Cenário econômico de 2023: quais os desafios e as tendências?

Estar por dentro do cenário econômico de 2023 é essencial para saber como planejar seus investimentos!

No dia 30 de outubro de 2022 os brasileiros foram ao segundo turno das eleições presidenciais brasileiras e elegeram o seu novo presidente. Esta decisão influencia, diretamente, no cenário econômico de 2023.

O resultado foi apertado, mas, com 50,9% dos votos, a partir de 1 de janeiro de 2023, Luiz Inácio Lula da Silva governará o país no seu terceiro mandato como presidente.

A diferença de votos brutos foi de cerca de 2 milhões a favor de Lula, disputa acirrada, não? Pois é!

Além disso, a abstenção dos votos ficou bem parecida com o das eleições anteriores, em 20,5%, já os nulos e brancos aumentaram no segundo turno.

Alguns brasileiros podem estar se questionando acerca do futuro do Brasil, a polêmica corrupção instalada na política brasileira, a dívida pública e como o cenário econômico de 2023 irá influenciar nos seus investimentos.

Hoje, o nosso assunto será exatamente esse. Vamos analisar a situação global e brasileira juntos? Siga a leitura!

Contextualizando o cenário econômico atual

Lula assume, no dia 1 de janeiro de 2023, com diversos desafios, um dele é conciliar os mais divergentes interesses, sejam eles do grupo dos seus aliados, sem deixar de lado a previsibilidade e credibilidade que ele e o seu grupo têm oferecido como norte da agenda econômica.

Segundo levantamento do IPESPE, a expectativa de que o governo de Lula seja bom ou ótimo é de 45% da população. Além disso, o IPEA afirma que a economia deve fechar o ano de 2022 com um crescimento de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB), em decorrência de uma desaceleração da atividade econômica como consequência da influência de fatores internos e externos.

Por outro lado, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), cita que, em relação aos investimentos, houve uma queda de 3,5% no primeiro trimestre do ano, com recuperação no decorrer de 2022, a espera é que Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) feche o ano com queda de 2,8%.

O cenário econômico de 2023 vai mudar?

Em suma, novamente segundo o IPEA, busca-se que, o cenário econômico de 2023 tenha um crescimento de 1,3% ao ano, levando em conta duas hipóteses. São elas:

  • Fim da Guerra na Ucrânia: a consequência será uma redução grande da pressão inflacionária no exterior, possibilitando que a política monetária reduza, de forma gradual, a inflação;
  • Grande parcela do impacto adverso do aperto monetário doméstico sobre a atividade econômica: essa parcela já terá ocorrido ao início de 2023.

No que diz respeito à inflação, ainda temos uma taxa elevada e alguns pontos como petróleo, bens industriais e serviços ainda estão resistentes à queda, o cenário inflacionário que está sendo projetado para os próximos meses é mais favorável.

Além disso, espera-se que, em 2023, haja uma alta de 4,7% em ambos índices: Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

O que esperar da economia para 2023?

Em suma, economia brasileira cresce forte e é resiliente, mas os juros altos trazem, consigo, vários fatores que nos levam um desaquecimento dos investimentos em 2023, por exemplo.

É possível que vejamos uma menor oferta de crédito e uma maior inadimplência aliada a desaceleração global acontecendo. Mas tudo pode mudar caso o próximo presidente reduza a incerteza fiscal e apresente uma boa agenda de crescimento para o país.

Além disso, há chances de que a Selic comece a cair mais cedo!

Quais os principais desafios do governo Lula?

Em suma, o primeiro desafio que Luiz Inácio Lula da Silva terá como presidente será o cumprimento da promessa de manutenção do Auxílio Brasil nos mesmos níveis atuais em 2023, mesmo com a ausência de espaço orçamentário para isso.

Em virtude disso, indivíduos da campanha estão buscando negociar, por meio de uma emenda constitucional, um waiver com o Congresso ainda em 2022.

O waiver, por sua vez, se trata de um perdão por não cumprimento de uma meta, ou seja, é uma licença para que o governo gaste mais do que está no orçamento de 2023 para entregar o que prometeu. Além disso, a ação será negociada em conjunto com a apresentação de um novo arcabouço fiscal que reforme o teto de gastos, que será discutido a partir da nova legislatura.

Políticas sociais x responsabilidade fiscal

Como supracitado, Lula assumirá a presidência e enfrentará um desafio dos grandes: conciliar interesses divergentes.

Um dos interesses dos seus aliados é que ele dê respostas às demandas sociais cobradas pelos mesmos que, por sua vez, esperam uma boa retomada de políticas públicas.

No entanto, Lula não pode e, consequentemente, não poderá abrir mão da credibilidade e responsabilidade que ele tanto defendeu em sua campanha de eleição.

Estratégias do governo Lula para melhorar o cenário econômico de 2023

Enquanto Bolsonaro, há quatro anos, fundiu os ministérios da Fazenda, Planejamento, Indústria e Trabalho em um só, Lula já sinalizou que irá ocorrer uma restauração da estrutura anterior.

