O que é taxa spread no mercado financeiro? Como funciona? + 3 tipos

Apesar de ser um conceito básico dentro do mercado financeiro, muitos ainda têm dúvidas sobre o que é taxa spread. Isso se deve ao fato de que o termo pode ser aplicado e compreendido em diferentes áreas.

Afinal, não são apenas os investidores que são afetados pela taxa spread, mas também quem utiliza determinados serviços de um banco. Por conta disso, entender esse conceito é fundamental para quem deseja saber como isso pode influenciar suas negociações e economias.

A expressão “spread bancário”, inclusive, é muito utilizada pelos noticiários e especialistas para explicar questões como taxa de juros no Brasil e sobre o desenvolvimento da economia.

Pensando em todos estes pontos, preparamos um conteúdo explicando mais sobre o que é taxa spread, os diferentes tipos e como isso impacta nos investimentos. Boa leitura!

O que é taxa spread?

Podemos definir a taxa spread como a diferença entre o preço de compra e de venda de um produto, bens ou investimentos.

Imagine a seguinte situação: para que um pequeno empresário do varejo tenha lucro, ele precisa vender as suas mercadorias com um preço superior ao que ele pagou, certo? Mas, além disso, também deve considerar outras variáveis que envolvem a manutenção do trabalho, como despesas fixas e variáveis.

Exatamente por isso, definimos que a taxa spread é a diferença do valor bruto de compra e do preço de venda de alguma transação financeira.

Por conta disso, esse é um conceito tão importante no mercado financeiro. Os bancos, por exemplo, dependem do spread da taxa de juros para ganhar lucro em cima dos empréstimos que fazem.

A partir dessa ideia, é possível entender melhor como funciona o spread. Agora, veremos os principais tipos.

Quais os tipos de spread?

Spread bancário

O spread bancário pode ser definido como a lógica utilizada para que os bancos tenham lucro em cima das operações realizadas. 

Ou seja, usando aquela primeira definição sobre o que é a taxa spread, o spread bancário é a diferença entre a taxa de empréstimo e a taxa de captação. 

Sendo assim, é a diferença entre o que o banco paga a um investidor para obter os recursos e o que ele cobra para emprestar esses mesmos recursos

Então, na prática, funciona da seguinte maneira: imagine que você investiu na poupança com taxa de 3% de juros ao ano. O seu dinheiro que está investido é utilizado pelo banco para emprestar a outras pessoas que solicitem. 

Entretanto, a taxa de juros desse empréstimo pode ser de 23%, por exemplo. Ou seja, é um percentual muito mais alto.

E essa é a principal maneira dos bancos terem lucro. Afinal, neste exemplo dado acima, o banco teria lucrado 20% (23% – 3%) em uma operação simples.

Spread cambial

Já neste caso, o spread da taxa de câmbio é a diferença entre o preço que a instituição (ou casa de câmbio) pagou pela compra da moeda e o valor que irá receber no momento da venda.

Simplificando, é a diferença entre o câmbio comercial oficial e o valor que é passado da moeda para venda. Por exemplo, uma instituição financeira pode comprar um dólar por R$ 4,50. Contudo, a venda dele será de R$ 4,70. 

Nesse caso, o spread cambial seria de R$ 0,20, ou seja, quanto a casa de câmbio consegue lucrar entre a compra e venda do artigo.

>>> Veja também: Como investir em Letras de Câmbio? 5 dicas + 5 passos

Spread financeiro

Por fim, o spread financeiro é a diferença entre o preço de compra e o de venda de determinado ativo. Normalmente, é muito utilizado nas operações especulativas ou em investimentos da bolsa.

Entretanto, apesar do que alguns podem imaginar, este tipo de spread não se limita às ações na bolsa de valores, mas também pode ser encontrado na renda fixa. Falaremos mais disso a seguir.

Como ocorre a taxa spread nos investimentos?

Na bolsa de valores

Para entender como funciona o spread na bolsa de valores, é necessário conhecer dois conceitos: bid (oferta do comprador) e ask (valor pedido pelo vendedor). Então, o spread refere-se à diferença entre a melhor oferta de compra e o menor valor aceito para a venda.

Por exemplo, se o preço de venda mais baixo para uma ação de uma empresa listada na bolsa for R$ 10 e o preço de oferta mais alto for R$ 9 o spread será de R$ 1.  

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Na renda fixa

Já na renda fixa, a taxa spread costuma ser utilizada na diferença de rentabilidade entre dois títulos dessa classe e com o mesmo vencimento

Imagine essas duas situações:

  • uma debênture com um vencimento de 10 anos, com o pagamento em IPCA (inflação oficial do Brasil) + 5% ao ano;
  • um título do Tesouro IPCA com vencimento de 10 anos, com pagamento do IPCA + 3% ao ano.

Nesse caso, pode-se dizer que o spread é de 2%. Ou seja, a debênture tem um spread de rentabilidade de 2% em relação ao título público.

No day trade

Deu para entender que, na verdade, saber o que é taxa spread é um conceito ainda mais importante para os day traders, certo? 

Como eles são os profissionais que negociam ativos no mesmo dia, as pequenas oscilações de preço na compra e venda podem render bons ganhos. Isso porque, normalmente, fazem um alto volume de negociações.

Então, os spreads baixos, que possuem pouca diferença na compra e venda de uma ação, podem não chamar atenção dos investidores da bolsa que visam o longo prazo. Contudo, para os day traders, essa é uma oportunidade para ter bons lucros.

Qual a importância de entender esse conceito para os investidores?

O fundamental em relação ao spread é entender que, apesar de ser um conceito ainda mais relevante para os especuladores (day traders), todo investidor deve conhecer a influência dessa taxa para suas operações.

Afinal, nos títulos de renda fixa, o spread ajuda a avaliar a rentabilidade e a comparar alternativas. Por outro lado, na bolsa, identifica questões relacionadas à volatilidade e à liquidez dos ativos.

E para além disso, quando falamos sobre o spread de crédito bancário, essa taxa auxilia a entender quais opções oferecem a melhor rentabilidade para o investidor (como o exemplo da poupança que foi dado logo no começo).

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