Tripé macroeconômico: como ele influencia os seus investimentos?

O que você precisa levar em conta antes de investir? Decerto, o que lhe vem primeiro à mente são fatores como rentabilidade do produto, risco, retorno, liquidez…mas e o tripé macroeconômico do Brasil? Você sabe como impacta a sua escolha? 

No artigo de hoje, reunimos algumas informações importantes sobre o tripé macroeconômico brasileiro. Vamos explicar como esta política de gestão da economia orienta e influencia os mais diversos perfis de investimentos do mercado. 

Boa leitura! 

O que é tripé macroeconômico brasileiro? 

Tripé macroeconômico é o nome dado ao conjunto de metodologias que orientam a política econômica do Brasil. A metodologia, muito utilizada por nações desenvolvidas, foi adotada no país em 1999, por Armínio de Fraga, então presidente do Banco Central.

Em uma entrevista, concedida neste ano por Fraga ao programa Roda Viva, ele dá a explicação que serviria como base para o entendimento da nova estratégia econômica do País: 

“O que se tem hoje é uma mudança que dá à taxa de câmbio uma função diferente da função que ela tinha antes. Antes, o Governo dizia para a taxa de câmbio: ‘Você toma conta da inflação’ e dizia para a taxa de juros: ‘Você toma conta do balanço de pagamentos’, que é um regime de taxa de câmbio fixa. Hoje, nós estamos escalando o time de forma diferente. Nós estamos dizendo para taxa de câmbio: ‘você toma conta do balanço de pagamentos’ e para taxa de juros: ‘você toma conta da inflação’. Agora, nada disso funciona sem uma boa política fiscal.”

Em resumo, podemos definir que, segundo o tripé macroeconômico brasileiro: 

  • taxa de câmbio: é flutuante e tem impacto na balança de pagamentos;
  • taxa de juros: é responsável pelo funcionamento da taxa de inflação;
  • política fiscal: gerencia e mantém positiva a imagem do Brasil perante seus credores.

Assim, o tripé macroeconômico consolidou o protagonismo de 3 pilares-chave: câmbio flutuante, metas de inflação e metas fiscais.

Entenda os 3 pilares do tripé macroeconômico do Brasil

Agora que você já entendeu o conceito, que tal abordar, com um pouco mais de detalhe, cada um dos componentes do tripé macroeconômico do Brasil?

1- Câmbio flutuante

Uma moeda que tem o preço orientado pelo câmbio flutuante segue as leis de oferta e demanda. Certo. Mas o que isso quer dizer na prática?

Na prática, a taxa de câmbio da nossa moeda, o real, flutua conforme a procura no mercado internacional em relação a outras moedas. 

Dessa forma, quando investidores estrangeiros fazem câmbio de dólares para reais, por exemplo, há um fortalecimento da nossa moeda em função do aumento da procura. 

Se, por outro lado, nosso País enfrenta uma crise que afasta investidores, fazendo com que eles liquidem seus ativos no País e convertam seus reais em dólares, nossa moeda sofre desvalorização. 

Importante: em casos pontuais, o Banco Central pode intervir na política de câmbio do País por meio de leilões que ajudem a controlar a oferta de dólar. Esta ação aconteceu, por exemplo, ao longo da crise provocada pela pandemia, quando o real passou por desvalorização acelerada e desproporcional. 

2- Metas de inflação

O segundo pilar do tripé da economia brasileira são as metas de inflação. Estas metas são definidas pelo CMN, o Conselho Monetário Nacional, formado pelo Ministro da Economia, o presidente do Banco Central e o secretário especial de Fazenda. 

Após esta definição, cabe ao Banco Central executar a política monetária trabalhando para manter o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)  na faixa pré-estabelecida. Para isso, utiliza, como base a taxa Selic, que é ajustada (para cima ou para baixo), conforme o desempenho econômico do País.  

Em cenários de forte inflação, como a vivida no primeiro semestre de 2022, a tendência do BC é de elevar a taxa Selic. O objetivo, neste caso, é dificultar o crédito e desaquecer a economia, reduzindo o consumo e, consequentemente, estimulando a queda dos preços. 

>>> Leia mais sobre a taxa básica de juros do País, a taxa Selic.

3- Metas fiscais 

Por fim, as metas fiscais são previsões do governo para os gastos e receitas. Estas previsões funcionam como guias para a atuação das entidades econômicas do País, e devem ser seguidas para assegurar a manutenção ou crescimento da confiança dos credores, que emprestam dinheiro à União.

O objetivo desejado é que o resultado do ano seja um superávit (ou seja, que as receitas geradas superem os gastos). Entretanto, em casos em que o governo gasta mais do que recebe, há uma situação de déficit fiscal primário. 

As metas fiscais são construídas e validadas anualmente na Lei de Diretrizes Orçamentárias, a LDO. Dessa forma, o Congresso Nacional aprova o limite de gastos do governo em itens como: 

  • salários de servidores públicos;
  • investimentos; 
  • serviços;
  • etc.

Como o tripé da economia influencia nos seus investimentos?

Conhecer os elementos do tripé macroeconômico é uma forma de tornar sua análise fundamentalista de investimentos mais confiável e profissional. Isso porque a avaliação de cada componente ajuda a: 

  • compreender o momento da economia;
  • traçar tendências e perspectivas para o futuro;
  • encontrar rentabilidades mais altas e produtos mais vantajosos de acordo com o cenário;
  • entender como está a confiança dos investidores no País (e desenhar perspectivas de entrada ou saída de recursos, o que valoriza/desvaloriza o real);
  • acompanhar o desempenho do País no que tange às metas de inflação (o que gera impacto direto na rentabilidade dos investimentos e no retorno real obtido);
  • antecipar a emissão de títulos públicos em condições mais atrativas pelo governo (o que acontece em casos de déficit fiscal);
  • prever os rumos da taxa Selic, que sofre ajustes conforme os caminhos trilhados pela política monetária do País, e que impacta diretamente a atratividade de produtos de Renda Fixa, como o Tesouro Direto, CDB, LCA e LCI. 

E por falar em renda fixa…

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*Créditos da imagem da capa: wirestock – br.freepik.com

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