Além de lutar pela preservação do Bolsa Família em R$ 600, Lula sinalizou aumentos mais concretos do salário mínimo e a restauração do PAC — Plano de Aceleração do Crescimento, ação de planejamento de investimento público que já estava em vigor, no Brasil, antes dos governos do PT.

Previsões para o PIB e inflação no Brasil no cenário econômico de 2023

Segundo o economista chefe do Bradesco, Fernando Honorado, é prevista uma expansão de 2,7% do PIB deste ano e 0,5% para o próximo.

“Caso o próximo presidente seja mais contundente nas regras fiscais, o dólar pode cair a R$ 4,50, a Selic pode cair mais cedo, chegando a 10% no final de 2023 e não a 11,75 como estimamos”.

Fernando Honorato, economista chefe do Bradesco.

Além disso, não se pode esquecer da escalada de tensões acerca da Guerra da Ucrânia e das novas ameaças do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Pensando nisso, bancos como o Bradesco acreditam na desaceleração da economia global que, somada com à desaceleração doméstica, trará tensão.

No que diz respeito à inflação, para o Banco Central, o desafio é a meta, diz Honorato em entrevista para o NeoFeed. O desafio se dá porque a meta foi estipulada para um país com boas regras fiscais e para um mundo que, por sua vez, também tinha metas.

Cenário econômico de 2023 será de desaceleração no Brasil e no mundo
O cenário econômico de 2023 prevê uma desaceleração global e não só no Brasil.

E o controle da dívida pública?

O que mais tem preocupado brasileiros e economistas acerca do próximo governo é, de fato, a política fiscal.

O rombo nas contas públicas do país pode alcançar R$ 430 bilhões, ou seja, equivale a 4,2% do PIB brasileiro, segundo cálculos dos economistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) em estudo disponível no Boletim Macro do Ibre e antecipado à CNN.

Segundo economistas como Manoel Pires e Bráulio Borges, alguns fatores como a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 e as desonerações de impostos federais podem aumentar, consideravelmente, o custo para os cofres públicos e a tese sobre a necessidade de um waiver ganha ainda mais força.

“O próximo governo, seja ele qual for depois da eleição, precisará mostrar que tem um plano para lidar com essa situação fiscal no ano que vem. No Brasil, há regras demais e poucos instrumentos para cumpri-las. Aperfeiçoar o que existe hoje, priorizar as políticas públicas essenciais e mostrar quanto gasta e de onde tira os recursos, são as escolhas ideais que o país precisa tomar”.

Manoel Pires, para CNN, antes das eleições presidenciais de 2022.

Como o cenário econômico de 2023 afeta o mercado investidor?

É possível que nesse intervalo pós-eleições, aconteçam as seguintes variações:

  • Ações de educação, varejo e habitação popular serão mais beneficiadas;
  • Estatais como Banco do Brasil e Petrobras seguirão com alta volatilidade.
  • Renda fixa: títulos renda fixa pós-fixados e atrelados ao CDI e à Selic receberão uma queda de juros em meados de 2023;
  • Boas opções serão os CDBs com vencimento em até dois anos que sejam passíveis de entregar mais de 120% do CDI.

Tendências de investimento diante do cenário econômico de 2023

Você está provavelmente confuso com tantas informações e quer, de forma simples, rápida e fácil, entender quais serão as formas de investimento que estarão mais em alta considerando o cenário econômico de 2023, não é?

Nós preparamos para você. Siga a leitura e descubra!

Commodities

Segundo o IPEA, há uma expectativa de que haja uma acomodação no valor das commodities agrícolas e da melhora na projeção da safra brasileira ainda em 2022, e a implementação da Lei Complementar 194/2022 pode contribuir com uma alta menos acentuada nos preços do ano.

O que influencia, diretamente, no mercado futuro das commodities para 2023.

Novas tecnologias

Segundo estudo da Harvard Business Review Analytic Services, em parceria com a NTT DATA, 90% das empresas entrevistadas da América Latina aumentarão os seus investimentos em novas tecnologias.

A pesquisa foi feita com mais de 300 executivos de empresas da Argentina, do Brasil, Chile, Colômbia e Peru e aborda diferentes eixos, com foco no impacto que as tecnologias emergentes podem proporcionar aos negócios.

Criptomoedas

Você sabia que os brasileiros têm muito interesse em investir em criptomoedas promissoras? Pois é!

Segundo a pesquisa da Finbold, elas foram o ativo em que os brasileiros mais demonstraram vontade de investir em 2023, superando o setor imobiliário, ações e cartão de crédito.

Cuidados com os investimentos em recessão econômica

Quando falamos nos riscos globais acerca do cenário econômico de 2023, é interessante manter uma carteira “dolarizada”, já que ações que pagam dividendos bons devem sofrer menos com a crise. Além disso, siga as seguintes instruções:

  • Invista com foco no longo prazo: se houver recessão, ela durará um bom tempo, portanto, não espere grandes resultados logo;
  • Diversifique: não foque apenas em ações, tenha investimentos em diferentes tipos de ativos;
  • Estude: principalmente sobre a empresa que você deseja comprar ações;
  • Seja resiliente: principalmente para manter a sua posição e as suas ações.

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