Não há dúvidas de que um perfil de assessor de investimentos de sucesso precisa ter um espírito empreendedor bem aguçado e gostar de se relacionar com outras pessoas.
Mas isso, apenas, não é suficiente para que a sua jornada seja vitoriosa. Me chamava a atenção constatar que, mesmo com o número crescente de pessoas buscando a certificação ANCORD, o número de registros suspensos e cancelados na CVM era da ordem de 20% a 30% ao ano.
Pensei em alguns motivos para tentar entender o porquê desse percentual de desistência ser tão elevado e cheguei à conclusão de que o custo para se exercer a atividade era muito alto. Além disso, talvez o processo de atração desses profissionais não fosse tão eficiente, gerando muitas expectativas e, por consequência, frustações e desistências.
Neste artigo, explicarei ao longo do texto como funciona o perfil de um assessor de investimentos e simbolizarei princípios que possam guiá-lo com uma 💡. Preparado?
Perfil de um assessor de investimentos: primeiros desafios
Como superintendente da ABAI – Associação Brasileira de Assessores de Investimentos – acabo me relacionando, diariamente, com inúmeros profissionais do ramo. Assim, acabo possuindo uma clareza maior para traçar qual é, afinal, o perfil de um assessor de investimentos preparado para o mercado atual.
A ABAI foi fundada em 2015 por um grupo de escritórios de assessoria, que questionavam o porquê da categoria não ter sido enquadrada no Simples Nacional.
Esse mesmo Simples Nacional, ou SIMEI, ainda é uma grande barreira de entrada para novos escritórios de assessoria de investimentos, pois eles já começam enquadrados no lucro presumido, pagando uma alíquota de imposto de renda bem superior aos 6% que o anexo 3 do Simples cobra.
Essa adversidade persistente nos leva ao primeiro elemento constituinte do perfil de um assessor de investimentos:
💡 Estar sempre disposto a enfrentar barreiras e desafios da profissão.
Passados todos esses anos, a ABAI tem uma ação que tramita no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e uma PLP (projeto de lei) no Congresso Nacional, pleiteando a alteração da Lei Complementar 123 para que enquadre os assessores de investimentos no Anexo 3 do Simples Nacional.
O profissional não conseguia performar no curto prazo e trimestralmente tinha que pagar mais de R$ 600,00 para o órgão regulador!
Como é a situação dos assessores de investimentos hoje?
Após anos de conversas com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o Ministério da Economia, a ABAI teve seu pleito acatado e esses órgãos enviaram ao Congresso Nacional uma medida provisória pedindo alteração delas.
A Lei Federal 14.317/22 foi sancionada e reduziu em 80% a taxa para a pessoa física e em 50% a taxa para a pessoa jurídica. A partir desse ano o profissional passou a pagar R$ 530,00 ano para a CVM, eliminando essa grande barreira que o profissional tinha.
Encaminhadas essas questões que impactavam diretamente o bolso do assessor, ainda faltava entender como os profissionais eram atraídos para a profissão e ficou claro que, em muitos casos, o fator quantitativo tinha maior relevância do que o qualitativo.
Essa razão, infelizmente, contribuiu para tantos casos de insucesso e desistência após alguns meses na atividade. O que nos leva ao segundo elemento deste artigo:
💡 O perfil de um assessor de investimentos é resiliente e empreendedor.
Pensando nisso e numa maneira de filtrar o perfil dos candidatos, a ABAI e a FGV (Fundação Getúlio Vargas) trouxeram uma pesquisa da Universidade de Jerusalém.
Essa pesquisa, em formato de curso gratuito, prepara o profissional assessor a encontrar seu espírito empreendedor de uma maneira leve, totalmente online e sem custos adicionais. É um bom pontapé inicial para montar o seu próprio perfil de assessor de investimentos!
< Confira o curso preparado pela FGV e ABAI aqui />
Basta ter o perfil empreendedor para ser assessor de investimentos?
