O que é IPO? Quais os requisitos para abrir capital na B3?

Se você já é um investidor veterano de renda variável, já sabe provavelmente o que é IPO e por que é interessante ficar de olho nesse processo. Entretanto, se você é iniciante e está dando os primeiros passos na bolsa de valores, é importante ficar de olho no nosso conteúdo para entender como funciona esse fenômeno.

O IPO é uma sigla para Initial Public Offering (oferta pública inicial, em tradução direta) é o evento de estreia de uma empresa na bolsa. Isso é, a partir dele, as ações de uma companhia estarão listadas nesse espaço para que novos investidores possam adquirir esses títulos.

Em 2021, por exemplo, a B3, como é conhecida a bolsa brasileira, registrou 45 ofertas iniciais de novas empresas no seu portfólio contra 55 desistências, segundo dados da Economatica Brasil.

Apesar das várias desistências em função das dificuldades causadas pelo mau desempenho da economia brasileira no ano, a quantidade ainda representou um recorde sete vezes maior que a média dos últimos cinco anos.

Diante disso, quer entender o que é IPO de maneira mais aprofundada e saber como esse processo funciona tanto para as empresas que desejam abrir capital quanto para os investidores? Confira nosso conteúdo até o fim!

O que é IPO na bolsa de valores?

O IPO é um processo burocrático dividido em várias etapas que todas empresas que desejam abrir capital e negociar suas ações na bolsa de valores precisam passar. 

É por meio dele que os ativos dessas organizações passam a ser listados na plataforma home broker dos investidores para que possam adquirir esses papéis em suas carteiras de investimento

Apesar desse fenômeno ser mais popular no mercado acionário, ele também ocorre quando um fundo de investimento imobiliário (FII) faz sua estreia na bolsa de valores. 

Em suma, existem dois tipos de processos de emissões de ações na bolsa e os dois correspondem a subdivisões do mercado primário: o IPO e o follow-on. 

No primeiro caso, as ações de uma organização são lançadas e negociadas no mercado de capitais pela primeira vez. Isso é, a negociação dos ativos acontece concomitantemente com a inauguração dos trabalhos na bolsa.

Já o segundo caso acontece quando a empresa, com suas ações já listadas na bolsa, decide fazer uma nova emissão de papéis para expandir seu ativo circulante. Em suma, ele não é concomitante à na B3 ou outro espaço de negociação internacional.

Por outro lado, existe o mercado secundário, que é quando as ações emitidas já foram todas adquiridas por investidores e novas negociações não contam mais com a participação da instituição emissora. Isso é, quem quer adquirir um papel da companhia precisa comprar de outro acionista que queira vendê-lo.

Mas o que significa o IPO para as instituições? O que levam as empresas a abrirem seu capital e venderem suas ações na B3 ou em bolsas estrangeiras? Existem algumas razões bem atrativas para isso. Entre elas, podemos enumerar:

Maior liquidez

A disposição de ações no mercado para investidores poderem adquirir um pedaço da empresa é muito positivo para o aumento da liquidez. E o que é isso?

Ela é um indicador que mensura o volume de negociações de compra e venda que determinado ativo possui em períodos específicos. Dessa forma, quanto maior for a liquidez de uma ação, mais ágil será o processo de vender o papel para transformá-lo em dinheiro.

Portanto, ele corresponde diretamente com a capacidade que os proprietários de ativos têm de poder transformar o título em capital para que ele possa utilizá-lo.

Diante disso, por exemplo, caso a empresa tenha feito IPO e um sócio majoritário deseje usufruir dos frutos patrimoniais que sua empresa rendeu no decorrer dos anos, esses ativos não estarão mais necessariamente engessados.

Basta ele vender parte de suas ações para poder curtir financeiramente o sucesso do seu negócio! 

Mais exposição para atrair investidores

A bolsa de valores é um ambiente seleto que atrai empresas que precisam seguir pré-requisitos rígidos de governança e comunicação com o mercado.

Dessa forma, além de ganhar visibilidade para o mercado financeiro por meio da listagem e do anúncio da oferta pública inicial, a empresa também evolui seu status de confiabilidade e maior presença no seu segmento de atuação.

Portanto, a marca torna-se mais conhecida e visível e o diálogo com seus principais shareholders e público em geral também evolui com mais transparência.

Expansão de patrimônio e de atuação no mercado 

A maior visibilidade junto ao mercado e flexibilidade para atração de investimentos podem ser convertidas em recursos para crescimento patrimonial e expansão de mercado. 

Até a gestão operacional passa a ter à sua disposição um financiamento mais robusto para a condução dos trabalhos, manutenção do capital de giro e muito mais.

