tempo, muitos têm condições de continuar trafegando por mais anos.

Qual o impacto do valor residual nos investimentos?

Até aqui, nós falamos sobre valor residual em patrimônios. No entanto, você sabia que esse cálculo também é utilizado no universo de investimentos?

Basicamente, o valor residual de um investimento consiste no valor pelo qual esse investimento poderá ser revendido ao fim de sua vida útil. A seguir, vamos apresentar dois contextos em que esse conceito pode ser utilizado.

Em bens imóveis

Os imóveis são uma das modalidades mais comuns de investimento. Embora tenha uma rentabilidade muitas vezes atraente, é preciso se atentar que, sendo um patrimônio físico, está sujeito a depreciação.

Além do desgaste natural causado pela ocupação e pelo tempo, a propriedade pode se tornar obsoleta diante de outras novas opções do mercado. Fatores como esses resultam na flutuação de valores e, automaticamente, influenciam no investimento também.

Um fator importante a se considerar quando o assunto são os imóveis, é que embora a taxa de depreciação estabelecida pela Receita seja de 4% e seu tempo de vida útil esteja estimado em 25 anos, dificilmente uma propriedade é inutilizada após esse período.

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Em ações

Ter noção sobre o valor residual de uma ação pode ser desafiador. Afinal, a vulnerabilidade de um papel pode prejudicar esse cálculo. De qualquer modo, aplicar a análise de tempo de vida e depreciação pode ser bastante útil na hora de definir pela compra ou venda.

Supondo que você invista em uma empresa do ramo imobiliário ou de construção, por exemplo, ter conhecimento sobre os valores residuais relacionados ao setor podem auxiliar nos próximos passos a serem dados.

Embora existam fórmulas como a de valor residual para orientá-lo em seus investimentos, nem sempre essa é uma tarefa fácil.  Isso porque, existem inúmeras variáveis que podem influenciar em um bem. O segredo é se manter sempre atento ao mercado.

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