O perfil empreendedor é um requisito básico, mas não é o suficiente para garantir o seu sucesso individual.
É preciso ter um perfil comercial, gostar de se relacionar com as pessoas e de dedicar algum tempo para estudar, pois trata-se de uma atividade bastante técnica. Lógico, isso nos leva à conclusão do terceiro princípio:
💡 O bom assessor de investimentos NUNCA para de estudar e se informar. Faça disso sua rotina.
Ou seja, de nada adianta ter ótimos relacionamentos se o assessor não conhecer o mercado, da mesma forma que não adianta conhecer o mercado e não gostar de se relacionar.
O meio termo é um pré-requisito, que poderá fazer a diferença no longo prazo. Com a experiência ao passar dos meses, você conseguirá calibrar esses dois ponteiros e verá que os resultados aparecerão.
Como todo novo negócio, é necessário planejamento, dedicação e resiliência (já mencionados anteriormente) para atingir os seus objetivos. Eu costumo dizer que empreender é a arte de se levantar e a cada tombo, pois maior é a força que necessitamos para nos levantar, até que, quando menos esperamos, começamos a voar.
< Leia também: os 3 capitais que um assessor de investimentos precisa ter! />
Existe mais de um perfil do assessor de investimentos?
Como mencionado, é importante sim ter em mente a necessidade da educação continuada, do fôlego financeiro e do relacionamento como um tripé, que deverá sustentar a sua jornada de trabalho.
Para tal finalidade, tanto a disciplina e o foco terão papéis fundamentais. Isso significa que, qualquer que seja o caminho de assessor de investimentos que você deseje seguir, essas características devem permancer para se obter o sucesso.
Mas, vamos lá: quais são esses caminhos a serem seguidos? É o que explicarei a seguir:
Objetivos profissionais na assessoria de investimentos
Vale ressaltar que existem dois caminhos a serem seguidos: A do assessor sem vínculo empregatício (autônomo) e a do assessor com vínculo empregatício.
No primeiro caso, do profissional autônomo, o assessor é livre para atuar dentro de um escritório já constituído ou abrir o seu próprio negócio. Logo, o profissional precisa estar ciente que demandará algum tempo para formar uma carteira de clientes que lhe traga tranquilidade financeira mas, uma vez superada essa barreira, o céu é o limite.
Já no caso do segundo profissional, filiado a um escritório, o assessor recebe uma remuneração fixa, acrescida de bônus sobre metas cumpridas, normalmente semestral e outros benefícios, mas o que não elimina a necessidade de ter muita determinação e intensidade no seu trabalho. Sem esforço os resultados dificilmente surgirão.
A quarta dica deste artigo, portanto, é:
💡 Um assessor de investimentos precisa de autoconhecimento acima de tudo.
Sem o autoconhecimento, fica difícil entender qual o seu perfil de assessor de investimentos e qual seria o estilo de trabalho mais adequado para seus talentos. Além disso, conhecer a si próprio te traz a vantagem de entender suas forças e fraquezas para saber como melhor se aproveitar delas.
O toque final no seu perfil de assessor de investimentos
>>> Se você tem o espírito empreendedor, viés comercial, é organizado e sabe fazer um bom planejamento, gosta de aprender e estudar rotineiramente, tem determinação, foco, resiliência e intensidade naquilo que faz, você esta apto a ter um bom perfil de assessor de investimentos.
Mas, além das chamadas soft skills e power skills, que foram tratadas ao longo desse artigo, as hard skills também desempenham um papel crucial no sucesso de um assessor de investimentos. Isso nos leva à quinta e última dica desta jornada:
💡 Fazer um MBA em Assessoria de Investimentos garante expertise suficiente para um bom currículo.
Foi justamente pensando nas necessidades do mercado atual que a XP Educação desenvolveu o seu MBA em Assessoria de Investimentos. Com uma equipe de professores de peso, aqui o aluno irá aprender na prática sobre as habilidades e técnicas fundamentais para prospectar e manter bons relacionamentos com investidores.
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