Já no sentido estratégico, a nova realidade de investimentos pode ser direcionada para a expansão da produção e aquisição de concorrentes, por exemplo.

Quais são as etapas de um IPO?

Como já mencionado, as etapas de um IPO no Brasil são extremamente rígidas e, além de cobrar excelência na governança e comunicação com o mercado, também é exigido uma série de cumprimentos burocráticos até que a empresa consiga estrear na B3.

Não por acaso, há situações de empresas que passam de mais de um ano desde o início do processo até a data de inauguração.

Diante disso, preparamos um pequeno apanhado com cada uma das principais etapas que toda organização precisa passar para assim aprofundar seu conhecimento sobre o que é IPO na bolsa. Confira!

  1. Registro junto a autoridades e auditoria

A etapa mais incipiente do processo tem mais relação com arrumar a própria casa do que, de fato, dar início ao IPO. Por exemplo, o primeiro passo é pedir autorização e garantir registro para o processo junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia federal e entidade máxima do mercado financeiro brasileiro.

Um dos outros requisitos para abertura de capital do IPO nesse primeiro momento é a execução de uma auditoria rigorosa das próprias contas da empresa. Os critérios dessas práticas devem condizer diretamente com os métodos de transparência da B3 e é um pré-requisito fundamental para a futura comunicação com os investidores.

  1. Definir o segmento de registro na B3

Após a burocracia inicial, é preciso agora decidir qual vai ser seu segmento de registro na Bolsa de Valores de São Paulo. Esse momento ainda exige a necessidade de diversas documentação para viabilizar o cadastro.

Para o registro, os gestores vão ter que decidir em qual segmento de mercado ele quer ser enquadrado. Cada uma das classificações exige um tipo diferente de exigência. Por exemplo, a denominação “Novo Mercado” é o mais elevado e cobra criteriosamente o cumprimento das demandas de governança corporativa.

  1. Apresentação e comunicação ao mercado

O primeiro contato da marca com o mercado deve ser por meio de evento simbólico de aproximação e apresentação do planejamento de como vai funcionar o IPO. 

Esse momento é crucial para mostrar as credenciais da companhia e por que é uma boa opção de investimento para gestores de fundo de investimento, shareholders institucionais para outros setores mais estratégicos.

Já dando continuidade aos processos burocráticos, a empresa também precisará fazer posteriormente um anúncio ao mercado. Ele divide-se na apresentação do prospecto e depois com a comunicação oficial ao mercado de como funciona o IPO e como ele será realizado.

O prospecto é um documento com todas as condições do investimento para que o possível acionista saiba como serão utilizados os recursos da empresa e possa ficar ciente da aplicação que vai fazer.

  1. Bookbuilding para definição de preços

Já explicamos mais acima que o mercado primário é o momento de negociação das novas ações emitidas diretamente entre empresa e novos acionistas. Antes da chegada desse momento derradeiro do IPO, é preciso realizar o bookbuilding.

Esse processo consiste na definição dos preços que os ativos serão negociados inicialmente no mercado primário. Ele é montado de acordo com uma sondagem prévia das expectativas de mercado

  1. Período de reservas

Com grande parte do processo burocrático já ultrapassado, o palco está praticamente pronto e já é possível iniciar o período de reservas.

Nesse momento, a instituição emissora disponibiliza para os investidores não institucionais a possibilidade de reservar a compra de ações no mercado primário de acordo com o preço definido no bookbuilding.

Após essa etapa, basta esperar a data definida para o início do IPO para que os novos acionistas possam ter os ativos em sua carteira.

Como participar de um IPO? Vale a pena?

Se você quer aprender como participar de um IPO e descobrir se ele vale a pena ou não, é importante que você saiba qual seu perfil de investidor e como esse novo ativo pode compor sua estratégia de investimento.

Por outro lado, uma análise da retrospectiva histórica mostra que 64% das empresas que já fizeram oferta pública inicial na B3 conseguiram uma rentabilidade superior ao índice IBovespa, segundo a Economatica

Entretanto, o fato é que somente o suporte de uma consultoria especializada ou o aprendizado contínuo sobre a dinâmica do mercado financeiro.

Diante disso, a Escola de Investimentos da Xpeed  possui uma diversidade de cursos e materiais especiais para que você fique expert e impulsione sua educação financeira.

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O que achou do nosso guia? Esperamos que você tenha aprendido o que é IPO na bolsa de valores e fique de olhos nessa oportunidade de investimento. 

Para mais conteúdos completos que nem esse, continue acompanhando as publicações da Xpeed e dê mais um passo em direção a sua liberdade financeira! Bons investimentos!

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